Bancária burlona da Ericeira já era reincidente em desfalques

Ericeira

Terá sido a 2.ª vez que a Bancária da Ericeira desviou milhões de euros de clientes

 

O programa Exclusivo da TVI investigou o caso da “Burlona da Ericeira” e descobriu que Raquel Godinho já era reincidente em desfalques.

Segundo o Exclusivo, familiares da bancária asseguram que Raquel Godinho já tinha feito um desfalque de cerca de 200 mil euros na mesma instituição bancaria, mas em Odivelas.

Na altura, o banco terá teria abafado o caso internamente por Raquel Godinho ter um primo com uma “posição elevada” naquela instituição bancaria e por ter, entretanto, liquidado a dívida do desfalque através da venda de casas e lojas que eram da família. Já a instituição bancaria nega que isso tenha ocorrido naquela ocasião.

A bancaria foi depois sucessivamente transferida de sucursal em sucursal, até ser colocada na Ericeira.

Depois do banco a ter informado de que iria elaborar uma nota de culpa visando o seu despedimento e que a Polícia Judiciaria iria tomar conta da ocorrência, aos 45 anos, Raquel Godinho pôs fim à sua vida e à vida da sua mãe, despenhando o carro no Cabo Raso, em Cascais, em dezembro do ano passado.

A “bomba” do desfalque terá surgido durante o funeral de Raquel Godinho e durante a semana seguinte na Ericeira muita gente perguntava, “foste burlado?, ”eu fui”, “eu ainda não sei”, e muitos comerciantes terão ficado em pânico.

Ao longo de dois anos, a bancária terá burlado muita gente, construtores civis, proprietários de restaurantes e cafés e muitas outras pessoas, acumulando uma dívida estimada em cerca de 4 milhões de euros.

Alguns dos lesados ficaram com as contas bancárias a zero, ou com saldo negativo. A bancária fazia levantamentos de 20 mil e de 10 mil euros. Um dos lesados perdeu 80 mil euros que herdou do pai, e dois irmãos perderam 600 mil euros.

Os movimentos bancários eram feitos recorrendo a assinaturas falsas, movendo dinheiro de contas a prazo para contas à ordem, simulando depois um levantamento em numerário, que era depositado numa conta de terceiros. Deste modo, o dinheiro não saia do banco e durante muito tempo esta atividade não levantou suspeitas.

A mulher era viciada em jogos de casino, jogando online e nos próprios casinos, e ainda segundo o “Exclusivo” da TVI, a mulher jogava ultimamente a “um ritmo vertiginoso”.

O banco está fazer uma auditoria interna e se os clientes tiveram razão tomará medidas necessárias para lhes devolver o dinheiro, tendo já começado a indemnizar alguns dos lesados.

 

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