Crónica de Alexandre Honrado Porque escrevo isto? Não faço a menor ideia porque escrevo. Ganhei boa parte da vida a escrever, isso é certo, mas o que será isso de ganhar a vida? Todos, sem exceção, deviam nascer com o direito reconhecido ao chão que pisam. Este planeta é o chão de todos. A cama. A casa. O lugar da fogueira. O ponto de encontro da emoção. Escrevi – e escrevo – coisas completamente disparatadas, inúteis, até sobre temas que não me interessam ou interessavam nada. É que fui…
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Crónica de Jorge C Ferreira | Inquietação
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira Inquietação Essa arma que ergues. Essa canção que cantas. Cantas, cantas e não cansas. A cantiga na ponta da arma. Baioneta. A busca da mudança. A vida a castigar os corpos e a arte de saber ultrapassar o próprio viver. A vidinha. A triste sina. Não, não há destino. Somos nós que o construímos. Somos a força que, muitas vezes, não sabemos que temos. Os poemas que tantos escreveram. As vozes do desalinho. Uma escrita comprometida. O velho das botas. As gemadas…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Menos um dos nossos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Menos um dos nossos Este parte, aquele parte e todos, todos se vão… Era uma das cantigas que ombreávamos há anos, já lá vai tanto tempo que o fio da memória tornou-se um fio de ouro muito valioso a segurar-nos o passado. Um desses fios que não parte. E todavia é tão fino, e no entanto todos partem. Os que mais amamos e os outros. Até aqueles que nos são indiferentes. E nós. Nós também partimos. Há por vezes estradas, ramais, becos no percursos por onde enfiamos…
Ler maisFolhetim por Licínia Quitério | Casa de Hóspedes (23º. Episódio)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Folhetim por Licínia Quitério | Casa de Hóspedes (23º. Episódio) Casa de Hóspedes (23º. Episódio) Foi-lhe fácil o relacionamento com colegas de trabalho, raparigas e rapazes que, como ela, chegavam de todo o país, numa onda migratória que ajudava a despovoar o interior. Nessa Lisboa pardacenta, fechada à novidade, vigiada, Lucrécia foi descobrindo uma outra cidade, inconformada, de músicos e poetas e cantores, de palavra passada de casa em casa, de rua em rua, de bairro em bairro. De Paris chegavam discos e livros, embrulhados na roupa…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Encontro de Amigos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Encontro de Amigos Encontro de Amigos Fim de tarde, já noite. Estava marcado para aquela hora o encontro dos amigos. Mulheres, homens, todos os sexos iam chegando. Os mais velhos, os de todas as matrizes, o começo de tudo. Amigos mais antigos que a noite, outros de tempos impróprios para nascer. Novos amigos, novas ternuras, virtuais conhecimentos. Coisas de um tempo novo que se vai expandindo até a um infinito desconhecido. Todos foram poucos para tanta vontade de acolher vontades. O…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Falando de avós
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alice Vieira | Falando de avós FALANDO DE AVÓS Alice Vieira O Prof. João dos Santos, que morreu em 1987 aos 75 anos, foi dos grandes psicólogos e psiquiatras deste país, um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, —sendo mesmo considerado o criador da Saúde Mental Infantil em Portugal. Com ele e a partir dele, houve uma completa viragem na psiquiatria, houve um novo olhar para os problemas infantis, e as relações com as crianças passaram a ser encaradas de outra forma.…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje?
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje? Do abandonar ao acolher: Faz sentido ser humano nos dias de hoje? Vivemos o tempo de ambiguidade, a começar pela forma como nos comunicamos e como erguemos muros à comunicação, escondendo-nos em grutas do incomunicável: a possibilidade de não sermos escutados, de sermos, produzirmos e partilharmos registos sem efeito, é imanente a cada momento que, de forma degradada, vivemos como ato de proximidade. Isolados somos, mas não somos…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Falar de Poesia
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Falar de Poesia Falar de Poesia Três versos bordados na fralda de uma camisa. Um pequeno, mas intenso poema. Os versos a quererem aquecer a vida. Um poema encantado pelo corpo em que vai crescendo. Letra a letra renasce a voz da poetisa. Uma voz funda vinda de tempos amados. Uma voz herdada das canções de amigo. Canta-se o amor e batem os corações. Porque a voz dos poetas é a voz da poesia. Há um músico que ama compor…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – “Um texto inútil”
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alexandre Honrado – “Um texto inútil” Tenho aqui um livrinho, ao qual chamo assim mesmo, livrinho, pela aparente pequena dimensão, umas quantas páginas às quais o editor, com letra crescida e uns separadores, acabou por dar uma dimensão maior. Mas o seu tamanho está no que diz, nessa forma eterna que os livros têm de dizer sem remorsos o que em silêncio decretam e nos pode mudar, se tivermos essa nobreza e inteligência de ouvi-los e torná-los nossos. É um livro de Ludwig Wittgenstein,…
Ler maisFolhetim por Licínia Quitério | Casa de Hóspedes (22º. Episódio)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (22º. Episódio) Nova hóspede chegou, Lucrécia, de seu nome, jovem morenita de olhos castanhos, ligeiramente amendoados, recomendada pelo Senhor João da farmácia, filha de uma sua segunda prima, com o quinto ano dos liceus prontinho. Dezoito anos feitos, vinha empregar-se na Caixa de Previdência, lugar conseguido por boa vontade do senhor coronel Tiago Dores, pessoa muito influente lá na cidade, baixote, sempre fardado e de botas altas, havia quem o temesse, quem mesmo o odiasse, mas a…
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