OPINIÃO POLÍTICA | José Martinez – Avançar é preciso!

[sg_popup id=”24045″ event=”onLoad”][/sg_popup]

Avançar é preciso!

 

Hoje não me apetece falar de Mafra.

Apetece-me falar da Europa, da Europa continente, da União Europeia.

Não vou falar da história, da necessidade que as potências industriais europeias tiveram de regular o mercado da energia e das matérias primas à época essenciais, o carvão e o aço, por ventura um dos substratos das guerras mundiais que tiveram a europa como palco principal.

Não porque não considere a história importante para a compreensão dos factos que a história, factual, descreve, mas porque na matéria sou aprendiz e também porque a síntese do meu conhecimento não se compadece com a dimensão, necessariamente reduzida, que uma crónica num jornal digital deve ter.

Vou falar da Europa do “sonho” que nos venderam, dos “slogans” a que atribuímos uma realidade, que a realidade tem dramaticamente desmentido.

Sonhámos com uma Europa que defendesse os direitos e as aspirações dos trabalhadores e dos povos, o que temos é a EU que defende os interesses das grandes potencias e dos grupos financeiros.

Sonhámos com uma Europa de desenvolvimento económico, de progresso social e que defenda o ambiente, o que temos é a UE que tem aumentado a exploração, as desigualdades, o retrocesso social, a estagnação económica.

Sonhámos com uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, o que temos é a UE instrumento das imposições supranacionais, que desrespeita a democracia e a soberania dos povos.

Sonhámos com uma Europa que defendesse a paz e a cooperação entre os povos de todo o mundo, o que temos é a UE das do militarismo, da corrida aos armamentos, da ingerência e da guerra.

Não sou crente, não tenho fé, e muito menos tenho fé no que é a construção do mundo pelos homens, não se desculpem com ELE, parafraseando um homem de fé, preciso de ver para crer e o que tenho visto é:

Destruição de sectores industriais alienados ou vencidos por concorrência desprotegida, também aqui em Mafra, como foi o caso da Electro Mecânica ou da FOC, entre outras;

Destruição de centenas de milhares de explorações agrícolas e o abandono de centenas de milhares de hectares de cultivos e pastagens, também aqui em Mafra;

Destruição de mais de metade da frota pesqueira, também aqui na Ericeira;

Estas foram as realidades do Mercado Comum e depois do Mercado Único.

Com o Euro a realidade tem sido ainda pior, o prometido progresso social traduziu-se em retrocesso social. Em vez de mais emprego tivemos mais desemprego e precariedade. Em vez de melhoria dos salários e do poder de compra temos a degradação dos salários e do poder de compra. Em vez de convergência com os países economicamente mais desenvolvidos, temos divergência económica e social. Com o euro aumentaram as desigualdades, a pobreza, a emigração forçada, o envelhecimento da população, as assimetrias.

O euro, em vez de investimento trouxe desinvestimento, mais desindustrialização, desnacionalização de empresas estratégicas, mais endividamento.

Nada do que foi prometido se concretizou.

Outra Europa é possível, a Europa dos nossos sonhos, a Europa do continente europeu, a Europa das conquistas dos trabalhadores e dos povos, das grandes revoluções, a Europa do progresso social, do desenvolvimento económico, da democracia e soberania dos povos, a Europa dos direitos humanos, a Europa da cooperação e não do militarismo.

Dar voz e corpo a esta Europa é reforçar a CDU no parlamento europeu.

 

Fevereiro 2019

Leia também