Continuará suspensa a circulação na Linha do Oeste (entre Sintra e Torres Vedras)
Em março, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou a suspensão da circulação de comboios na Linha do Oeste (entre Sintra, passando pela Malveira e Torres Vedras) durante 4 meses (ver artigo).
A suspensão iniciou-se em abril e os quatro meses terminavam agora em agosto, mas a IP já informou que a circulação de comboios só deverá ser reaberta no quarto trimestre deste ano.
Segundo a IP explicou à Lusa, o adiamento deve-se aos trabalhos no túnel da Sapataria, no concelho de Sobral de Monte Agraço, obra “de elevada complexidade”, uma vez que ao iniciar os mesmos “foram detetadas situações, decorrentes da imprevisibilidade da natureza geológica (…) que não eram identificáveis na fase de projeto (…)”. A execução da obra levou a um “aumento expressivo do volume de injeções para a consolidação e estabilização do túnel” , sendo necessário aumentar a altura livre no túnel, de modo a permitir instalar a catenária de alimentação elétrica dos comboios.
As obras da Linha do Oeste deveriam ter ficado concluídas em novembro 2022, mas agora, e depois de múltiplos atrasos, a IP prevê que a data da conclusão da obra deverá derrapar do final deste ano para o início de 2025.
Sobre as obras
Em março de 2020, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a empreitada para a Modernização do troço da Linha do Oeste, entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras fora adjudicada pelo valor de 61,5 milhões de euros, no âmbito do Programa Ferrovia 2020. A obra foi adjudicada ao consórcio luso-espanhol, Gabriel A. S. Couto, S.A./M. Couto Alves, S.A./Aldesa Construcciones, S.A. e ficou à data a aguardar pelo visto do Tribunal de Contas.
Em setembro de 2020, após o Tribunal de Contas ter dado o visto, a IP e o empreiteiro assinarem o contrato de consignação das obras no início do mês de novembro do mesmo ano, obras que deveriam ficar concluídas em novembro 2022.
Em maio de 2022 foi notícia o alegado abandono das obras por parte do consórcio responsável pela construção e o litígio entre o consórcio e a IP.
Segundo a Lusa, a IP informou agora que após uma paragem de mais de 6 meses, a empreitada foi retomada “no início de novembro de 2022” e que planeia concluir a obra até ao final deste ano.
A IP apontou como motivos para a paragem das obras “manifestas dificuldades técnicas e financeiras do consórcio a quem foi adjudicada inicialmente a empreitada”. Esta situação levou a uma “cessão contratual entre o consórcio inicial e um novo consórcio” o que é uma “solução complexa em termos jurídicos” e que originou “processos em tribunal”.