Opinião Política | José Manuel Graça (PS) – COVID-19, usar máscara … que chatice!

COVID-19, usar máscara … que chatice!

 

Primeiro levaram os “anti-vacinas”
Mas não me importei com isso
Eu nunca fui “anti-vacinas”

Em seguida levaram alguns “anti-confinamento”
Mas não me importei com isso
Eu também não sou “anti-confinamento”

Depois prenderam os “anti-máscaras”

Mas não me importei com isso
Porque eu não sou “anti-máscaras”

Nada me afligiu.

Agora que estou contaminado,
já é tarde.
Como fui egoísta

e não me importei com ninguém,
…se não fosse o SNS

…ninguém se importaria comigo.

Adaptação livre um poema de Bertolt Brecht (1898-1956) ou,para alguns, de Martin Niemöller (1892-1984)

Por favor pare, pense e olhe para o Mundo. Em que ponto estamos? E Mafra? Será que vive isolada do Mundo?

Vivemos numa enorme crise pandémica, económica, ambiental e de valores universais. Acredito que a esta nefasta pandemia, mais ano menos ano, será resolvida pela ciência. Enquanto isso não acontece, o que vamos assistindo?

Por um lado, quando se está a aproveitar desta pandemia para espalhar a sementeira de ódio, a ganância desmedida, as crenças religiosas, o racismo e as enormes desigualdades sociais. Um alfobre alimentado diariamente por um populismo irracional cuja colheita que esperam é a do caos, do ódio, dos interesses espúrios, da irracionalidade que esperam ir alimentar um campo propicio ao populismo.

Pare e pense – se ama a Liberdade – e não se conforma com a irracionalidade reinante.

A história ensina-nos que as crises são grandes incubadoras dos inimigos da liberdade, de irracionais e de gente oportunista que agitam o sentimento mais primário da humanidade …. o meeeedoooo! A COVID-19 mata, sim. Mata tal como os acidentes, as gripes que matam entre 290.000 a 650.000 pessoas/ano, a diabetes, os AVC’s, etc. Mas, esse “medo”, essas negações, … fazem-nos caminhar para o precipício!

Claro que não nos basta “acreditar” que a doença se vai embora com um estalar de dedos. Isso será como discutir e tentar convencer o ponto cardinal da Serra da Atalaia. A natureza será sempre superior à espécie humana, e não há nenhuma alternativa ao contorno do obstáculo que nasceu com a humanidade. Pelo contrário, a ignorância sobre a doença é a única coisa que vai matar mais que a própria doença.

Aqueles que se opõem ao uso da máscara e outras formas de controle e travão à pandemia, nomeadamente por terem de usar máscara, desconhecem o sentido semântico do verbo que usam nos slogans: escravizar que, significa, trabalhar sem remuneração.

Mesmo não estando a trabalhar ao usar uma máscara eu estou a proteger-me e a proteger aqueles com quem me relaciono. Eu, podendo já ter feito um teste de despiste e estar negativo não sei, a cada momento, se estou infetado e – por essa razão – se sou um potencial agente infecioso.

É fácil encontrar nas redes sociais protestos contra isto e contra aquilo fazendo eco de teorias conspirativas assegurando que o vírus não existe, que os casos positivos são falsos, que as máscaras são instrumentos do demónio, que nada se passa além de uma conspiração mundial para suprimir liberdades, blá-blá … blá-blá. Na minha modesta opinião, a recusa do uso da máscara – enquanto outro método mais eficaz não seja conhecido – é um sinal de estupidez e falta de consciência social.

Citando Maria João Marques numa sua crónica inserida no Jornal PúblicoHá os maluquinhos que se sentem profundamente ofendidos na sua liberdade pela imposição temporária das máscaras – mas a esses só levo a sério no dia em que começarem a praticar nudismo na rua, em revolta por essa tremenda supressão da liberdade que é proibir as pessoas de se passearem sem roupa fora das praias de nudistas. E quando convocarem ajuntamentos contra o uso de preservativos. Evidentemente que os preservativos são uma necessidade inventada para dar dinheiro a ganhar a multinacionais e para os maldosos líderes mundiais privarem a população de parte do prazer sexual. Além disso, os vírus matam, logo morrerem pessoas com doenças sexualmente transmissíveis, é somente a natureza a fazer o seu trabalho.”

O presente do XXII Governo Constitucional, tem-nos dado garantias do investimento no SNS e este discutido OE/2021 tem um aumento de 1200 milhões de euros face a 2020, um aumento superior a 10% e continuando a admitir mais profissionais de saúde, totalizando a entrada de mais de 22 mil profissionais, desde 2015. O Governo não falhou e não falhará no SNS e o PS – criador do SNS – estará onde sempre esteve, ao lado dos Portugueses e a defender Portugal.


José Graça
Presidente da Concelhia do PS em Mafra; Membro da Comissão Nacional do Partido Socialista; Conselheiro efetivo do CES-Conselho Económico e Social; Membro do Secretariado Nacional da UGT; Vereador da Câmara Municipal de Mafra pelo Partido Socialista

Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de José Graça


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