Crónica de Jorge C Ferreira | “A procissão da vida”

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] “A procissão da vida”   Essas árvores sem folhas. Essas folhas de pisar. Esse andar almofadado. Um atapetado caminho. Um capote e uma bengala. O chapéu e a barba crescida. Uma mulher que se benze ao passar frente a uma igreja. Os caminhos que continuam a ser os mesmos. Muda tudo e nada muda. Continuam a acontecer as coisas que já aconteciam todos os dias. A idade! Os anos que se juntam a um número que determina a nossa idade. Esse caminho irreversível para o fim de…

Ler mais

Crónica de Jorge C Ferreira | Fim de Ano

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Fim de Ano Ano vai. Ano vem. Desejos morrem. Desejos nascem. A vida a correr. O plano inclinado. O fim da estrada e a estrada sem fim. Fecham-se portas. Abrem-se janelas. O caminho e os tropeções. As curvas apertadas. Quanto jogo de cintura. O mapa das dores. O riso e o saber rir. A gargalhada que nos alegra. Tentar aprender o caminho da alegria. Os pequenos projectos. O saber saborear cada dia. A festa do novo dia. Caminhar de novo. Ir com todos e com ninguém. Não…

Ler mais

Crónica de Jorge C Ferreira | “NATAL”

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] “NATAL” As luzes. As árvores iluminadas. Uma roda gigante. Tudo tão terreno. Toda uma ilusão passageira. A correria. Bolas iluminadas, gente dentro delas. Os telemóveis em riste. As “selfies”, ficar no meio da luz. A incandescente maneira de estar. Cansaços. Sacos saquinhos e sacolas. Fitas, laços e laçarotes. Os embrulhos em papel especial. Nós no meio deste embrulho. Uma azáfama que cansa. Comprar e oferecer a inutilidade. O desvario de não saber parar para pensar. Há crianças a chorar com medo de um Pai Natal mal ataviado.…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Caminhadas

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Caminhadas Temos sempre caminho pela frente. Por vezes apenas um passo. Uma curta viagem. Outras vezes vidas que se contam em léguas, milhas, quilómetros. O mundo inteiro no bolso. Um mapa todo riscado. Um globo que faz girar a nossa cabeça. Ser peregrino, andarilho, caixeiro viajante, vagabundo. Percorrer vidas e estradas sem saída. Chegar perto de um santo, de um deus, de uma iniciática aventura. Amar uma bruxa à roda de uma fogueira. Experimentar o sabor de todos os venenos e resistir. Beber um cálice de absinto,…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Quartos

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Quartos O quarto crescente. O quarto minguante. O quarto de viver. A renda do quarto em atraso. O frio da rua. O dinheiro que não chega. A lotaria que só sai a quem tem dinheiro para jogar. O casino da Santa Casa. A raspadinha da moda. Barata e de prémio imediato. O santo engano. O malvado do dinheiro. Os livros lidos na biblioteca municipal. O papel reutilizado. Um lápis afiado com uma faca manhosa. Molhar o bico negro do lápis na língua. A escrita a fluir. Mais…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Noites

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Noites A noite perdida. A noite desencontrada. A falsa noite. O erro nos cálculos da vida. Um calor que nos engana. Os candeeiros apagados. Uma rua sem luz. O desabrigo. A falta que o que falta nos faz. A dor que falece. Outra vida que aparece. Os viadutos da desgraça. A velocidade incontrolada. Uma pressa para o nada. Ter olhos para a noite. Conhecer as sombras e as esquinas. De repente, uma navalha que se incendeia num corpo. O tempo de todos os crimes. A sirene das…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Estes tempos

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Estes tempos Estes tempos de perder mundos e princípios. Este galgar de consciências apodrecidas. Estes sem-fim cada vez mais perto de nós. Vamos andando e falando para quem não nos ouve. Por vezes apetece desistir. Dizem-nos que o tempo é outro. No entanto a terra continua a rodar da mesma maneira. Nós continuamos por cá! Aparecem pensamentos muito antigos a armar ao novo. Aparecem as botas cardadas. As fardas ensanguentadas. Os capitães do nada. As balelas mal contadas. A força da falsidade. Os pontos cardeais a chamarem-nos…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Notas soltas

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Notas soltas Tantas são as coisas com que nos querem atormentar! Guerras de gangues. Suicídios. Homicídios. Mortes lentas. Solidão. Violência doméstica. Assaltos à mão armada. Corpos massacrados. Marcas para a vida. Hospitais. Exames forenses. Polícias. Algemas. Nomes estranhos. Uma discussão contínua. Os tabloides vendem os crimes logo pela manhã. Já não há ardinas para os anunciarem. Há quem os leia nos barbeiros, tascas, cafés e os discuta ferverosamente. Escorre sangue pelos ecrãs das televisões. Não há esfregona que chegue para limpar tantos restos de crimes. Há uma…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Que Tempos!

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Que Tempos! Jantar. Escolher e vestir a roupa mais indicada. O perfume.  Sair. Ir direito ao café de todos os encontros. Procurar e esperar que nos procurem. Uma, duas bicas e muita conversa. A cabine telefónica. A necessidade de moedas. As namoradas e as não namoradas. As caras novas e o querer entrar no grupo. Havia quem fosse jogar bilhar noutro café. Havia quem se predispusesse a outros ambientes. Todos amigos. Todos juntos. Os corpos, os corpos. Outro café. A inesperada tentação. O inesperado convite. Aceitar e…

Ler mais

Crónicas de Jorge C Ferreira | Namoros

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Namoros O outro lado da vida. O outro lado do ser. Um outro ser. Tudo a acontecer numa rapidez que faz tremer. Abanam os alicerces do que nunca se construiu. Cansam-se as cabeças que nunca pensaram. Um jogo e um tabuleiro roubado. Um xadrez que fica bem na saia de uma colegial. A porta das escolas femininas. Os rostos afogueados. Os risinhos nervosos. Até domingo na missa das dez. O acólito, a alva, o cordão, o turíbulo, as galhetas, a água e o vinho. A missa em…

Ler mais