(Com)Bater o Bullying
Por Filipa Marques
A data 20 de outubro não pode passar despercebida. Foi o dia mundial de combate ao bullying.
O bullying “é uma forma de comportamento agressivo no qual alguém causa intencional e repetidamente desconforto ou danos a outra pessoa. Pode tomar a forma de contacto físico, palavras ou ações subtis” (APA).
Travá-lo é um combate de todos. Comecemos pela arma principal.
A arma mais poderosa para vencer esta luta é o envolvimento de toda a comunidade. Os pais, colegas, assistentes operacionais, professores, a comunidade em geral, os psicólogos, a direção da escola… TODOS, precisamos de todos.
Os pais ou encarregados de educação das vítimas de bullying têm um papel essencial na valorização dos sentimentos da criança/jovem e no apoio que lhe proporcionam, devendo ajudar o seu educando a denunciar e resolver a situação delicada em que se encontra. Não devem, em momento algum, desvalorizar o mal-estar ou sofrimento da criança/ jovem ou levá-lo a sentir-se culpado pela situação que está a viver. Se queremos uma sociedade justa e inclusiva, não podemos desvalorizar a agressividade, seja ela de natureza física ou psicológica.
Os outros alunos e os assistentes operacionais são também elementos imprescindíveis, pois são eles que observam estes comportamentos e que têm na sua mão a oportunidade de os travar e denunciar. Para isso, há que sensibilizar toda a comunidade escolar através de ações de prevenção do bullying, que são muitas vezes dinamizadas pelos psicólogos em colaboração com os professores e outros membros relevantes. Os professores, principalmente os diretores de turma, são na maioria das vezes aqueles que intervêm na mediação da situação e na resolução direta da situação de bullying. Já os psicólogos podem ajudar os professores nesta mediação e proporcionar acompanhamento tanto à vítima como ao agressor. Isto porque o agressor é muitas vezes uma criança ou jovem que encontra nos comportamentos agressivos uma forma de se expressar, cativar a atenção dos outros ou colmatar uma fragilidade. Também se pode dar o caso de ser alguém que necessite de regras para ajustar o seu comportamento.
Por último, mas não menos importante, há vários elementos da comunidade que podem ser uma peça-chave na luta contra o bullying, nomeadamente treinadores desportivos e membros de clubes culturais, artísticos ou religiosos, porque pela sua proximidade à criança/jovem são muitas vezes alguém em quem as crianças/jovens confiam e revelam aquilo pelo qual estão a passar. Também porque no decorrer das atividades podem identificar e resolver situações de bullying, bem como sensibilizar para este tema.
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