[sg_popup id=”12″ event=”onload”][/sg_popup]A Catalunha
Ponto prévio: Não sou a favor ou contra a independência da Catalunha, sou a favor do direito de decidir. Sou contra proibições, chantagens e qualquer tipo de violência.
Desde que cheguei tenho sido um ouvinte atento. Não só dos palradores de serviço nas televisões, mas dos amigos, da gente da rua, dos que jogam jogos antigos em mesas de pedra. Tenho ouvido muitas vozes e a todas dou ouvidos. Não gosto dos fanáticos, perdem a razão, ferem-me os ouvidos. Gosto da gente civilizada que admite a diferença. O processo não é simples. Simplificá-lo é estupidez.
Erguem-se brancas mãos a pedirem diálogo. Vozes que vêm dos lados mais distantes do espectro político. Falem por favor! Enquanto há tempo para o diálogo. Que a conversa não seja de surdos, de faz de conta. Que não se responda a pensamentos com força bruta. Porque essa nunca é uma resposta para a vida. Acaba sempre por ruir com estrondo.
Mais tenho visto:
Horas e horas de gente a discutir. Programas sem horário. Cenários implausíveis. Argumentos repetidos. Os gradeamentos e a polícia. A livre escolha que se pretende. O jogo das grandes empresas. Golpes sem aviso prévio. Mais lenha para a fogueira. A falta de senso. Algum gangsterismo. Tudo vi acontecer. Tudo isto se espera que aconteça. Quem faz política deve estar preparado para tal.
Chegou Puigdemont e falou. Contou a história das coisas segundo ele e, no mais importante, foi confuso. Para mim, tudo ficou adiado. Declarou a independência e suspendeu o que declarou. Quer dar tempo ao diálogo. Aos mediadores que foram aparecendo. Aconteceu na casa da democracia, o Parlamento, e isso foi bom.
No dia seguinte apareceu Rajoy, ao meio-dia em ponto, e disse que ia aplicar um artigo, mas que o suspendia. Pedia ao seu interlocutor Catalão que lhe aclarasse o que quis dizer com o que disse.
Complicado? Não! É a política. São dois indivíduos que podem premir botões e fazer detonar algo que se pode revestir de alguma “gravidade” e estão a ver quem o faz primeiro. São as agendas, os conselheiros, os gabinetes de assessores, montes de gente e, no final, a decisão é de um homem, muito só, que se refugia num gabinete sem luz.
Os discursos estudados ao pormenor. Estamos numa situação em que cada palavra tem o seu peso específico e o seu subentendido valor. Todos os cuidados são poucos. Para as alarvidades existem os franco atiradores. Gentinha que nunca irá ter nome na história. Gente que não fala, vomita. Um cheiro imundo. Esterco.
Tudo o que estou a escrever, e enquanto o estou a escrever, pode ficar ultrapassado daqui a minutos. Tenho de correr este risco. Não sabemos o que vai acontecer nem como vai acontecer. Sei que estou por aqui, perto da história que se está a desenrolar. A Prima/Irmã da minha mãe, a mais idosa dos com quem fui criado, não gostou que eu viesse para aqui. Cuidados de quem gosta. Hoje, estejamos onde estivermos, estamos perto de tudo. Mas aqui sinto mais a pele das coisas. Há um pulsar diferente. Espera-se sempre a próxima notícia. O próximo passo.
Vamos estar atentos aos próximos tempos.
«Está tudo bem contigo? Não gostei nada do que vi na televisão.»
Isaurinda em vídeo chamada, cara de caso.
«Estamos bem. Não te preocupes. Sabemos cuidar-nos.»
Respondo, um sorriso.
«Não sei, não! Nunca fiando e vai, vejo-lho o pano na mão.»
Fim da conexão.
