O que vemos por Jorge C Ferreira Sobram-me noites nestes dias inquietos. Um dormir agitado e apressado. Assim andamos quase todos entre notícias que gritam crimes, violências, pandemias e banqueiros presos e por prender. Entretanto a festança dos nababos continua. Um foragido foi preso longe do país e lá apareceu o homem com um pijama de uma companhia aérea. Uma oferta para quem viaja no luxo de uma boa transportadora aérea. O homem também não deixa nada para trás. Ou será que tudo se agarra a ele? Não…
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Crónica de Alexandre Honrado – Festas Felizes (para mim)
Crónica de Alexandre Honrado Festas Felizes (para mim) Não é por tradição, talvez por nostalgia, dou comigo nesta quadra do ano a refletir. Normalmente fico a contemplar uma fita de luzes coloridas, dessas que fazem de uma árvore natural um encantamento humano. Até nisso há uma tremenda carga cultural, somos pródigos em esconder a natureza com a nossa ânsia de luz. Fico a refletir, dizia, enredado em memórias, exorcizando erros e demónios, dialogando com os entes amados, sobretudo com os que partiram – procurando enfeites de esperança num…
Ler maisCrónica de Licínia Quitério | De ontem e de hoje – Guimarães
Guimarães por Licínia Quitério Quando há poucos anos estive mais uma vez em Guimarães, veio-me à lembrança a visita que ali fiz com os meus pais, no tempo em que eu era uma jovem rapariga com a curiosidade pelo mundo a crescer dentro de mim. À vista de novas terras, os meus olhos arregalavam-se e os ouvidos ficavam alerta para outros falares. Ali ia eu de novo, muitos anos volvidos, no comboio que me levava pelo vale do Ave, lindíssimo de verdes e de águas e de sombras,…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Os Muros
Os Muros por Jorge C Ferreira Tinha caído o muro de Berlim no dia anterior. Recebo em casa um telefonema de um grande Amigo: «querem ir passar uma semana a Berlim? Só pagam o voo.» A resposta foi imediata: claro que sim! Dois dias depois estávamos a voar para Berlim. Nos passaportes ainda vistos para a entrada na antiga RDA. Aterrámos em Berlim Oriental num voo da TAROM. Estarmos onde a história estava a acontecer levava-nos a correr todos os riscos. Foi uma semana de loucura. Os amigos…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Balouçar até ao último enjoo
Crónica de Alexandre Honrado Balouçar até ao último enjoo Um grande balouço. Um balouço enorme. Sobe ao ponto mais alto que o impulso lhe permite e desce tão profundamente que chega a parecer um ponto irrecuperável, desses dos quais não se retorna facilmente. É o balouço da vida tal como a entendo agora. Nada tem limite, e a vida de cada um é como o Cosmos, aparentemente sem princípio nem fim, com tremendos buracos negros e destinos inusitados. E sendo Cosmos é a poeira ínfima de cada um.…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | A Revolução
A Revolução por Jorge C Ferreira O processo revolucionário em curso percorria o seu sinuoso caminho. As reuniões eram intensas. Discussões intermináveis entre baforadas de fumo. Os cigarros sem fim. Barbas e cabelos grandes. As cabeças a explodirem de ideias. Uma ebulição de novidades. A liberdade a ganhar o seu espaço. Os direitos dos trabalhadores a aparecerem. Alguma dignidade. As colagens de cartazes. A propaganda. As palavras de ordem na boca dos poetas e nas paredes de Lisboa. O fim da guerra. As Mães de luto que continuariam…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Negacionismo essa forma de nos limitar a liberdade
Crónica de Alexandre Honrado Negacionismo essa forma de nos limitar a liberdade Foi uma referência feita por Alexandra Prado Coelho, anunciando que dará a conhecer, no Fugas do Jornal Público, uma história – espero-a com a ânsia que move sempre os curiosos viciados em coisas boas – sobre Salma Al Farouki, que recordei Roger Garaudy. Salma Al Taji Al Farouki é a viúva do filósofo francês, com o qual protagonizou um caminho ativo, por exemplo, para difundir a cultura do al Adalus, sobretudo como marca essencial da paisagem…
Ler maisCrónica de Licínia Quitério | De ontem e de hoje – O Cão
O Cão por Licínia Quitério Morreu, o cão. Nos seus anos de ser cão, quase duas décadas deviam ter passado. Agora a dona não traz as duas voltas da trela acrescentadas às pulseiras várias e coloridas. Tem mais simetria no andar, mais disponibilidade do braço para ajeitar com elegância o chapéu que faz mudar com as estações do ano. Os olhos, escandalosamente azuis, não dizem dos seus anos de dona. Na falta do velho cão que lhe alentava o passo, adianta-se ainda mais ao dono que envelhece largamente…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Que tempos!
Que tempos! por Jorge C Ferreira Quando ela apareceu de boina verde foi um estoiro. Todos tínhamos visto o “Bonnie and Clyde”, todos estávamos apaixonados por aquele par de novos bandoleiros. Tínhamos sido seduzidos pelos bandidos. Ela soube iniciar a moda. Romper com o marasmo que pairava no bairro. Abanar as mentes. Tornou-se a mais desejada. O atrevimento. Romper as normas. Aquela roupa que lhe definia um corpo que chamava a atenção. Ela sabia que todos a olhavam e desejavam. Continuava a fazer por isso. Eu nunca tive…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Bruxas com pão
Bruxas com pão Por Alice Vieira Eu bem me esforço, eu juro, eu prometo e eu faço (agora até parecia a Bárbara Tinoco…) mas não dá : assisto aos jogos de hóquei em patins mas não acho graça nenhuma àquilo. Mas como ? Como é que foi possível? Em tempos que já lá vão, o hóquei era o nosso desporto! Mas qual futebol!, o hóquei aparecia e tudo o mais deixava de ser importante. Lembro-me de estar num cinema e o filme ser interrompido para aparecer no écran…
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