Crónica de Alexandre Honrado – Como está tu, tattoo?

Crónica de Alexandre Honrado Como está tu, tattoo?   Muito tempo de confinamento e as discussões tornam-se a melhor alternativa ao tédio. Esta surgiu quando alguém nas imediações trouxe o tema para a ribalta: as tatuagens. De onde vieram, porque as usamos, são banalidade ou elementos da nossa originalidade e liberdade? Modelo duplo da civilização ocidental dos últimos decénios, a tatuagem perdeu entre nós a excecionalidade dos elementos estéticos e desafiadores. Chamo-lhe modelo duplo, pois por um lado tomou conta da pele do corpo e por outro fez o mesmo…

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Crónica de Alexandre Honrado – De frase em frase e o erro de citar este e aquele

Crónica de Alexandre Honrado De frase em frase e o erro de citar este e aquele   Sem nostalgias, guardo por vezes algumas frases. Não sou daqueles que gosta da citação pela citação e até me assusta a frase isolada, tirada de um contexto qualquer que fica sempre impune, que nos leva a pensar uma coisa quando o original tendia para outra muito diferente. É sempre útil resgatar o exemplo daquela frase (manipulada) de Fernando Pessoa que passou à memória das citações como “A minha Pátria é minha língua” e…

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Crónica de Alexandre Honrado – Leituras e revisões durante o confinamento

Leituras e revisões durante o confinamento Por Alexandre Honrado   Não sei bem, pelo menos ao certo, porque me detenho tão longamente sobre textos de autores com os quais discordo. Alguns desapontam-me tanto que acho incrível terem sido escritos por seres humanos sem marca visível de humanidade. Pode parecer masoquismo; estarei longe disso, porém. Não tenho o menor gosto pelas ideias deste e daquele, no entanto reconheço que a forma como as defendem e lançam ao mundo, acabam por interessar-me e ajudam-me a produzir maior firmeza nas minhas próprias ideias…

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Crónica de Alexandre Honrado – A história é muito feia

A história é muito feia Por Alexandre Honrado   A História mostra-nos a fealdade da progressão humana, desde as raízes mais remotas às desilusões dos dias que vivemos. Somos o resultado de muitos ancestrais que, para levarem pão à boca, à sua e só às vezes às dos seus, não olharam a meios para atingirem fins que não eram mais do que os do egoísmo cruel a que chamamos sobrevivência. A esmagadora maioria das sociedades históricas só o foram por eliminação, progressiva e consciente, das sociedades que as tinham precedido. …

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Crónica de Alexandre Honrado – Companheiro, aqui estou!

Companheiro, aqui estou! Por Alexandre Honrado   Gosto desta palavra: companheiro. Fazer companhia é uma arte subtil, é preciso saber como fazê-lo, isto é, parcimoniosamente, sem atropelos, sem dar demasiado ou sonegar em demasia, respeitando. Dar sem esperar receber, ou receber inesperadamente uma dádiva que, inconscientemente, era o que mais precisávamos. (Uma golfada de afeto para o coração funcionar a plenos pulmões? Ou esta é uma frase suficientemente confusa para saltar por cima?). Há companheiras e companheiros para a vida e repare-se que não falo apenas de seres humanos, incluo…

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Crónica de Alexandre Honrado – Tudo hoje me parece mera ficção

Tudo hoje me parece mera ficção Por Alexandre Honrado   Engole grandes baldes de ar. É assim que lhe parece, pelo menos. Grandes baldes de ar a invadi-lo quando aos pulmões chega apenas um pedaço ínfimo, um segredo de vida que lhe permite a quase ilusão de respirar. Ilusão é o termo mais apropriado, ilude-se na confusão dos sentidos que provoca a distorção da perceção – a que se inflige e a que lhe é provocada. Nem sabe bem porquê, passa-lhe por instantes o pensamento de que isto não é…

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Crónica de Alexandre Honrado – O tempo depois da verdade

O tempo depois da verdade Por Alexandre Honrado   Já estudamos, com mais ou menos afinco, a comunicação da era da pós-verdade, numa espécie de submissão, de conformismo face à carga muito pesada dos projéteis que nos derrubam no formato das notícias falsas que pululam quotidianamente. A falta de qualidade e de isenção dos serviços noticiosos e a capacidade de aspergir boatos sobre os crédulos em que  as redes sociais se tornaram, traz essa marca à ribalta da Academia que aos poucos se organiza para ver como pode – ou…

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Crónica de Alexandre Honrado – O mundo que os economistas antecipam

O mundo que os economistas antecipam Por Alexandre Honrado   Mandam-me como coisa certa e confirmada um longo texto, em 20 pontos, que terá sido publicado no “The Economist”. São 20 ponto que sistematizam uma análise abrangente sobre este duro e massacrado ano de 2021, que ainda agora nem dois meses cumpriu, e que procura sobreviver por entre muita desorientação, medo e morte. Terão sido mais de 50 especialistas, surpreendentemente motivados por visões futuristas do que está por vir neste pobre 2021. Quem é especialista em alguma coisa devia temer…

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Crónica de Alexandre Honrado – Ainda não estou vacinado

Ainda não estou vacinado Por Alexandre Honrado   A chuva não para. As ondas são maiores do que a memória. Somos objetos moles e incapazes. Lama. Muita lama. Não nos preocupamos com a sintaxe, porque não é a ordem das palavras na desordem dos dias o que mais nos preocupa, mas uma insana luta contra o envelhecimento, que leva tantos a correr para as prateleiras dos cosméticos e para as mãos do cirurgião estético, esquecidos do tempo da conjugação do verbo existir, esse verbo que só faz sentido na coabitação,…

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Crónica de Alexandre Honrado – Faz tanto frio pelo mundo fora

Faz tanto frio pelo mundo fora Por Alexandre Honrado   A História espera sempre que alguém a escreva. E convém escrevê-la. Reparem como todos as grandes civilizações sem escrita acabaram por desaparecer. A História esconde-se nos seus recantos, labirintos e esquecimentos, fica a pairar por séculos e séculos até que algum golpe de sorte lhe dê a luz do dia. Ou da lanterna. Ou da vela. Ou do degelo como parece ser agora o caso, triste caso que coincide com aquilo que o “grande sábio” Donald Trump – e outros…

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