Jorge C Ferreira Out/2017(141)(Reino de Valência)
Nunca ninguém sabe. E, façamos o que fizermos, há sempre uma Isaurinda, com ou sem pano na mão, transportando receios, deixando conselhos não solicitados…
Todas as independências, têm deixado um rasto de sofrimento, que poderia ser minimizado.A história, faz julgamentos tardios, revela factos passados, crimes hediondos, mas sempre se repete um »querer » de um povo, que adquiriu esse direito, de se manifestar,se fazer respeitar. Demorou muito, conseguir esse direito, correu muita dor.O que é pena é não se ter aprendido o necessário, hoje, após tantos estudos políticos, ontológicos e humanos Nem parece, que a ciência, está ao serviço do homem, e assim, homens e mulheres e crianças vão sofrendo,e a humanidade ,com eles, porque há muitos, a quem estas decisões e omissões incomodam.Esses , irão contar os acontecimentos, e o pensamento ,só pode ser de fatalidade, e eu digo-lhe :meu querido amigo, que gostei demais da sua descrição da cidade de GAUDI, mal posso esperar ,para a visitar, espero que tudo acalme, creio sempre ,no HOMEM.
Catalunha ficou em segundo plano com a tratédia dos incêndios, falo por mim.
Estou de acordo com a sua opinião. Se entendi bem, o governo central aplicou o tal artigo para retirar a autonomia da Catalunha. Declaração de guerra. Creio também que ficou agendada uma data, em janeiro, para a realização de eleições. Enfim! Unilateral como seria de esperar.
Mas nada será como antes…
Obrigado Fernanda. Está tudo complicado. Medem-se forças. Controlam-se órgão de informação. Vamos esperar para ver. Abraço.
Olá amigo Jorge.
Gostei muito deste texto e partilho da sua preocupação com o que se passa na Catalunha. Tenho muito medo que as coisas não corram bem e também não estou contra nem a favor da Independência, mas estou com certeza a favor do diálogo e a favor de se resolverem as questões à mesa das negociações e não com a policia de bastão na mão. Vamos ver o que se vai passar, mas não me parece que as coisas terminem bem. Até para a semana amigo e cuide-se.
Obrigado Maria da Conceição. Sim, as coisas não estão fáceis. Dia após dia surgem tomadas de posição inquietantes. Falarei disso de novo. Abraço.
Subscrevo o teu ponto prévio. Também não gosto de fanatismos nem de gente inflexível. É pelo diálogo que se encontram consensos.
É bom saber-te um ouvinte atento para nos ires dando notícias de gente que vive esse pulsar.
Gostei da expressão que usaste: “sentir a pele das coisas”, Só assim se pode viver inteiramente num lugar.
Vamos aguardar os próximos acontecimentos.
Obrigado Maria. Cá continuarei atento. Tentando ser capaz de filtrar toda a informação que despejam sobre nós. Abraço.
Ninguém sabe o que pode acontecer, Jorge. O inimaginável está aí, aqui, e a deixar-nos completamente aterrorizados . Uma louca realidade a deste mundo que nos confunde. Falta o bom senso, o diálogo no caso da Catalunha, a meu ver.
Muito importante que haja no mundo a recusa à sujeição, sempre.
Beijo e boa noite.
Obrigado Manuela. Tenho visto sinais que não augura nada de bom. Por outro lado tem aparecido gente com uma capacidade de discernimento que nos dá alguma esperança. Vamos continuar atentos. Abraço.
Estamos todos de olhos postos na televisão e não gostamos do que vimos. Por aqui os incêndios , as perdas de pessoas , de haveres, animais e florestas. Sem solução à vista.
Na Catalunha que impere o melhor para todos em democracia, liberdade e respeito.
Aguardemos boas notícias para os dois países. Delicio-me quando menciona a Isaurinda ” com cara de caso”. (Aqui na minha casa também usamos essa expressão). Abraço virtual e tudo de bom, mestre Jorge.
Obrigado Ana. A Liberdade sempre em primeiro ligar. Exigir que tudo se saiba. Amar o outro. Abraço.
Enorme lucidez nesta excelente crónica, querido Jorge.
Como tão bem disseste não sabemos o que vai acontecer. Nem como. No entanto a tensão continua. Vamos continuar atentos.
Por cá, a chuva apagou o fogo. Ficou um cenário de desolação.
