COVID-19, usar máscara … que chatice!
Primeiro levaram os “anti-vacinas”
Mas não me importei com isso
Eu nunca fui “anti-vacinas”
Em seguida levaram alguns “anti-confinamento”
Mas não me importei com isso
Eu também não sou “anti-confinamento”
Depois prenderam os “anti-máscaras”
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou “anti-máscaras”
Nada me afligiu.
Agora que estou contaminado,
já é tarde.
Como fui egoísta
e não me importei com ninguém,
…se não fosse o SNS
…ninguém se importaria comigo.
Adaptação livre um poema de Bertolt Brecht (1898-1956) ou,para alguns, de Martin Niemöller (1892-1984)
Por favor pare, pense e olhe para o Mundo. Em que ponto estamos? E Mafra? Será que vive isolada do Mundo?
Vivemos numa enorme crise pandémica, económica, ambiental e de valores universais. Acredito que a esta nefasta pandemia, mais ano menos ano, será resolvida pela ciência. Enquanto isso não acontece, o que vamos assistindo?
Por um lado, quando se está a aproveitar desta pandemia para espalhar a sementeira de ódio, a ganância desmedida, as crenças religiosas, o racismo e as enormes desigualdades sociais. Um alfobre alimentado diariamente por um populismo irracional cuja colheita que esperam é a do caos, do ódio, dos interesses espúrios, da irracionalidade que esperam ir alimentar um campo propicio ao populismo.
Pare e pense – se ama a Liberdade – e não se conforma com a irracionalidade reinante.
A história ensina-nos que as crises são grandes incubadoras dos inimigos da liberdade, de irracionais e de gente oportunista que agitam o sentimento mais primário da humanidade …. o meeeedoooo! A COVID-19 mata, sim. Mata tal como os acidentes, as gripes que matam entre 290.000 a 650.000 pessoas/ano, a diabetes, os AVC’s, etc. Mas, esse “medo”, essas negações, … fazem-nos caminhar para o precipício!
Claro que não nos basta “acreditar” que a doença se vai embora com um estalar de dedos. Isso será como discutir e tentar convencer o ponto cardinal da Serra da Atalaia. A natureza será sempre superior à espécie humana, e não há nenhuma alternativa ao contorno do obstáculo que nasceu com a humanidade. Pelo contrário, a ignorância sobre a doença é a única coisa que vai matar mais que a própria doença.
Aqueles que se opõem ao uso da máscara e outras formas de controle e travão à pandemia, nomeadamente por terem de usar máscara, desconhecem o sentido semântico do verbo que usam nos slogans: escravizar que, significa, trabalhar sem remuneração.
Mesmo não estando a trabalhar ao usar uma máscara eu estou a proteger-me e a proteger aqueles com quem me relaciono. Eu, podendo já ter feito um teste de despiste e estar negativo não sei, a cada momento, se estou infetado e – por essa razão – se sou um potencial agente infecioso.
É fácil encontrar nas redes sociais protestos contra isto e contra aquilo fazendo eco de teorias conspirativas assegurando que o vírus não existe, que os casos positivos são falsos, que as máscaras são instrumentos do demónio, que nada se passa além de uma conspiração mundial para suprimir liberdades, blá-blá … blá-blá. Na minha modesta opinião, a recusa do uso da máscara – enquanto outro método mais eficaz não seja conhecido – é um sinal de estupidez e falta de consciência social.
Citando Maria João Marques numa sua crónica inserida no Jornal Público “Há os maluquinhos que se sentem profundamente ofendidos na sua liberdade pela imposição temporária das máscaras – mas a esses só levo a sério no dia em que começarem a praticar nudismo na rua, em revolta por essa tremenda supressão da liberdade que é proibir as pessoas de se passearem sem roupa fora das praias de nudistas. E quando convocarem ajuntamentos contra o uso de preservativos. Evidentemente que os preservativos são uma necessidade inventada para dar dinheiro a ganhar a multinacionais e para os maldosos líderes mundiais privarem a população de parte do prazer sexual. Além disso, os vírus matam, logo morrerem pessoas com doenças sexualmente transmissíveis, é somente a natureza a fazer o seu trabalho.”
O presente do XXII Governo Constitucional, tem-nos dado garantias do investimento no SNS e este discutido OE/2021 tem um aumento de 1200 milhões de euros face a 2020, um aumento superior a 10% e continuando a admitir mais profissionais de saúde, totalizando a entrada de mais de 22 mil profissionais, desde 2015. O Governo não falhou e não falhará no SNS e o PS – criador do SNS – estará onde sempre esteve, ao lado dos Portugueses e a defender Portugal.
Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de José Graça
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