A Paixão segundo Constança H. “E não só o meu passado, mas o passado da mulher: a menstruação, o útero; o tempo lunar das mulheres marcado pela descida do sangue pelo interior do corpo.” (Extracto do diário de Constança H.) Pag. 199. Entrar neste livro é uma vertigem imensa. É percorrer a paixão. A paixão no feminino. A inquietação das mulheres que a sociedade sempre tentou aquietar. Percorrer a luta eterna das mulheres pelo seu direito a SER. A paixão. O sexo. O suor. A traição. O sangue. A morte.…
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Crónicas de Jorge C Ferreira | Novas do Reino
Novas do Reino. Já enviei crónicas para este espaço de muito lugar. Daqui, deste Reino, a primeira vez que o fiz foi em Maio de 2015. Com alguns intervalos, por este Jornal tenho estado todas as semanas desde Outubro de 2014. Se não me enganei nas contas estou prestes a chegar à crónica cento e setenta. Por aqui me tenho entregado. Temas variados. A liberdade que me deram e que é essencial para mim. Comigo, muitas vezes a querida Isaurinda: minha consciência, minha outra palavra, uma maneira única de chegar…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | As casas de uma vida
As casas de uma vida O cheiro das casas. As casas que foram nossas ou nos emprestaram. Casas com vida dentro. Casas vividas e desvividas. Os livros a correrem as estantes. As estantes a mudarem de sítio. Os autores que amamos sempre perto de nós. Uma estante especial. Um lugar de honra. As mulheres das casas. As suas diferentes maneiras de as habitar. Os largos caminhos. Os diferentes cabelos. Os tamanhos e as cores. O amor que sempre se jura eterno. As paredes que não falam. As camas que…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | Divagar
Divagar Saber do que vos devia falar e não me apetecer. Optar pela divagação. Falar de tudo e de nada. Falar das ausências que magoam. Falar dos livros que nos amarram ao sonho. Das telas que nos levam os sentidos para sítios estranhos. Da diva que canta num teatro repleto de gente estupefacta e que parece só cantar para nós. Do monólogo intenso, num palco quase sem cenário, que nos faz chorar. Do choro de um piano. Depois, escrever mais um texto e morrer de overdose. As palavras assassinas. Os…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | Preocupações
Preocupações I – Os Bancos. Continuamos a despejar dinheiro sobre os bancos. Milhares, milhões, milhares de milhões. Quantidades que não cabem na nossa imaginação, por mais criativos que sejamos. Um dinheiro que, na verdade, já não existe. É algo que se passeia por um mundo virtual e que nos vai ludibriando. Hoje já não são necessárias pás para carregar o vil metal. Das acções já não vemos o papel. Os cofres estão a cair em desuso. Basta um “enter” e milhões viajam pelos canais de fibra óptica e aparecem, como…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | Ir a Lisboa e endoidecer
Ir a Lisboa e endoidecer Hoje fui a Lisboa e fiquei louco. Sim, fui passear pela minha cidade. Pela minha cidade Mãe. A “cidade branca”. A cidade da luz única. A cidade do rio grande. Sim, fui a Lisboa e enlouqueci. Que estão a fazer à minha cidade? Que invasão é esta? Onde estamos? Dizem-me que Lisboa está na moda. Mas que Lisboa? A Lisboa quase sem lisboetas? Qualquer dia temos reservas de naturais nos bairros típicos. É necessário alguém que tenha uma ideia para a Cidade. É urgente! A…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | Um beijo para Marielle
Um beijo para Marielle Chegar ao Rio num voo de ilusão. Procurar Marielle. Procurar a Liberdade. Procurar as mulheres de todas as cores e de todas as alegrias. Procurar o Arco-Íris. Procurar Marielle. Encontrar rostos com vontades escritas. A valentia tatuada em cada corpo. Os corpos abertos e despertos. Milhares de “Marielles” a ocuparem as ruas que lhes querem negar. O Rio de Janeiro. A cidade única. Chegar ao Corcovado olhar para o imenso e não ser capaz de conter as lágrimas. Porque o belo desarma todas as defesas, faz-nos…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | O Caos
O Caos Procurar o belo no meio do caos. Amar sob as ruínas da maldição. Fazer um filho no ventre da guerra. A carne do desassossego. Uma flor que nasce de um pó infestado de cólera. Um verso escrito com sangue desconhecido. Um poema de dor e sofrimento e uma escrita de letra desenhada com um martirizado esforço. Uma mão trémula. Um verbo desconhecido. As linhas desalinhavadas num desencontro encontrado. Saber da virtude imensa da arte. Do seu enorme poder de sedução. Do seu amor pela luz. Uma luz que…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | As Guerras
As Guerras Chegam-me gritos, choros e um cheiro que incomoda. Um cheiro a guerra. Uma guerra constante, uma vergonha que nunca pára. De guerra em guerra nos vamos cansando. Já nos doem os olhos de ver tantas lágrimas. De ver tantos povos massacrados. Tanta mortandade. Fazer as guerras longe de casa. É este o propósito dos cães grandes. É assim a hipocrisia dos senhores que fazem e mandam nestas abastardadas guerras. Traficantes da morte. Vendem as armas e choram os mortos. Restos de desumanas pessoas a quem é difícil dar…
Ler maisCrónicas de Jorge C Ferreira | Este País
Este País Sofro ao ver as mulheres do meu País à porta das fábricas, as caras sofridas, os olhos magoados, a vida a fugir. Tenho nojo dos ordenados em atraso. Tenho nojo de quem usa o trabalho de alguém e não paga. Vem-me um nome à cabeça: escravatura. O cutelo do despedimento sobre a cabeça. A selvajaria das multinacionais. O capital sem nome. Os fundos abutres. Gente sem princípios. O dinheiro sujo. Ao mesmo tempo sinto orgulho ao ver a capacidade de luta dessas mulheres. A sua capacidade de resistência.…
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