Cuida de ti e na próxima vídeo chamada diz à minha querida Isaurinda que não é só ela que está com cara de caso.
Abraço-te
Obrigado Cristina. Tanta coisa que nos apoquenta. Vamos continuar atentos. Abraço
Um texto que expressa a força da razão, da inteligência e da liberdade. Parabéns, pela excelência.
Obrigado Isabel. A Liberdade sempre. Uma palavra com um significado enorme. Há sinais inquientates e tiques que vêm de tempos muito antigos. Abraço.
Sim!! o que se escreve hoje, pode mudar rapidamente. Haver diálogo e não força brutal.
Estamos muito tristes com todos estes incêndios, que têm levado tudo o que muitas pessoas ganharam durante toda a vida com muito trabalho.
Um abraço amigo.
Obrigado Esmeralda. Hoje tudo ficou adiado de novo. Há sinais no entanto, que nos deixam inquietos. Tanta batalha por travar. Abraço.
Aí, querido Jorge, a desejada independência da Catalunha, que foi às urnas para verificar se a maioria da população a desejava, e em República. Se está certo o que li e ouvi em notícias, muita abstenção e votos a favor. Depois o ” dito por não dito Disse, mas dá um tempo para reflexão. Depois vem o outro e pediu para se dizer o que não disse, ou não disse o que quis dizer. Politiquices de gabinetes, palavras de quem não tem palavra.
Como calculas, desde ontem que só estou envolvida com o problema dos incêndios. O inferno na terra. 36 mortos, 63 feridos,sete desaparecidos e mantêm-se ” Alerta Vermelho até às 20h de amanhã.
Sinto-me mal do corpo ( atmosfera irrespirável ) e do espírito. O que se passa é terrorismo puro.
Tenho família e amigos espalhados por tantos locais. Impossível ver as imagens.
Meu amigo, termino como tu, ” espera-se sempre a próxima notícia, o próximo passo.”
Dou-te um beijo, outro à Isabel e neto e vou com a Isaurinda . Mais beijinhos ternos.
Obrigado Ivone. Tanta coisa junta. Tanta tristeza. Hoje as coisas adiaram-se de novo. Parece um jogo de miúdos. Abraço
Um beijinho, amiga Ivone.
Muita coragem neste cenário dantesco que continua por explicar, por se fazer justiça.
Uma boa noite.
<3
Obrigado Lília, Abraço.
Plenamente de acordo. Estamos todos de olhos postos nessa delicada situação. Tomara que o bom senso impere e quando chegar a hora da decisão que seja inspirada e sábia. Já houve sangue e brutalidade. Para quê e porquê? Foi absolutamente lamentável! Adoro Espanha e especialmente a Catalunha. Obrigada Jorge, aguardemos com serenidade. Um beijinho
Obrigado Madalena. Hoje tudo foi adiado de nova. Entretanto foram presos dois organizadores de movimentos pró independência. Há um exarcebar de posições que não gosto. Abraço
Eu também não gosto nada do que vejo na televisão por motivos diferentes.
Hoje estou triste….
Vamos ver e continuar atentos.
Boa semana. Um abraço.
Obrigado Idalina. O mundo está a tornar-se um lugar complicado. Vamos estar atentos. Abraço
É arrepiante ver e ouvir quem se julga no direito de decidir o destino de qualquer coisa ou de alguém.Haverá sempre os primeiros culpados,essa culpa é de quem cruza um boletim de voto.Se bem que o voto é democrático,é também ele a consciência de quem julga por si o que lhe convém.Na minha inexperiência sempre me vi a votar para o bem, que julgo ser o melhor para todos.Ter uma ideologia politica é a melhor politica? Deixei de acreditar nas cores,hoje acredito simplesmente no que resta do ser humano.A palavra de honra,quero acreditar ainda no poder da palavra.Aquele abraço meu querido amigo,manda noticias desse teu reino…
Obrigado Célia. Termos o direito de decidir. De o fazer em liberdade e em segurança. Um direito básico. Não esquecer, nunca, o valor da Liberdade. Abraço