[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FALAR HOJE DE ABRIL Alice Vieira …e aqui estou hoje numa encruzilhada. Que caminho devo tomar? O da tristeza ou o da alegria? O que me levou a chorar como se me tivesse morrido alguém da família –ou o que me levou a cantar a plenos pulmões? Ou seja: lembrar Notre Dame em chamas (que aconteceu há quatro dias) ou lembrar a liberdade que ganhámos há 45 anos (e que festejamos daqui a seis dias) ? Vejo-me em Paris nos anos 60, a passar diariamente pela…
Ler maisCategoria: Crónicas
Crónica de Alexandre Honrado – Há tanta ideia por pensar – Terceira parte
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Há tanta ideia por pensar Terceira parte O ato de nascer é uma impureza. No momento inicial, somos seres muito próximos da natureza, é certo, pelo que nenhum ato cultural nos pode ser exigido como atividade consciente. A idealização da inocência é contrariada pela veracidade da agressão. Batem-nos para que choremos. As secundinas, pasta inexplicável para o leigo, composta de placenta e de membranas expelidas connosco dão-nos – a todos nós! – a aparência suja da matéria impura. O meio relativiza-nos. Entre a clínica luxuosa ou…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Sabedoria
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Sabedoria Lembrar os sabores da pele e dos lábios. Sabores que desaguaram na nossa vida. Coisas que cobriam os corpos. Os corpos a quererem ser despojados de toda aquela parafernália de tecidos. O sabão azul e branco. O vinagre para dar brilho ao cabelo. As pernas brancas e sem varizes das mulheres antigas. Os carrapitos. Os cabelos do tamanho da vida. As travessas e os ganchos. Um fio e uma medalha com a foto do falecido ao peito. Um camafeu. Um anel de pedido e duas alianças.…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Há tanta ideia ideia por pensar – parte dois
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] HÁ TANTA IDEIA POR PENSAR PARTE DOIS Um andorinhão intui. O homem pensa. Ou será o contrário, neste tempo, o de agora, em que nos inquietamos tanto e, paradoxo!, nos aquietamos demasiado. É um risco trazer nomes para um local onde o pensamento se quer resistente, acima de qualquer protagonista. Mas é irresistível. Por exemplo, Heidegger e Deleuze. Não importa nem biografá-los nem fazer-lhes a louvação. Limitemo-nos a explicar porque os requisitamos: não sendo parecidos no modo como pensam, ambos nos advertem de um problema impensável:…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Outros Tempos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Outros Tempos As velhas avenidas novas. As lojas da nova moda. A minha escola do ciclo preparatório. As ruas largas. As pracetas para jogar à bola. O Júlio de Matos e as “lagoas”, fruto de escavações, por detrás daqueles edifícios cor de rosa. Os mergulhos proibidos e perigosos. Os corpos novos. As pastas espalhadas pelas margens. Se os pais soubessem!!!! O imponente Cinema Alvalade mesmo em frente à escola. Os filmes que a idade não nos deixava assistir. Os cartazes enormes com os artistas em realce. As…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Uma Questão de Matemática
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] UMA QUESTÃO DE MATEMÁTICA Alice Vieira O Lobo Antunes tem uma crónica (extraordinária, como todas as suas crónicas, embora ele não goste que lhe digam isso…) em que fala do merceeiro que fornecia a casa dos pais e tinha uma maneira muito peculiar de fazer as contas do mês. Sentava-se em frente da dona da casa, escrevia as parcelas, e depois ia contando, “três e dois, cinco, e mais sete, doze, e vai um—mas como é para a senhora vão dois…-e mais dois, quatro…”, etc. A…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | Há tanta ideia por pensar Uma pequena homenagem a Vergílio Ferreira
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Há tanta ideia por pensar Uma pequena homenagem a Vergílio Ferreira Só uma filosofia do impuro interpreta o impensável O que seria de uma vida inteira se, vivendo-a, não pensássemos? Algum estranho equilíbrio nos levaria de uma à outra ponta, do nascer ao partir, enchendo parte de nós com a vã impossibilidade de sermos nós. Pensar, mesmo assim, não seria suficiente. Seria exigível a importância de saber como fazê-lo. E ao sedimento de todos os dias a que chamamos memória e que mais não é do…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | A Praia
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] A Praia Tanta gente a correr para a praia. Vejo-os passar sentado na esplanada. As peles ávidas de sol. Irão descer a rua e aproveitar estes raios que nos têm aquecido. A praia já deve ter os habituais clientes de todo o ano e mais alguns. Descem a rua e vão com ar de quem ama o calor. As ondas batem na parede do bar. Pouca gente na água. Muita gente a trabalhar para o bronze. Gente que vive a esturricar a pele. Apesar dos cremes o…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado | Não há quem nos defenda (de nós)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Atento como era, o professor, historiador e filósofo, Michel Foucault teria publicado hoje as suas aulas no colégio de França, as de 1976, não com o título É Preciso Defender a Sociedade, como aliás o fez e com grande êxito, mas com uma atualização. É provável que intitulasse a reunião daqueles seus pensamentos sob um título novo e mais contemporâneo de todos nós: É preciso Defender a Sociedade de si mesma. Já nessa altura, nos anos 70 do séc. XX., Foucault preocupava-se com aquilo a que chamava…
Ler maisFolhetim | Casa de Hóspedes (11º. Episódio)
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (11º. Episódio) Era num anexo da Igreja setecentista, uma meia porta aberta, um degrau exterior para subir, dois interiores para descer. Um perigo, dizia a Dona Júlia, quando o tempo está de humidades não é preciso mais para se escorregar e partir uma perna, que Deus nos defenda, e persignava-se. No átrio de lajedo, à direita, um corredor mal iluminado dava acesso, ao fundo, à casa, para um ou dois lugares de morto, propriamente dito. Só um…
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