Folhetim | Casa de Hóspedes (13º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério   Casa de Hóspedes (13º. Episódio) No recanto da casa de jantar, uma pequena mesa para as revistas e dois sofás desirmanados, a que Dona Júlia chamava pomposamente a salinha, a cena desenrolou-se. Sem intróitos, a outra falou, é o pulha do meu marido, a senhora desculpe a palavra, mas ele não merece outro nome, um homem que é homem não deixa assim o lar, sem mais nem menos, uma casa muito boa, a senhora havia de ver, com todo o…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (12º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério   Casa de Hóspedes (12º. Episódio) A campainha da porta tocou, uma vez, duas vezes, de seguida. Dona Júlia pensou, quem será que vem com pressa, se é para vender porcarias vai de caminho que eu já estou atrasada para ir à praça, e logo hoje que queria apanhar algum peixe fresquinho. Espreitou pelo ralo, uma figura desconhecida de mulher, bom aspecto, mas nunca fiando em aspectos, que anda por aí muito malandro com ar de pessoa séria, pigarreou e perguntou…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (11º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério   Casa de Hóspedes (11º. Episódio) Era num anexo da Igreja setecentista, uma meia porta aberta, um degrau exterior para subir, dois interiores para descer. Um perigo, dizia a Dona Júlia, quando o tempo está de humidades não é preciso mais para se escorregar e partir uma perna, que Deus nos defenda, e persignava-se. No átrio de lajedo, à direita, um corredor mal iluminado dava acesso, ao fundo, à casa, para um ou dois lugares de morto, propriamente dito. Só um…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (10º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério   Casa de Hóspedes (10.º Episódio) Era num anexo da Igreja setecentista, uma meia porta aberta, um degrau exterior para subir, dois interiores para descer. Um perigo, dizia a Dona Júlia, quando o tempo está de humidades não é preciso mais para se escorregar e partir uma perna, que Deus nos defenda, e persignava-se. No átrio de lajedo, à direita, um corredor mal iluminado dava acesso, ao fundo, à casa, para um ou dois lugares de morto, propriamente dito. Só um…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (9º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério   Casa de Hóspedes (9º. Episódio) A Dona Júlia aproveitou a hora do jantar para informar os hóspedes sobre as cerimónias fúnebres do vizinho de baixo. Que o corpo já estava desde as sete da tarde na casa mortuária da igreja de Santa Marta, que fecharia à meia-noite, que achava muito bem, não havia necessidade de ficarem ali toda a noite como se fazia antigamente. O Sr. Mário até acrescentou que era um sacrifício para os vivos e que nada adiantava…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (8º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (8º. Episódio) Quem havia de dizer, um homem que parecia vender saúde, na força da vida, eu nem quero acreditar, não somos nada, a vida são dois dias, coitada da família, coitado dele que vai para o barroco, quem cá fica governa-se. Não é bem assim, a Adelaide é nova, a miúda está uma mulherzinha, o miúdo é que ainda está atrasadito, tudo tem remédio menos a morte, parece que estava a adivinhar que a vida não durava…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (7º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (7º. Episódio) Não se pode dizer que o quarto independente fosse lugar isento de prevaricações, nomeadamente no tempo em que lá habitaram o Zeferino e o Gil, jovens estudantes, inteligentes, procurando avidamente o que a capital lhes podia oferecer, nas suas casas de vinho e miúdas, que o Zeferino referia, cofiando o bigode farto, o olhinho maroto a luzir. Cultivava um certo ar de filho pródigo a quem a mesada voava no mesmo dia em que chegava. Havia…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (6º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (6º. Episódio) O Sr. Mário era o hóspede mais antigo lá de casa. O mais antigo e também o mais velho. Foi ali parar quando o casamento de décadas não aguentou mais. Ao falar da mulher, tinha tremores nas mãos e gestos desordenados. Se era raiva, ou ódio, ou desamor, só ele saberia. Indiferença é que não era, a avaliar pela firmeza com que apertava e tornava a apertar o nó fininho da gravata. Ainda cumpria o seu…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (5º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (5º. Episódio) Sempre a fungar, a D. Adélia, um tique que lhe ficou desde que aquele malandro se negou a casar, mesmo nas vésperas da boda. Tudo pronto. Convites feitos. Sala alugada para o repasto, hora aprazada com o padre. O fato da noiva, lindo, de um branco virgem, mais virgem do que ela que se entregara àquele pedaço de homem, moreno e peludo, com uns olhos de botar fogo. Os papéis já estavam a correr, qual era…

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Folhetim | Casa de Hóspedes (4º. Episódio)

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] FOLHETIM | Uma rubrica de Licínia Quitério Casa de Hóspedes (4º. Episódio) Dona Júlia, filha única, escola primária acabada, foi aprender costura com a Ermelinda Nabeira, uma jóia de mulher, umas mãos de fada, que nada recebia por ensinar, como não acontecia com outra gente aproveitadora do trabalho de crianças, e que ainda lhe dava um lanchinho, pão com toucinho ou azeitonas. Casou-se cedo, Dona Júlia, teve tudo, como dizia, com os olhos humedecidos, à D. Laura do primeiro andar, tudo, D. Laura, amor, compreensão, conforto, nada de…

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