[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Proteger As biqueiras das botas. Os pontapés em falso. Os protectores. O sapateiro. Os pequenos pregos na boca. Meia mão de cabedal. O martelo. As pancadas secas. A eficaz protecção. As botas cardadas. Os polainitos. A ordem para marchar. Enfrentar os tais canhões. Ir e vir. Um capacete mal-alinhavado. A corrida e o cansaço. Um fio ao pescoço com a medalha de uma santa. Acreditar que se está protegido. Uma bala perdida. Um grito de sangue. O nosso Anjo da Guarda. A protecção entregue a um ser…
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Crónica de Alice Vieira | Festas em Família
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Festas em Família Alice Vieira A única vez que me lembro de me ter zangado mesmo a sério com amigos foi já há muitos anos quando, depois de me convidarem para passar o fim do ano com eles, ligaram a televisão e estiveram o tempo todo de olhos cravados no écran para ver se, num determinado concurso muito popular, que terminava nesse último dia de Dezembro, o vencedor iria ser quem eles queriam que fosse. Mal sabia eu que, muitos anos depois, com iphones e ipads e…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | O cidadão presidente e o necrófilo
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O cidadão presidente e o necrófilo A entrevista feita por um não jornalista a um não sujeito, o primeiro à procura de audiências e o outro felicíssimo pela atenção que lhe foi dispensada, trouxe alguns comentários para a praça pública. A confusão do entrevistado que não sabe nada sobre história, que confunde o passado e deseja para todos o que todos em seu juízo rejeitaram, só teve rival com a convicção do não jornalista, sorridente, pensando estar a fazer um serviço enorme, talvez até público, retirando arsénico…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | “A procissão da vida”
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] “A procissão da vida” Essas árvores sem folhas. Essas folhas de pisar. Esse andar almofadado. Um atapetado caminho. Um capote e uma bengala. O chapéu e a barba crescida. Uma mulher que se benze ao passar frente a uma igreja. Os caminhos que continuam a ser os mesmos. Muda tudo e nada muda. Continuam a acontecer as coisas que já aconteciam todos os dias. A idade! Os anos que se juntam a um número que determina a nossa idade. Esse caminho irreversível para o fim de…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | Entre coletes amarelos – os genuínos, que por acaso são verdes
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] ENTRE COLETES AMARELOS – os genuínos, que por acaso são verdes Andar pelas ruas de Paris e conversar com os parisienses, sobre os parisienses, sobre os portugueses, sobre os europeus, sobre ninguém. Nunca há, claramente, um discurso comum, pois os povos não são comuns nem se vergam ao peso do discurso comum, mas têm coisas comuns nos seus universos mais ou menos sofisticados, lá isso têm. Conversei, todavia, com o incomum, posso asseverar. Pierre é professor de Filosofia e oferece-me um livro de Beatriz Sarlo, Sete…
Ler maisFolhetim | Casa de Hóspedes (5º. Episódio)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (5º. Episódio) Sempre a fungar, a D. Adélia, um tique que lhe ficou desde que aquele malandro se negou a casar, mesmo nas vésperas da boda. Tudo pronto. Convites feitos. Sala alugada para o repasto, hora aprazada com o padre. O fato da noiva, lindo, de um branco virgem, mais virgem do que ela que se entregara àquele pedaço de homem, moreno e peludo, com uns olhos de botar fogo. Os papéis já estavam a correr, qual era…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Fim de Ano
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Fim de Ano Ano vai. Ano vem. Desejos morrem. Desejos nascem. A vida a correr. O plano inclinado. O fim da estrada e a estrada sem fim. Fecham-se portas. Abrem-se janelas. O caminho e os tropeções. As curvas apertadas. Quanto jogo de cintura. O mapa das dores. O riso e o saber rir. A gargalhada que nos alegra. Tentar aprender o caminho da alegria. Os pequenos projectos. O saber saborear cada dia. A festa do novo dia. Caminhar de novo. Ir com todos e com ninguém. Não…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | O Anjo
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O Anjo Alice Vieira Naquele tempo os homens da Costa Nova saíam cedo de casa e demoravam muito a regressar. Iam todos para a pesca do bacalhau, lá nos confins do Mar do Norte, e as mulheres ficavam com todo o peso da vida às costas—a casa, os filhos, os parentes velhos, e ainda a pequena horta de que era preciso tratar. Eram mulheres fortes. Havia mesmo quem dissesse que eram mulheres duras, sem voz nem vagar para um carinho, um mimo, um afago. As crianças…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | Noite de Natal para lá da idolatria
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Em noite de Natal falo sobre religião com pessoas de muito diferentes convicções e mais uma vez me espanto com o domínio dos textos religiosos exibido por um dos ateus presentes. É aliás um hábito dos ateus participar com o maior dos entusiasmos na festa do Natal, sabendo tratar-se da evocação simbólica da data convencionada para o nascimento de Jesus. Celebram e sublinham que datas como esta, em que um dos mestres da Humanidade se celebra com vigor e universalidade, deviam ser repetidas e promovidas ao…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | “NATAL”
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] “NATAL” As luzes. As árvores iluminadas. Uma roda gigante. Tudo tão terreno. Toda uma ilusão passageira. A correria. Bolas iluminadas, gente dentro delas. Os telemóveis em riste. As “selfies”, ficar no meio da luz. A incandescente maneira de estar. Cansaços. Sacos saquinhos e sacolas. Fitas, laços e laçarotes. Os embrulhos em papel especial. Nós no meio deste embrulho. Uma azáfama que cansa. Comprar e oferecer a inutilidade. O desvario de não saber parar para pensar. Há crianças a chorar com medo de um Pai Natal mal ataviado.…
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