Crónica de Alice Vieira | A propósito de orquídeas

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] A propósito de orquídeas Alice Vieira   Com toda a gritaria que vai por aí, com a prisão de Bruno de Carvalho a tomar de assalto todas as estações de televisão (e notícias perfeitamente bombásticas, tipo “acordou às 7 horas” , ou “sai da cela para fumar”…) decidi impermeabilizar ouvidos e olhos a todo o arraial e ficar a olhar para as minhas orquídeas. Qual Nero Wolf das Avenidas Novas. Claro que hoje já ninguém sabe quem era o Nero Wolf. Os ingénuos romances policiais, de detectives…

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Crónica de Alexandre Honrado | Haverá um Brasil horrível à nossa espera?

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] HAVERÁ UM BRASIL HORRÍVEL À NOSSA ESPERA?   Há efeitos surpresa na sociedade atual que merecem um vagaroso tempo de análise de reflexão. Como é que chegámos aqui, muitos se interrogam, e todavia parece que o caminho foi de todos, com todos, empurrando-se todos pelo pequeno terminal do funil, depois de atrás ficar esquecida a entrada grande que nos trouxe aos apertos. O resultado é miserável: programas de televisão pouco mais que pornográficos, corrupção nos locais mais inesperados, a troca da saudável sensação de praticar ou ver…

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Crónicas de Alexandre Honrado – Permitimos a imbecilidade que somos (é simples)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Permitimos a imbecilidade que somos (é simples)   Quando eu era miúdo o mundo era fácil de entender. Na Europa, esse continente que não o é – olhem para o mapa e verão como é uma pequena excrescência, pobre, da Ásia, com muitas manias intelectuais e autocentradas – havia pelo menos três ditaduras de fôlego que viviam dos seus crimes e autoritarismos: a portuguesa, a espanhola e a grega; na continuação desse continente uma superpotência, reedição atualizada do potente regime despótico dos Romanov que ensombrou séculos e…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (2º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério CASA DE HÓSPEDES (2º. Episódio) Quim Zé não voltou ao clube, e Dona Júlia ficou na casa grande, vazia, sem censuras sobre os pés dos flamingos, sem tantas coisas que lhe encheram os dias, os anos. Passou o tempo do silêncio, o tempo do choro, o tempo de se fechar, tempos outros, todos diferentes, que diferente ela também se tornara. Uma manhã, ao acordar, o silêncio da casa a pesar, a alongar-se, a enrolar-se-lhe no pescoço, Dona Júlia, num salto brusco,…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Quartos

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Quartos O quarto crescente. O quarto minguante. O quarto de viver. A renda do quarto em atraso. O frio da rua. O dinheiro que não chega. A lotaria que só sai a quem tem dinheiro para jogar. O casino da Santa Casa. A raspadinha da moda. Barata e de prémio imediato. O santo engano. O malvado do dinheiro. Os livros lidos na biblioteca municipal. O papel reutilizado. Um lápis afiado com uma faca manhosa. Molhar o bico negro do lápis na língua. A escrita a fluir. Mais…

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Crónica de Alice Vieira | Falando de cafés

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Falando de cafés Alice Vieira   Mário de Sá Carneiro escreveu um poema—talvez dos mais conhecidos—dedicado à sua mesa de café. ”Minha mesa no café/ quero-lhe  tanto…A garrida/ toda de pedra brunida/que linda e fresca que é // Sobre ela posso escrever/ os meus versos prateados/ com estranheza dos criados/que me olham sem perceber….” E por aí fora. Lembrava-me sempre destes versos de cada vez que me sentava à mesa do “Toninho”,o café mesmo em frente da minha casa. Também eu queria muito à minha mesa—embora fosse…

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Crónica de Alexandre Honrado | Viva Bolsonaro!

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] VIVA BOLSONARO!   “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.” Simone de Beauvoir   A História é uma espécie de jogo infantil e que só faz algum sentido quando todas as peças se encaixam e o boneco acaba por ser funcional, agradável à vista, lúdico e capaz de nos entreter. A História é sempre uma reescrita – e sofre quase sempre de uma demência intensa, a par com um tipo de Alzheimer sufocante, que reduz a memória coletiva…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Noites

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Noites A noite perdida. A noite desencontrada. A falsa noite. O erro nos cálculos da vida. Um calor que nos engana. Os candeeiros apagados. Uma rua sem luz. O desabrigo. A falta que o que falta nos faz. A dor que falece. Outra vida que aparece. Os viadutos da desgraça. A velocidade incontrolada. Uma pressa para o nada. Ter olhos para a noite. Conhecer as sombras e as esquinas. De repente, uma navalha que se incendeia num corpo. O tempo de todos os crimes. A sirene das…

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Crónica de Alexandre Honrado | Internet deus dos pequenos crentes

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] INTERNET: DEUS DOS PEQUENOS CRENTES   Aqui estou, de regresso aos bancos da Escola – se for a ver bem nunca de cá saí -, a assistir a aulas numa língua que me é quase estranha, deixando o pensamento correr nas direções que ele – e não eu – mais desejar. Já quando estudei História era na Filosofia que me refugiava e chegou a vez de (me) pagar uma dívida antiga. Graças às circunstâncias sinto-me agora cada vez mais pequeno, de uma pequenez indetetável – a única…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (1º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério CASA DE HÓSPEDES (1º. Episódio) O prédio era do tempo em que os inquilinos ali ficavam a morar por toda a vida, em andares de muitas e pequenas divisões, com um ou dois quartos interiores, por vezes tristes espaços, de fraquíssima luz e arejamento. Porque o problema da habitação era uma das mais sérias preocupações dos lisboetas das classes menos afortunadas, em muitos andares viviam várias gerações, quando não amigos próximos, numa partilha de espaços, quezílias e amores. Nem sempre as…

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