COVID-19 | Mário de Sousa Presidente da Comissão Política de Mafra do CDS-PP – Um olhar político sobre a pandemia

MARIO DE SOUSA

Mário de Sousa é Presidente da Comissão Política de Mafra do partido CDS-PP

 

  • Como é que avalia a atuação das autoridades locais no ataque à atual pandemia por covid-19?

As autoridades locais de um modo geral têm-se limitado a seguir as medidas nacionais propaladas pelo governo central. Com algumas exceções ditadas pelas excecionalidades tudo tem corrido de forma monocórdica. Anunciadas medidas de exceção com pompa e circunstância (muito audiovisual) rapidamente se percebeu que o que se procurava anunciar era demasiado irrisório para a crise que desabava. O balanço que se terá de fazer só acontecerá a partir de Outubro. Seria bom que o executivo fosse adiantando cenários para o nosso Concelho.

  • Que outras medidas tomaria se fosse poder no concelho de Mafra?

Já se anuncia uma terrível recessão económica, com dificuldades para as famílias e as empresas. Se o CDS-PP estivesse à frente dos destinos autárquicos já tinha tomado medidas para baixar de forma acentuada o IMI. Não se compreende que as famílias do concelho de Mafra paguem um IMI elevado. Além disso, deve-se colocar a seguinte questão: o nosso tecido empresarial como está? O que acontecerá aos munícipes se sofrerem cortes de água, luz, comunicações e gás? E quando as moratórias dos empréstimos e das rendas terminarem?

Com o confinamento físico veio forçosamente o confinamento de ideias e se aqui por Mafra de algum modo isso já era uma prática comum, agora agravou-se. O direito à reunião existe mas todos sabemos das limitações existentes.

Se o executivo autárquico se preocupa em promover a transmissão de eventos públicos, tais como espetáculos musicais e de teatro via internet (facebook), porque razão se escusa a transmitir da mesma forma as Assembleias Municipais e de Freguesia? Parece que Mafra é música, como se diz por aqui!

  • Como é que olha para o futuro pós-covid, em termos da repercussão que os novos hábitos/atitudes/medos possam ter na atividade política e na expressão económica, social e cultural?

Em termos socioeconómicos, as previsões para Portugal, para a Europa e para o Mundo, deterioraram-se de um modo muito significativo nos últimos três meses, e hoje de uma forma generalizada e quiçá muito realista, é já aceite sem reticências que apenas ‘procuramos boiar num mar encapelado e desconhecido’  frente a uma crise estrutural, que se abaterá sobre nós fustigando-nos pelo menos até final de 2023.

Neste momento, tentar adiantar olhares sobre o futuro pós-covid só poderão ser olhares pessimistas sobre uma crise socioeconómica tremenda. Tudo dependerá de quando acontecer o ‘pós’ e da forma e estado em que lá chegarmos. Tudo o mais será futurologia sem qualquer credibilidade.


Nota do diretor

Nesta fase que é já (ainda) de desconfinamento, o Jornal de Mafra pediu aos principais lideres políticos do concelho de Mafra, que a partir de 3 perguntas, iguais para todos, lançassem um olhar político sobre a pandemia que assola o concelho, o país e o mundo.

PS, PAN, CDU, CDS-PP e Aliança responderam às questões que colocámos. Não contactámos o BE, uma vez que esta força política não tem estado ativa no concelho. Com o PSD, não foi possível entrar em contacto, uma vez que aquele partido não dispõe de um contacto telefónico público e que nem o endereço de email da sede concelhia (info@psd-mafra.com), nem o endereço da concelhia de Mafra registado na página nacional do PSD (geral@psdmafra.com) se encontram ativos.

Ainda no quadro que estamos a descrever, o Jornal de Mafra pediu uma entrevista a Elísio Varandas, médico de saúde familiar no concelho de Mafra e único Presidente de Junta por um partido da oposição, entrevista que foi concedida e que contamos publicar ainda esta semana.

Pedimos ainda uma entrevista a Hélder Silva, Presidente do Conselho Municipal de Segurança de Mafra e Presidente eleito da Câmara Municipal de Mafra, entrevista exclusivamente dedicada a temas covid-19, pedido em relação ao qual não obtivemos, como vem sendo habitual, qualquer resposta.


O Jornal de Mafra e a DGS Aconselham

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