Crónica de Alexandre Honrado | O Digital Próximo da Religião (a época do Deus mercadoria)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O DIGITAL PRÓXIMO DA RELIGIÃO (a época do Deus mercadoria)   Discutíamos há poucos dias, em ambiente académico, a relação entre conectividade tecnológica e conexão cultural, estabelecendo-se então a dúvida: afinal a que estamos ligados? Sem entrar nos domínios da reflexão, sempre motivadora de acalorados argumentos, do que será, afinal, em especial nos nossos dias, uma estrutura de crença e, nessa, que lugar ocupa o religioso no homem contemporâneo, demos com um exemplo que se nos afigura motivador, estimulante e a um mesmo tempo ligado ao tema…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (4º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (4º. Episódio) Dona Júlia, filha única, escola primária acabada, foi aprender costura com a Ermelinda Nabeira, uma jóia de mulher, umas mãos de fada, que nada recebia por ensinar, como não acontecia com outra gente aproveitadora do trabalho de crianças, e que ainda lhe dava um lanchinho, pão com toucinho ou azeitonas. Casou-se cedo, Dona Júlia, teve tudo, como dizia, com os olhos humedecidos, à D. Laura do primeiro andar, tudo, D. Laura, amor, compreensão, conforto, nada de…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Caminhadas

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Caminhadas Temos sempre caminho pela frente. Por vezes apenas um passo. Uma curta viagem. Outras vezes vidas que se contam em léguas, milhas, quilómetros. O mundo inteiro no bolso. Um mapa todo riscado. Um globo que faz girar a nossa cabeça. Ser peregrino, andarilho, caixeiro viajante, vagabundo. Percorrer vidas e estradas sem saída. Chegar perto de um santo, de um deus, de uma iniciática aventura. Amar uma bruxa à roda de uma fogueira. Experimentar o sabor de todos os venenos e resistir. Beber um cálice de absinto,…

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Crónica de Alice Vieira | O meu Pai Natal

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O meu Pai Natal Alice Vieira   O Pai Natal é um velho de barbas brancas, que vem num trenó puxado por muitas renas, e deita os presentes pelas chaminés abaixo. Mesmo nos prédios de muitos andares, que não têm chaminé. É esta história que faz as delícias de miúdos e graúdos e em que, evidentemente, nem miúdos nem graúdos acreditam—mas fazem muito bem de conta. Porque é esse o papel que se lhes pede: que representem nesta altura Devo dizer, no entanto, que, na minha infância,…

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Crónica de Alexandre Honrado – Nos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] A maior aniquilação pode ser desencadeada numa grande cultura – é o que justifica a queda de grandes edificações culturais de outrora, persas, gregos, romanos, outros que se reduziram a uma insignificância do que tinham sido, pelo simples erro de se autodestruírem. Pensei nisto à saída do Museu do Oriente onde participei, com alegria, numa festa muito especial: a evocação do dia 10 de Dezembro, Dia dos Direitos Humanos, sessão comemorativa do 70º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Reuniu este acontecimento um punhado de gente…

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Crónica de Alexandre Honrado | O Homem, a Natureza, a Natureza do Homem

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O Homem, a Natureza, a Natureza do Homem   Quando, no liceu, éramos obrigados a estudar as ideias, algumas e em rápidas sínteses, do filósofo Emanuel Kant, ficávamos entre o mais absoluto desprendimento e a mais perfeita envolvência; só se ama ou odeia como dizia um dos nossos professores, pois nisto das ideias não há meios termos. Era uma época interessante, essa em que vivíamos, pois ao contrário de hoje estávamos ávidos de pensar. E alguns dos nossos mestres estavam desejosos de partilhar as formas como, em…

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Crónica de Alice Vieira – Recordações de Novembro

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Recordações de Novembro Alice Vieira   Talvez tenha sido por causa desta chuva, deste mau tempo, destes dias cinzentos com a noite a ameaçar às quatro da tarde, ou talvez não tenha sido por nada disso—o certo é que ,ao começar a escrever esta crónica, dei comigo a recordar duas datas ainda e sempre muito dolorosas para mim. Por motivos diferentes, e a magoarem também de maneira diferente. No dia 30 de Novembro de 1975 morria, no Brasil, Erico Veríssimo. É provável  (é quase certo…) que este…

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Crónica de Alexandre Honrado | A cultura dos incultos

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] A cultura dos incultos A ilusão de que há uma “cultura portuguesa” ou mesmo uma “identidade nacional”, somada a outras, como a estranha convicção de que a cultura é uma coisa boa, ou que somos a língua que escrevemos – e não a que sentimos, aquela em que amamos e nos damos – faz das matrizes que interpretam Portugal e os portugueses parecerem estranhas quadrículas coloridas, um mapa de muitos pontinhos, cara com acne ou simplesmente uma forma pacóvia de desentender o multicultural (que somos) e as…

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Crónica de Alexandre Honrado – À espera do caldeirão

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] À ESPERA DO CALDEIRÃO   Sempre que encontro José Gil – o filósofo português que o mundo mais atento reconhece – fico, sempre, entre o mais evidente estádio de maravilhamento, que economiza palavra e emana inibições, e a sensação de atrever-me a perturbar um cérebro de menino capaz de fulgores destinados a derrubar os momentos mais incapacitantes do quotidiano asperamente adulto. Oiço-o, a José Gil, com uma vergonha do meu saber tão pouco; outro tanto acontece quando o leio, nos livros nem sempre fáceis, das frases enormes…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (3º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério CASA DE HÓSPEDES (3º. Episódio) Quim Zé não voltou ao clube, e a Dona Júlia ficou na casa grande, vazia, sem censuras sobre os pés dos flamingos, sem tantas coisas que lhe encheram os dias, os anos. Passou o tempo do silêncio, o tempo do choro, o tempo de se fechar, tempos outros, todos diferentes, que diferente ela também se tornara. Uma manhã, ao acordar, o silêncio da casa a pesar, a alongar-se, a enrolar-se-lhe no pescoço, Dona Júlia, num salto…

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