[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Abriu a caça Abriu a caça Os restos de nada. Os farrapos, os fiapos, os trapos. Um ermo sem fim. Um caminho sem destino. O pó e o transe. A ressaca, o cansaço, o corpo que treme. O fim da linha. Um corpo que não se vê ao espelho há anos. O ar hirsuto. As marcas que tenta esconder. As cicatrizes, as infecções, a quase putrefacção. Um destino sem destino. Entretanto abriu a caça. A caça ao voto. Os jantares,…
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Crónica de Jorge C Ferreira | Um Tempo Suspenso
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Um Tempo Suspenso Um Tempo Suspenso A mágoa. A dor que parece uma brisa permanente. A marca. O ferrete. O não conseguir compreender. O não ser capaz de esquecer. Os enigmas. O saber cada vez menos. O pensamento contínuo. O círculo vicioso. A arte da prestidigitação. O truque que sabemos que é batota, mas a que vamos assistindo. O tudo que habita o nada. Conseguir ir vivendo. A metade da cama fria. As paredes invisíveis. Os muros que ainda não…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Tempos inquietos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Tempos inquietos Tempos inquietos Insinuante. Um olhar que trespassa muros e paredes. Um caudal de sedução. Uma mulher que podia ser uma estátua de um escultor de beldades. Tudo perfeito no que os nossos olhos vêem. As pernas cruzadas e enroladas uma na outra. Uma boquilha enorme. Um cigarro. Uma explosão de fumo. Tudo naquela sala é estudado ao mínimo pormenor. Tudo é de um tempo em que o belo se mostrava no mais pequeno detalhe. Um tempo em que…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Saber Ver
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Crónica de Jorge C Ferreira | Saber Ver Saber ver. Aprender a contemplar. Imaginar a vida para lá do que vemos. Como se chega aqui? Como vamos lidar com toda esta informação? Saber que se tem um amor do outro lado do mundo e não saber o lugar, a morada. Ter toda a vida por escrever. O destempo. O desespero. Chegar ao inimaginável lugar e abrir os braços ao novo vento. Sítios que não vêm nos mapas, nem nos globos com lâmpadas que iluminam as terras…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Travessas, travessuras, travesseiros e travessões
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Travessas, travessuras, travesseiros e travessões As travessas do cabelo. As travessas que a minha avó Ana e minha tia/avó Emília não dispensavam. O tempo dos carrapitos e dos cabelos enormes das mulheres desse tempo. Mulheres sábias e resistentes. As gestoras eficazes das curtas férias. As travessas de loiça que apareciam quando os tachos não iam para a mesa. O sabor e o cheiro daquelas comidas tão belas de quentes. Comidas feitas pelas mãos da ternura. Nos dias da travessa a comida parecia ter um sabor diferente. Tantas…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | O ódio, a inveja
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O ódio, a inveja O Ódio. Essa nódoa imensa que, por vezes, atinge as pessoas. O ódio que faz mal a quem o anda a ruminar. O ódio que desgasta mais quem odeia do que quem é odiado. O ódio, a doença que necessita de tratamento. Tratamento urgente. Tratamento que necessita de continuidade em virtude das recidivas. Muito ódio é sublimado a partir da inveja. Nesta terra de invejosos a coisa abunda. A inveja que deprime. Rasga o corpo por dentro. Uma infinita danação. Ter inveja…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | O Jerricã
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O Jerricã Olha o Jerricã da moda. Há para todos os gostos. Há no chinês e dizem que até na Av. da Liberdade nas lojas de luxo. Tudo de jerricã na mão. O País do jerricã. A depressão, a intoxicação, o malvado do gasóleo. As tristes octanas. Um Massacre. Uma autêntica violência sobre as mentes incapazes de reagir. As televisões a marcar o ritmo. Os repórteres, estagiários, espalhados pelas bombas de gasolina. Tudo nos cai em cima. Até o jerricã já está farto. O garrafão já não…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Sentimento de Posse
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Sentimento de Posse Possuir. Ter. O sentimento de posse. A quase loucura. O sentir o outro como seu. A negação do amor. A inversão dos sentimentos. Um “click” e passa-se do que se julga amor ao ódio. O triste sentimento de propriedade. Isto é meu – a frase fatal. Não és minha/meu não és de mais ninguém – a frase letal. A primeira estalada. O falso arrependimento. O pedido de desculpa. A cama como falsa reconciliação. O perdão sem razão. O erro tantas vezes repetido. As marcas.…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | Ventos
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] Ventos Sopram ventos de quadrantes indefinidos. Sopram poeiras, areias, pedras e feitiços. Ventos que abanam os corpos inteiros. Ventos da vida toda. Barcos à procura de portos de abrigo. Pessoas à procura de uma casa segura. Chamam-lhe tempestade, ciclone, furacão. Dão-lhe um nome de mulher e dizem que têm olho. Ir ao olho do furacão. Ver o interior daquele reboliço. Desaparecer e aparecer no outro lado do mundo. A vertigem. A vontade imensa de ser herói e vítima. Atravessar a tempestade e dançar à chuva. A inclemente…
Ler maisCrónica de Jorge C Ferreira | O Pão Nosso
[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup] O Pão Nosso O Forno, a lenha, o fogo, o calor. Amassar A massa a crescer. Fazer a barriga e as maminhas nas carcaças. A Pá enorme de madeira. Os cavaletes e os tabuleiros. Os panos brancos. O pão a sair quentinho. Que cheiro, que estalar. Esse pão que o meu Pai me ensinou. A Padaria era o meu reino. O pão branco e o pão escuro, o pão de segunda. O respeito enorme pelo pão. O pão sempre na mesa. Sem pão e vinho a mesa…
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