200 Textos 200
Chamo-lhe textos porque não sei como os classificar. O primeiro tem a data de 9 de Outubro de 2014. Semana a semana fui escrevinhando um novo. Criei o hábito de não o fazer antes da terça ou quarta-feira anterior. Muitas vezes não sei sobre o que vou escrever. Mas tem surgido sempre uma palavra, um facto, uma pessoa que me dá razão para continuar.
Sobre uma palavra, surgida do nada, pode nascer um texto que uma mão que não sentimos vai escrevendo. Crescemos com as piruetas que as palavras fazem à nossa frente. As letras são as amantes dos escrevinhadores. Vivem com eles. Enchem-lhes a cabeça. Prendem-nos à escrita. São tentadoras. Seduzem e sabem a ternura. Crescem nos cabelos e descem pelo corpo até às mãos. Das mãos fluem para o papel ou para o ecrã. Ganham vida quando se juntam umas com as outras. Conduzem a razão.
Duzentos textos e duzentas dores. Dores sofridas, dores de parto, dores de lua nova. O texto a crescer devagar. A mão a sofrer. Quinhentas ou seiscentas palavras, a ideia que não tem fim. Não me venham com a conversa do fim das ideias e dos ideais. Comigo essa conversa não pega. A luz, o sinal, o diálogo interrompido, o jogo das palavras. As palavras cantadas. As palavras suadas.
Uma força imensa que veio do Fogo. A filha do Vulcão, da Caldeira, os pés descalços, uma claridade enorme naquela pele escura. Chegou à minha vida vinda de um bairro de má fama. Gente boa. Criou duas filhas. Deu-lhe estudos. Ela sempre se negou a aprender. «Isso é para as minhas filhas.» É uma inspiração. Toma conta de mim como se eu fosse um menino. É a minha consciência mais pura. A minha outra voz. Uma doçura que se diviniza nos apertados abraços. Que seria eu sem ela? Que seria eu sem a Isaurinda?
Aqui já vos falei de tantas coisas. Sentimentos que fui deixando. Beijos melados. Algumas raivas. (A raiva é sempre má conselheira.) Incompreensões, coisas sem explicação. Revolta. Rebeldia. Ensaios sobre o teatro da vida. A roda que não pára. Vamos rodando, crescendo, até desaparecermos por trás do pano. Há tanta coisa que já esqueci. Coisas que, por vezes, aparecem de novo em cena. O ruído das tábuas, o actor que não dá a deixa, a vedeta que cai em desgraça e muito mais que não quero lembrar.
Irei continuar a escrever enquanto me lerem e me aceitarem. Irei continuar a escrever para mim. Segredos de vidas desvividas. Desencantos e encantos de amores calados. Alianças e anéis penhorados. Boas e más acções. O palhaço rico e o palhaço pobre. O circo todo que nos envolve. Os malabaristas das vidas alheias. Os ursos a andarem de bicicleta.
Prometo também falar do Mar. Do meu Mar. Da minha outra vida. Do navegar sem destino. Do mais profundo sentir. Hoje não vou ler este texto à Isaurinda. Ela não gosta que falem dela. Sei que se vai zangar. Leio depois e já sei que vou ouvir.
200 Textos 200.
Jorge C Ferreira Março/2019(200)
200 textos! Parabéns, Jorge!
Todos eles dialogaram comigo, de uma maneira ou de outra. Deram-me, muitas vezes, respostas ás minhas inquietações. Alertaram-me para a realidade da vida que vivemos. Fizeram-me ganhar asas e sonhar. Deram-me alento e esperança. Emocionaram-me. Tocaram-me, todos eles, e é essa a leitura que eu mais gosto, com a qual mais me identifico.´
É uma dimensão de amor imensa que partilhas connosco. Obrigada, meu amigo.
Continua a aparecer com a ternura de sempre.
Beijo
Obrigado Manuela. Interagir com as pessoas. Fazer de cada texto um diálogo com a vida. Chegar a todas as ilhas. Que bonitas as tuas palavras. Abraço.
Parabéns pelos 200 textos. Como eu gostava de os ter lido todos.
Li alguns e neles encontrei Poesia…Desassossego…Revolta…mas também Esperança…Liberdade…Amor…
Que nunca lhe faltem as palavras e nunca lhe doam as mãos.
