Crónicas de Jorge C Ferreira | Caravelas Portuguesas

Caravelas Portuguesas De repente um alvoroço desusado. As bandeiras vermelhas a serem içadas nas praias de bandeira azul. Os nadadores salvadores a apitarem desalmadamente. Ninguém pode ir ao banho. Que se passa? Um Tsunami? Nada disso! São as “Caravelas Portugueses” a invadirem os areais Alicantinos. São vistosas. Têm uns tentáculos de metros. Tocar-lhes, um perigo. A invasão faz-se de forma lenta. Não sei se alguém vem dentro daquelas caravelas. Por vezes imagino seres invisíveis a saírem do seu bojo e a espalharem-se pela terra inteira. Que terra iríamos ter? Quem…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | O Baile

O Baile Dos passos não dados, das pegadas apagadas, dos voos adiados, dos beijos esquecidos, dos textos errantes. De tudo isto também se faz o nosso caminho. Somos o somatório do conseguido e do inconseguido. Somos a festa do alegre desejo alcançado e do morrer de sede com um cantil cheio na mochila. Somos o baile, a cadeira e a vassoura. Muitas vezes dançámos com a tia velha, porque chegar à princesa era impossível. Vou caminhando e vou pensando no quanto me falta caminhar. Um passo? Quanta vida no próximo…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | A Paixão segundo Constança H.

A Paixão segundo Constança H. “E não só o meu passado, mas o passado da mulher: a menstruação, o útero; o tempo lunar das mulheres marcado pela descida do sangue pelo interior do corpo.” (Extracto do diário de Constança H.) Pag. 199. Entrar neste livro é uma vertigem imensa. É percorrer a paixão. A paixão no feminino. A inquietação das mulheres que a sociedade sempre tentou aquietar. Percorrer a luta eterna das mulheres pelo seu direito a SER. A paixão. O sexo. O suor. A traição. O sangue. A morte.…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Novas do Reino

Novas do Reino. Já enviei crónicas para este espaço de muito lugar. Daqui, deste Reino, a primeira vez que o fiz foi em Maio de 2015. Com alguns intervalos, por este Jornal tenho estado todas as semanas desde Outubro de 2014. Se não me enganei nas contas estou prestes a chegar à crónica cento e setenta. Por aqui me tenho entregado. Temas variados. A liberdade que me deram e que é essencial para mim. Comigo, muitas vezes a querida Isaurinda: minha consciência, minha outra palavra, uma maneira única de chegar…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | As casas de uma vida

  As casas de uma vida O cheiro das casas. As casas que foram nossas ou nos emprestaram. Casas com vida dentro. Casas vividas e desvividas. Os livros a correrem as estantes. As estantes a  mudarem de sítio. Os autores que amamos sempre perto de nós. Uma estante especial. Um lugar de honra. As mulheres das casas. As suas diferentes maneiras de as habitar. Os largos caminhos. Os diferentes cabelos. Os tamanhos e as cores. O amor que sempre se jura eterno. As paredes que não falam. As camas que…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Divagar

Divagar Saber do que vos devia falar e não me apetecer. Optar pela divagação. Falar de tudo e de nada. Falar das ausências que magoam. Falar dos livros que nos amarram ao sonho. Das telas que nos levam os sentidos para sítios estranhos. Da diva que canta num teatro repleto de gente estupefacta e que parece só cantar para nós. Do monólogo intenso, num palco quase sem cenário, que nos faz chorar. Do choro de um piano. Depois, escrever mais um texto e morrer de overdose. As palavras assassinas. Os…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Preocupações

Preocupações I – Os Bancos. Continuamos a despejar dinheiro sobre os bancos. Milhares, milhões, milhares de milhões. Quantidades que não cabem na nossa imaginação, por mais criativos que sejamos. Um dinheiro que, na verdade, já não existe. É algo que se passeia por um mundo virtual e que nos vai ludibriando. Hoje já não são necessárias pás para carregar o vil metal. Das acções já não vemos o papel. Os cofres estão a cair em desuso. Basta um “enter” e  milhões viajam pelos canais de fibra óptica e aparecem, como…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Ir a Lisboa e endoidecer

Ir a Lisboa e endoidecer Hoje fui a Lisboa e fiquei louco. Sim, fui passear pela minha cidade. Pela minha cidade Mãe. A “cidade branca”. A cidade da luz única. A cidade do rio grande. Sim, fui a Lisboa e enlouqueci. Que estão a fazer à minha cidade? Que invasão é esta? Onde estamos? Dizem-me que Lisboa está na moda. Mas que Lisboa? A Lisboa quase sem lisboetas? Qualquer dia temos reservas de naturais nos bairros típicos. É necessário alguém que tenha uma ideia para a Cidade. É urgente! A…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | Um beijo para Marielle

Um beijo para Marielle Chegar ao Rio num voo de ilusão. Procurar Marielle. Procurar a Liberdade. Procurar as mulheres de todas as cores e de todas as alegrias. Procurar o Arco-Íris. Procurar Marielle. Encontrar rostos com vontades escritas. A valentia tatuada em cada corpo. Os corpos abertos e despertos. Milhares de “Marielles” a ocuparem as ruas que lhes querem negar. O Rio de Janeiro. A cidade única. Chegar ao Corcovado olhar para o imenso e não ser capaz de conter as lágrimas. Porque o belo desarma todas as defesas, faz-nos…

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Crónicas de Jorge C Ferreira | O Caos

O Caos Procurar o belo no meio do caos. Amar sob as ruínas da maldição. Fazer um filho no ventre da guerra. A carne do desassossego. Uma flor que nasce de um pó infestado de cólera. Um verso escrito com sangue desconhecido. Um poema de dor e sofrimento e uma escrita de letra desenhada com um martirizado  esforço. Uma mão trémula. Um verbo desconhecido. As linhas desalinhavadas num desencontro encontrado. Saber da virtude imensa da arte. Do seu enorme poder de sedução. Do seu amor pela luz. Uma luz que…

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