Bom Ano! Por Alice Vieira Antes de mais, bom Ano! Quando eram pequenos, os meus netos viveram muitos anos em Inglaterra, mais exactamente na cidade de Leicester Quando chegou a altura de a minha neta mais velha ir para a escola, o meu filho viu que uma das disciplinas era Religião. Ficou logo de pé atrás — país predominantemente protestante… — e foi à escola ver do que se tratava. Afinal não era Religião, mas sim História das Religiões. Os miúdos aprendiam tudo sobre as diversas religiões, a…
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Crónica de Alice Vieira | Tempo de Festas
Tempo de Festas Por Alice Vieira Nestes tempos de festas, há quem aproveite para viajar, (sempre têm uns dias de férias), há quem fique em casa com a família, como dizia a minha avó Gertrudes, cada um é como cada qual. Antes da pandemia eu não parava em casa. Agora, o mais longe que fui foi a Torres Novas, onde vive o meu filho. Ericeira-Mafra-Lisboa e já me chega. Lembro-me que, em miúda, também viajava muito: o tio que me criava adorava visitar países diferentes — e sempre de…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Lembram-se de Max?
Lembram-se de Max? Por Alice Vieira Aqui há dias apareceu-me aqui, na esplanada da praia um rapaz, (muito simpático, foi buscar o café dele ao balcão e trouxe também o meu para a minha nessa) que me disse chamar-se Max. Eu sorri mas ele nem reparou, e ainda bem. Sorri porque de repente me lembrei de um cantor deste país, tão conhecido e de quem eu gostava tanto mas de que agora muito poucos se lembrarão. Refiro-me a Maximiano de Sousa, mais conhecido por Max—que morreu em Maio de…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Tradições da Ericeira
Tradições da Ericeira Por Alice Vieira Algumas pessoas cá da terra pediram-me que falasse aqui—era realmente o lugar adequado–de algumas tradições da Ericeira. Eu não sou especialista da história da Ericeira—mas elas ainda eram menos… Vamos começar talvez pela palavra “jagoz” que é nome que se dá a alguém que é natural da Ericeira. É evidente que tudo isto é um supônhamos, porque certezas, certezas ninguém tem. Diz-se que foi o primeiro nome da Ericeira, e vem do tempo dos fenícios. Mas na Idade Média, já apareciam referências à…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Dormir com fantasmas
Dormir com fantasmas Por Alice Vieira Quando os meus netos eram pequenos viviam em Inglaterra, na cidade de Leicester (a mais nova até nasceu lá, o que a deixa muito orgulhosa…). Um dia a minha neta mais velha tinha uma visita de estudo e eu fui com ela. Uma visita perfeitamente normal, daquelas que a escola fazia quase todas as semanas. “E se tivéssemos ligado antes, a marcar, até lá podíamos ter dormido”—oiço a minha neta. Arrebito a orelha, de que é que ela estava a falar?, dormido onde?…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | A santa da família
A santa da família Por Alice Vieira Toda a família sabia que a tia Mafalda era santa. De resto, tinha tudo para ser santa: era muito feia, muito boazinha, e muito infeliz, porque o tio César lhe dava tareias de meia-noite. A tia Mafalda vivia numa rua muito feia de um bairro muito velho, num prédio de escadas de madeira a cheirar a gatos e peixe frito, numa casa com um grande corredor, muitos quartos sem janelas, e com um estranho perfume a incenso. Íamos muito pouco a casa…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | A minha tia Carlota
A minha tia Carlota Por Alice Vieira A minha tia Carlota era uma mulher extraordinária. Mas sempre muito séria, nunca me lembro de alguma vez a ter visto rir, nem sequer sorrir. E sempre muito rigorosa. Uma grande professora primária, mas que exigia muito de todos os alunos. Com uma enorme força de vontade, aquilo que ela queria, ela conseguia. Devido a problemas familiares (mas que não tinham nada a ver com ela) conheceu a família paterna muito tarde. Desculpas destes e daqueles e tudo acabou por se…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | O que dizem as palavras
O que dizem as palavras Por Alice Vieira As mesmas frases, exactamente as mesmas frases, lidas por pessoas diferentes podem, por vezes, ter significados completamente diferentes para cada um… Lembro-me sempre de uma peça que vi numa pequena sala das Amoreiras que dava teatro e que já fechou há muito, que se chamava “Inox-Take 5”, interpretada pela Maria José, a mãe da Rita Ribeiro: cinco pessoas à janela presenciaram na rua uma agressão. E quando a polícia os interrogou—todos eles disseram coisas diferentes, mas que eram, ao mesmo…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Novos tempos
Novos tempos Por Alice Vieira Às vezes, quando estou de manhã na esplanada da praia do Sul (sim, podem lá ir ter comigo, se quiserem) e olho para aqueles miúdos que andam por lá (surfistas e não só), começo a pensar como tudo mudou nestes últimos anos — e ainda bem! Nunca me lembro de dizer “ah! No meu tempo é que era bom!” Ai era? Os que dizem isso têm a memória muito curta… Como cantava a Juliette Gréco (espero que ainda alguém por aqui se lembre…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Cautela com as viagens
Cautela com as viagens Por Alice Vieira Antes de mais, juro que se trata de uma história verdadeira. Isto porque muitas pessoas a quem a tenho contado riem e dizem “lá estás tu com as tuas histórias”. Tudo se passa com um rapaz chamado Ricardo que vivia na aldeia em que eu nasci. Nunca cheguei a conhecê-lo, mas toda a gente da aldeia conta esta história O Ricardo tinha um único desejo na vida: enriquecer. Ficar muito, muito rico para poder fazer tudo o que lhe apetecesse, coisa…
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