Petição contra Museu da Música em Mafra | Pianista Artur Pizarro é primeiro subscritor

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No próximo mês, a Associação dos Amigos do Museu da Música irá realizar uma assembleia-geral destinada a avaliar a transferência do Museu da Música para Mafra, segundo uma declaração à Lusa, da solista Helena Marques da Silva, vice-presidente daquela associação. Segundo alguns associados, a transferência do Museu da Música para Mafra poderá por em causa a existência desta associação, pondo também dúvidas, relativamente à possibilidade de realizar em Mafra a programação de concertos que tem estado a cargo da associação.

Segundo aquela responsável, para além destes problemas, também ficarão em causa as atividades que o museu desenvolve com as escolas, as universidades e com o Conservatório Nacional.

Terão sido estas, algumas das razões que levaram um grupo de pessoas, tendo por primeiro subscritor o pianista Artur Pizarro, a colocar uma petição online, destinada a pedir que se reavalie a transferência do Museu da Música para Mafra.

A petição, que tem neste momento 98 signatários, de entre eles, Miguel Ivo Cruz, violoncelista e professor do Conservatório Nacional, António Tilly, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, Christian Bayon, construtor de instrumentos, Ana Paula Russo soprano e João Paulo Janeiro, organista, entre outros.

O texto da petição é o seguinte:

Para: Sr. Primeiro Ministro, Sra. Ministra da Cultura

Esta petição tem por missão respeitosamente pedir ao Sr. Primeiro-ministro e à Sra. Ministra da Cultura que reavaliem a decisão da ida do Museu Nacional da Música para o Palácio Nacional de Mafra, que dialoguem com músicos relevantes nacionais que não só conheçam o Museu mas também o local para onde se pretende mudar o Museu e considerem encontrar uma nova solução, melhor para todos os envolvidos, que não necessariamente ponha Mafra completamente de parte, mas que aproveite os parâmetros da ideia original do Sr. Primeiro-ministro. Essa solução existe e é verdadeiramente interessante e merecedora de atenção.

Independentemente das razões logísticas, profissionais ou pessoais, legítimas que sejam, dos signatários desta petição, a instalação de um Museu Nacional fora da capital, não deixa de ser uma aposta corajosa, embora arriscada, do Ministério da Cultura e do Município de Mafra.

Para além dos problemas logísticos e técnicos que esta transferência implica, a (re)criação de novos públicos e a motivação dos profissionais para fazerem de Mafra uma nova centralidade nesta área, terá de ser muito bem estudada, muito bem planeada e muito bem “vendida”. No entanto, a ideia de descentralizar, criando novas centralidades especializadas, a ideia de valorizar as periferias, é por si só, um desafio aliciante, merecedor de ser trilhado.

Esperemos que este venha a ser um desafio superado, uma vez ultrapassada a fase política e logística, quando a realidade tiver de se confrontar com a capital aqui tão perto e com as resistências das corporações.

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