É gratificante lê-lo na noite de 2°feira. Se não o faz fica um vazio.
Obrigada, Mestre Escrevinhador. Um abraço.
Obrigado Idalina. É tão bom ler as suas palavras. Vou tentar não a desiludir. Abraço
Como lhe estou grata! O Jorge não faz ideia a falta que nos faz quando se ausenta para férias. É cá um vazio!… Um grande abraço
Obrigado Madalena. Essa força que me transmite é tão importante. Abraço
Cheguei tarde, mas cheguei ao belo texto, à tua crónica, ao que queiram chamar. Não foi isso que foi importante, apesar de 200 serem muitos pedaços de ti. Creio ter-te ” adivinhado ” nos 200. Em cada um és tu que estás, com as tuas inquietações, mas com momentos felizes, com amigos que ganhaste, ou perdeste. Impossível não te procurar e seguir. Em todos também nos reconhecemos, porque conheces bem a alma das pessoas. Dás-te aos outros e recebes os outros como tão bem sabes. És um Ser especial com uma sensibilidade ímpar. A tua vida é de muitas vidas feita. E tens a Isaurinda, um alter-ego que te acompanha. Quantas estórias esconderá no seu ” pano de pó?” esta Mulher de quem já somos amigas? Querido amigo, queremos mais 200 ” espelhos teus “. Esperamo-los, sim. Porque crescemos, choramos e rimos e ficamos um bocadinho mais ricas. Hoje conhecemos melhor a Isaurinda. Sabes como é fraterna a nossa Amizade, já selada num inesquecível abraço. Desculpa-me a extensão deste parecer. É assim que te sinto . Continuarei a aguardar-te. Beijinhos da tua irmã/ amiga.
Obrigado Ivone. É graças a vós que escrevo. Vocês são a razão do meu sentir. Vou dizendo o que vocês me dão. O teu abraço, minha amiga/Irmã, nunca esquecerei. Outro abraço
As palavras abrem alas,saúdam quem delas fazem contos e estórias,romances e histórias de vida. Meu amigo escrevinhador,que as tuas mãos nunca percam o norte,que as palavras te acompanhem nessa tua caminhada de caminho feito…
Abraço!
Obrigado Célia. Tentarei apanhar as palavras que são oferecidas. Tentarei alinhar as ideias e dar sentido à escrita. Abraço
Duzentos textos que não li. Perdi muitos. No entanto, encontrei-te e atrevo-me a dizer que recuperei as tuas belas palavras por vezes sofridas, ansiosas por se tornarem crónica. Tinha que ser feminina. Afinal, também aqui referes a tua “Senhora Poesia”. Este teu jeito delicado de nos despertares para o essencial da vida. Sabes que os sinto como “contos”, talvez porque me encantam. Parabéns Jorge! Abraço grande.
Obrigado Regina. Que bom as minhas palavras te terem encontrado e tocado. Palavras felizes se tornaram. O encanto do encontro entre quem escreve e quem lê. Abraço
Querido Jorge
Antes de mais, os meus Parabéns. Os meus Parabéns pelo numero de textos , é realmente bastantes significativo, mas mais do que um número, são 200 textos de saber, são 200 textos de inspiração, são 200 textos de Luz, ternura, reflexão, sapiência, são 200 textos de sabedoria Divina , atrevo a dizer. Porque é assim que os leio. É assim que os sinto. É sempre com espectativa que aguardo pelo fim das tardes de segunda-feira. Ler estes pequenos textos, estas crónicas, é crescer, é aprender, é ter o prazer de sentir tantas vezes que há umas mãos enfeitiçadas que nos tocam, que tocam no mais fundo de nós . Por isso a saudade. A saudade imensa quando o teu mar chama por ti. Uma saudade imensa e bela. Porque sabemos do teu amor a ele e como vocês se entendem. Por isso, a querida Isaurinda perdoa-te sempre – Ela é sábia.
Abraço e obrigada. Sempre!
Obrigado Cristina. Estou tão grato pela tua generosidade. Pela teimosia em seguires o que escrevo. Gosto muito. Abraço
Um privilégio
Meu