Na última reunião de câmara, o executivo aprovou “trabalhos Complementares e trabalhos a menos” na empreitada de requalificação do Mercado Municipal de Mafra (reveja aqui o projeto).
A 17 de maio de 2021 o Mercado Municipal de Mafra encerrou para que se dessem inicio às obras de requalificação do edifício onde se encontrava alojado. A previsão de execução da obra era de 240 dias e orçavam os 1.285.915,92 €.
Em janeiro deste ano, a empresa responsável pela obra, a AECI, solicitou uma prorrogação do prazo alegando “atraso no fornecimento de materiais como consequência do período atípico do mercado de materiais de construção, em que há muitas dificuldades nas entregas e cumprimento dos prazos das encomendas, não havendo os materiais necessários ou tendo prazos de entrega muito elevados”. Ao que se acrescenta ainda a dificuldade em constituir equipas de trabalho devido a “alguns períodos de isolamento”.
A prorrogação do prazo adiou a conclusão da empreitada por mais 125 dias, passando a data prevista para a conclusão da obra a ser o dia 23 de maio de 2022.
Em meados de maio, a empresa construtora voltou a pedir uma nova prorrogação do prazo, tendo a Divisão de Obras Municipais proposto então, uma adenda ao contrato da obra onde pode ler-se: “[…] acordam as partes que o prazo para a execução da obra, é prorrogado, a título gracioso, até ao dia 14/10/2022″.
A 12 de julho o empreiteiro da abra apresentou uma relação dos trabalhos complementares e a menos, que representam um aumento de 180 272,61 € ao valor total da obra. Valor obtido retirando aos 203 746,37 € dos trabalhos complementares 23 473,76 € de trabalhos a menos.
Os trabalhos a menos estão assim justificados nos documentos a que o Jornal de Mafra teve acesso: “Da análise dos trabalhos inicialmente previstos na empreitada, verificou-se que alguns não são necessários, nomeadamente, parte dos equipamentos de ar condicionado, devido à reformulação do ar condicionado; parte dos cacifos; parte dos armários / aparadores e mobiliário, totalizando 23.473,76 de trabalhos a menos.”
Já nos trabalhos complementares (a mais) são contemplados: o revestimento das paredes interiores do piso 1 com painel de madeira, o fornecimento e aplicação de mosaicos antiderrapante nos arrumos da cave, a execução de tratamento exterior das fachadas, os trabalhos de impermeabilização do terraço para proteção da madeira, a fim de evitar que a mesma ganhe manchas devido à chuva, o aumento do número de bancadas, nomeadamente uma bancada de peixaria e 12 bancas de venda de produtos e todos os trabalhos de especialidades inerentes, o revestimento das paredes das boxes em azulejo cerâmico, o fornecimento e montagem de estores, entre outras.
Uma vez que o projeto “pretende manter as paredes exteriores do edifício” vai ser necessário, afirna-se, “proceder ao reforço das paredes” de modo a “garantir a segurança da fixação da estrutura de madeira”. Será ainda necessário proceder à “reconstrução de parte de parede exterior de alvenaria de pedra, por ser ter verificado que se encontrava fissurada e apresentar uma ligeira rotura da fundação” havendo por isso “necessidade de aumentar a escavação, a fim de permitir executar o trabalho”.
O novo contrato assinado entre empreiteiro e a câmara de Mafra refere ainda, que “o valor total dos trabalhos complementares é de duzentos e quinze mil novecentos e setenta e um euros e quinze cêntimos, sendo duzentos e três mil setecentos e quarenta e seis euros e trinta e sete cêntimos relativos aos trabalhos não previstos e imprevisíveis, e doze mil duzentos e vinte e quatro euros e setenta e oito cêntimos relativos ao valor do IVA”, sendo o “valor dos trabalhos a menos é de vinte e três mil quatrocentos e setenta e três euros e setenta e seis cêntimos”.
Apesar do “acerto de valores”, os documentos a que tivemos acesso, não referem nova alteração de data de conclusão da obra, mantendo-se o dia 14-10-22, como a data para o fim da obra.