A minha Cidade por Jorge C Ferreira Lisboa, o Bairro de Alvalade, o Palácio dos Coruchéus. Voltar à minha terra. A minha cidade grande. Muito perto a estátua de Santo António, a minha velha escola Eugénio dos Santos, o remodelado cinema Alvalade, a Avenida da Igreja. Os prédios do interior dos bairros são os mesmos. Os prédios de renda de um conto cento e dez. Depois da apresentação de um livro de contos de Natal da Poética: “Nem sempre os pinheiros são verdes II”, onde tenho uma participação,…
Ler maisCategoria: Crónicas
Crónica de Alexandre Honrado – Natal
Crónica de Alexandre Honrado Natal Tudo o que (nos) transcende tem esse aplicativo, o de ir para lá do humano, e ao ser assim deixa-nos à distância certa do que conseguimos compreender e da compreensão confusa em que nos perdemos. Somos a mancha de cor que se adivinha na névoa a cerrar-se nos seus silêncios teimosos e assustadores. O segmento de tempo que teimamos em viver, ano após ano, nesta mesma época, desejando com mais ou menos sinceridade coisas de prosperidade e paz, se não nos torna mais humanos…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Tempo de Festas
Tempo de Festas Por Alice Vieira Nestes tempos de festas, há quem aproveite para viajar, (sempre têm uns dias de férias), há quem fique em casa com a família, como dizia a minha avó Gertrudes, cada um é como cada qual. Antes da pandemia eu não parava em casa. Agora, o mais longe que fui foi a Torres Novas, onde vive o meu filho. Ericeira-Mafra-Lisboa e já me chega. Lembro-me que, em miúda, também viajava muito: o tio que me criava adorava visitar países diferentes — e sempre de…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Ronaldo
Crónica de Alexandre Honrado Ronaldo Elaborando um texto, em pecado mortal, cito um autor citado por outro que não referiu a fonte da citação (academicamente é o mesmo que conduzir a prosa para o muro onde o pelotão de fuzilamento fará o resto). Parece-me, todavia, tão certo fazê-lo que nem resisto, atrevo-me, vai disto que amanhã será um novo dia com mais águas nas albufeiras e menos seca nos terrenos, entretanto alagados. E é assim: Isaiah Berlin (filósofo, nascido na Grã̃-Bretanha), manifesta-se pela escrita de Eric Hobsbawn, também britânico,…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Marcas de vida
Marcas de vida por Jorge C Ferreira Há objectos que são marcas na nossa vida. Objectos que preservamos como se relíquias fossem. Por vezes não têm grande valor material, mas o valor simbólico é enorme. Dias, datas, acontecimentos que ali estão perpetuados. Uma enormidade de valores que nos faz saltar o coração. Um móvel envidraçado e a nossa vida lá dentro. A nossa vida exposta para quem nos quiser adivinhar. Várias e desencontradas peças. Algumas muito antigas. A vida a andar para trás. Prendas datadas e datas esquecidas.…
Ler maisCrónica de Licínia Quitério | Não há terra como esta
De ontem e de hoje – Não há terra como esta por Licínia Quitério Lúcio gosta da sua terra como da sua mulher. Fala dela como de coisa recebida por graça divina. Minha rica terra, há lá terra como esta, onde é que já se viu um castelo como o nosso. Não vi, nem preciso ver, diz arrevesado para quem tenta contrapor-lhe o gosto com outro gosto. Que mania de dizerem mal do que é nosso, o meu país é o meu país, e esta terra é a…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Apresentar um livro
Apresentar um livro por Jorge C Ferreira Dia 3 de Dezembro de 2022. Na belíssima Brotéria. Aconteceu a apresentação do meu novo livro, “O mundo e um pássaro”. Dezasseis horas, a tarde quase a ficar noite. Tudo ia ter lugar, já muita gente esperava e a minha ansiedade a baixar. Daí a duas horas tudo estava acabado ou iniciado, depende como olharem para o acontecimento. Na mesa, Alice Vieira que tinha saído da Ericeira, em boa hora, para apresentar o livro, Virgínia do Carmo, minha dedicada editora e…
Ler maisCrónica de Alice Vieira | Lembram-se de Max?
Lembram-se de Max? Por Alice Vieira Aqui há dias apareceu-me aqui, na esplanada da praia um rapaz, (muito simpático, foi buscar o café dele ao balcão e trouxe também o meu para a minha nessa) que me disse chamar-se Max. Eu sorri mas ele nem reparou, e ainda bem. Sorri porque de repente me lembrei de um cantor deste país, tão conhecido e de quem eu gostava tanto mas de que agora muito poucos se lembrarão. Refiro-me a Maximiano de Sousa, mais conhecido por Max—que morreu em Maio de…
Ler maisCrónica de Alexandre Honrado – Porco e açougueiro Ainda o discurso do ódio
Crónica de Alexandre Honrado Porco e açougueiro Ainda o discurso do ódio À entrada de Lisboa, um cartaz político exibe à beira da estrada uma foto de uma senhora, negra, que faz a apologia de valores de direita. Na sua sabedoria de campo, diria uma antepassada minha que é o mesmo que um porco aceitar um convite para jantar do açougueiro, de facas afiadas, desejoso do seu toucinho e banhas. Nada mais contraditório, aquela presença naquele cartaz, com aquele discurso. Chegamos a ter pena da senhora, da sua…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Esta mania de escrever
Esta mania de escrever por Jorge C Ferreira A escrita feita desejo. O desejo feito livro. Um escrever que as semanas e os dias vão ditando. As mãos que tremem. As teclas que se queixam. Crónicas, pensamentos, invenções. O caso que acontece à nossa frente. O acaso. Alguém que passa. Uma frase que se ouve. Tudo serve para escrever um texto. Tudo serve para que o sonho aconteça. Muitas vezes aponto uma ideia que me surge, num bloco, no telemóvel, ou tento memorizar. A memória a ficar cheia.…
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