[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] A Minha Rua Saímos de casa e descemos vinte metros de rua. Aparece uma espécie de largo onde, duas árvores, muito antigas, fazem sombra sobre um banco de madeira. São árvores muito velhas. São diferentes, mas parecem gémeas. São o consolo de quem foge ao sol. Aquele pequeno local é sobranceiro a outra rua. As pessoas passam lá em baixo, embora muito perto. Uma rua estreita onde só sobem e descem os que por ali moram ou aparcam. Uma rua que acaba num beco muito antigo deste…
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Crónica de Alice Vieira | O Cobertor de Papa
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O COBERTOR DE PAPA Alice Vieira De vez em quando somos alertados para qualquer coisa (ou qualquer animal, ou qualquer planta) que, de repente se encontra em vias de extinção. O que sofremos com o lince da Malcata não tem explicação (mas, para dizer a verdade, com o passar dos anos já não sei ao certo o que lhe aconteceu) Depois foi a cabra-montês, depois os burros, e por aí fora. No entanto o que verdadeiramente me preocupa neste momento é a anunciada extinção dos cobertores…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | Nada se compara com o meu cantinho
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Nada se compara com o meu cantinho Ganhei o (estranho) hábito de me sentar em cantinhos bem iluminados. É fundamental que sejam bem iluminados, esses cantinhos, e a razão para essa exigência é muito simples: regra geral faço-me acompanhar de livros, artigos de revistas, fotocópias e apesar de ler bem sem óculos, a luz devida tem de acompanhar-nos. A esse hábito acresce a sua motivação: é em cantinhos iluminados que as ideias se revelam e da escuridão – zona habitada pela profundidade – pode muito bem nascer…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | As Horas
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] As Horas Os desacatos da vida. As viragens e os recuos. A procura e a inércia. Muitas horas paradas. As caras mudas vestidas de máscaras agonizantes. Uma pedrada num sítio ermo. A eterna busca do confronto. Um gesto de ternura e um raio de sol. O mar a brilhar de uma alegria frustrada. Faltam poucas horas para tudo ficar, de novo, plúmbeo. Vai tudo regressar aos contentores despejados de um barco fantasma. Sonâmbulos caminhantes preenchem os espaços. Uma sala escura cheia de relógios com horas incertas. O…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | O Sorriso do Filósofo
O [sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Estou em acreditar que o filósofo René Descartes faria hoje um episódico sorrisinho ao ver a sociedade ocidental atrapalhada na ideia de que a expressão “Eu penso” é uma aquisição de todos e de cada um. Não há dúvida de que temos todos essa ilusão, eu penso, e (para ser ainda mais próximo do filósofo), é por pensar que vamos existindo. Eu penso, logo existo é dessas frases quase publicitárias que se tornaram um clássico no mundo da cultura. O filósofo René Descartes, no entanto, deixaria…
Ler maisFolhetim | Casa de Hóspedes (10º. Episódio)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (10.º Episódio) Era num anexo da Igreja setecentista, uma meia porta aberta, um degrau exterior para subir, dois interiores para descer. Um perigo, dizia a Dona Júlia, quando o tempo está de humidades não é preciso mais para se escorregar e partir uma perna, que Deus nos defenda, e persignava-se. No átrio de lajedo, à direita, um corredor mal iluminado dava acesso, ao fundo, à casa, para um ou dois lugares de morto, propriamente dito. Só um…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | 200 Textos 200
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] 200 Textos 200 Chamo-lhe textos porque não sei como os classificar. O primeiro tem a data de 9 de Outubro de 2014. Semana a semana fui escrevinhando um novo. Criei o hábito de não o fazer antes da terça ou quarta-feira anterior. Muitas vezes não sei sobre o que vou escrever. Mas tem surgido sempre uma palavra, um facto, uma pessoa que me dá razão para continuar. Sobre uma palavra, surgida do nada, pode nascer um texto que uma mão que não sentimos vai escrevendo. Crescemos com…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Para que servem os livros
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Para que servem os livros ALICE VIEIRA Há já algum tempo lembro-me de ter aqui falado de livros para deitar fora. Queria eu dizer, livros tão maus, mas tão maus que nem ao meu pior inimigo os daria. Claro que não se trata de livros que temos em duplicado (eu tenho cinco edições dos “Maias”, por exemplo…) livros que já não temos tempo de reler, livros de que, pessoalmente nem gostamos muito mas de que os outros gostam (eu, por exemplo, detesto ficção científica mas aceito…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | A geografia é que nos explica?
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Sob o ponto de vista da cultura e da história (áreas que mais me ocupam no que respeita a desafios académicos e pessoais), a singularidade é sempre exigível, no que respeita às análises. Não falo do excêntrico pelo excêntrico – e muito pensamento tem sido produzido e veiculado (os órgãos de comunicação adoram-no) que não passa disso mesmo, vulgar excentricidade – mas elevações de novas matrizes, coisas inéditas para usarmos contribuindo para o necessário pensamento “fora da caixa” que pode conter o último reduto curativo para as…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Os Meninos do Coro
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Os Meninos do Coro A dona Virtude, a dona Clemência, a dona Pureza, a dona Inocência e a santa castidade. As múltiplas orações, o genuflexório, os castigos infligidos, aceitar a dor. A capela lateral da igreja. Todas de preto estão aquelas mulheres. Lenços na cabeça. Rosários na mão. Um murmúrio sem interrupção. A maquinal reza. O bichanar, dizem alguns. Os meninos do coro ensaiam novos cânticos. Está escura a Igreja. Ouve-se o crepitar das velas. As falsas virtudes. Os véus que tapam as vergonhas. Os meninos do…
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