Crónica de Alice Vieira A UNIVERSIDADE DOS QUADRADINHOS Alice Vieira Existe neste nosso mundo uma universidade popular e livre que, à margem dos ensinos oficiais e programados, enche de uma especial sabedoria as mais diversas camadas da população. Não dá diploma, não assegura emprego nem reforma—mas dá ao rosto de quem a possui um halo de beatitude que geralmente só transpira do coração dos iluminados. Para além de, como afirma a minha psicóloga, dar uma grande serenidade a quem está à procura dela. Refiro-me à sabedoria das palavas…
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Crónica de Alice Vieira | Falando de avós
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alice Vieira | Falando de avós FALANDO DE AVÓS Alice Vieira O Prof. João dos Santos, que morreu em 1987 aos 75 anos, foi dos grandes psicólogos e psiquiatras deste país, um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, —sendo mesmo considerado o criador da Saúde Mental Infantil em Portugal. Com ele e a partir dele, houve uma completa viragem na psiquiatria, houve um novo olhar para os problemas infantis, e as relações com as crianças passaram a ser encaradas de outra forma.…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Palavras de Inverno
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alice Vieira | Palavras de Inverno PALAVRAS DE INVERNO Alice Vieira Quem me conhece sabe que sem cafés não vivo. Sobretudo em dias de chuva. Nos dias de chuva a vida complica-se, os transportes chegam atrasados e a abarrotar, as pessoas tornam-se (mais) impacientes e zangadas, e há sempre um automobilista que passa rente ao passeio e nos encharca da cabeça aos pés. Então a mesa de um café é um oásis de paz, que nos ajuda a acreditar que vai haver sol…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Ainda as pessoas estranhas
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alice Vieira | Ainda as pessoas estranhas AINDA AS PESSOAS ESTRANHAS Alice Vieira Há umas semanas falei aqui, como sendo uma pessoa estranha, do jornalista Felix Correia, nazi assumido e das melhores pessoas que conheci. Hoje é uma história um pouco ao contrário dessa. Estava eu a tomar o pequeno almoço no “meu” café, quando se chega uma jovem, aí pelos seus trinta anos, que me disse: –Não se lembra de mim, claro, chamo-me Leonor, e tinha para aí quatro ou cinco…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Agora não
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Alice Vieira | Agora não AGORA NÃO ALICE VIEIRA Nestas vésperas de eleições (acalmem-se que eu sei que a esta hora já não se pode fazer propaganda) lembrei-me de uma antiga canção dos “Deolinda”, que bem podia ter sido utilizada por qualquer dos candidatos. Passo a explicar. Vivemos no país do logo-se-vê. Do pode-ser-que. Do em-princípio. A dificuldade que temos em tomar decisões já quase se tornou numa característica nacional. É qualquer coisa que deve estar nos genes. Diante de qualquer problema dizer…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Recordando um estranho amigo
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Recordando um estranho amigo Alice Vieira RECORDANDO UM ESTRANHO AMIGO Alice Vieira Às vezes basta uma palavra, um nome, um cheiro para de repente nos lembrarmos de coisas ou pessoas esquecidas há muito. Como todos os que por lá andam sabem, a Ericeira não tem uma livraria. É daquelas coisas que faltam naquele paraíso… Em tempos teve, mas acabou por fechar. Resta-nos a tabacaria do Jogo da Bola, onde se encontram todos os livros da sua excelente edição “Mar de Letras” (com muitos livros sobre…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Agosto em Lisboa
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] AGOSTO EM LISBOA Alice Vieira Neste Agosto lisboeta parece que toda a gente desapareceu da cidade. Pelo menos da minha rua. Cafés fechados, restaurantes fechados. Amigos e netos longe. Um deserto. Às vezes , para espairecer, limito-me a sair de casa e andar a dar voltas ao quarteirão. Voltava eu para casa numa tarde dessas quando ele apareceu na minha frente, sorrindo: –Posso dar-lhe uma palavrinha? Até tremi. Normalmente quando alguém aparece na minha frente e me aborda dessa maneira, é para me prevenir de que…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Cheiros perdidos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] CHEIROS PERDIDOS Alice Vieira Eu ia cheia de pressa. Acabada de chegar a Lisboa, depois de um maravilhoso mês na Ericeira, a disposição não era das melhores. Mas a voz da mulher na banca da fruta fez-me parar de repente. “Olhe as minhas maçãs, freguesa! Olhe que até cheiram e sabem a maçã!” Sorrio, acho graça a maçã saber a maçã, olho o vermelho da casca e acabo por sucumbir à tentação, qual Branca de Neve diante da malvada madrasta. E dou comigo a pensar no…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Histórias na rua
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] HISTÓRIAS NA RUA Alice Vieira O meu filho foi jogador de xadrez desde muito pequeno. Ia com a Federação a torneios e eu—num tempo pré-histórico ainda sem telemóveis…–“obrigava-o” a mandar-me um postal do lugar onde estivesse. O rapaz era muito cumpridor. Ficou conhecido na família—e eu trago-o sempre na minha carteira—um lacónico postal que me mandou de Coimbra: “Mãe: não tenho nada para dizer”. Se me recordei disso agora é porque, ao começar esta crónica, era exactamente isso que me apetecia escrever. Às vezes, quando se…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Mafra em festa
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] MAFRA EM FESTA Alice Vieira Deslumbrado com o ouro que vinha do Brasil (se o Bolsonaro existisse, nada tinha sido assim…), D. João V desatou a gastar que nem um doido (se a União Europeia existisse também nada tinha sido assim…), e fez a Basílica da Estrela, e fez a Igreja de S. Roque e, como promessa para a rainha lhe dar descendência, fez o Convento de Mafra. Há ouro ? Claro que havia. Toneladas dele. Em certos anos—diz-se—mais de vinte toneladas. E diamantes também. Então…
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