O terrível incêndio que reduziu a escombros um dos monumentos onde mais história se fez na Europa, a Catedral católica Notre Dame de Paris,
1314 — Junto à catedral foi executado (queimado vivo) o último grão mestre templário, por ordem do Papa Clemente V
1431 — Coroação de Henrique VI de Inglaterra, no decurso da Guerra dos Cem Anos
1804 — Coroação de Napoleão Bonaparte e de Josefina de Beauharnais como imperador e imperatriz de França, na presença do Papa Pio VII
1909 — Beatificação de Joana d’Arc
veio chamar a atenção para o grau de proteção de que são alvo monumentos que são símbolos históricos ou que representam jóias arquitectónicas de grande valor cultural.
O Palácio Nacional de Mafra, é um desses exemplos. A sua construção iniciou-se em 1717, nos tempos em que o ouro do Brasil permitia todos os devaneios, reunindo no mesmo edifício, um palácio, um convento e uma igreja. Nos tempos que correm, o edifício está dividido em três usos a que correspondem três tutelas, Um espaço monumental Palácio/Convento gerido pela DGPC (Direção Geral do Património Cultural – Ministério da Cultura), um espaço ocupado pela Paróquia católica, outro gerido pela Câmara Municipal de Mafra e finalmente, boa parte do edifício é ocupado por um aquartelamento militar.
E se deflagrasse um incêndio no Palácio Nacional de Mafra?
Esta foi a questão geral que colocámos à direção do Palácio Nacional de Mafra, questão que contém muitas outras perguntas, para as quais também pedimos resposta aos responsáveis pela gestão local do monumento, na sua vertente museológica.
Em nome da direção do Palácio Nacional de Mafra respondeu Isabel Yglesias, Delegada de Segurança do Palácio Nacional de Mafra.
“Neste Monumento procuramos seguir, naturalmente, as indicações que nos são transmitidas pelos especialistas das diferentes áreas e temos aquilo que podemos considerar um Plano de Segurança feito de acordo com as melhores práticas e, no nosso caso, também pelos melhores especialistas ( responsabilidade do Eng. Cartaxo Vicente)“
Um plano de segurança, disse, que lida com cargas térmicas dispares, como será o caso, a título de exemplo, da Biblioteca e a Sala da Bênção.
Existe no Palácio Nacional de Mafra um sistema de deteção automática de incêndio? A existir, tem sido alvo de manutenção regular?
Algumas zonas do Palácio Nacional de Mafra têm detectores de incêndios (revistos e a funcionar).
Quantas bocas de incêndio existem no interior do edifício, incluindo jardins? Quantas bocas de incêndio existem no espaço exterior de proteção ao monumento?
Na zona museológica do edifício não existem bocas de incêndio (por razões óbvias) mas apenas extintores (105). No exterior existem 2 marcos de incêndio a Poente e Norte do edifício. Na Escola das Armas existe também um.
Quantos extintores de mão estão operacionais no espaço edificado do Palácio Nacional de Mafra?
O Palácio está dotado de extintores em todo o seu interior (105) e todos são revistos regularmente e estão a funcionar.
Existe um plano de evacuação do edifício? A existir, quando foi feito o último simulacro?
Temos um plano de segurança e evacuação em vigor, revisto e actualizado regularmente. A última actualização foi feita em 2018.
Os funcionários do Palácio Nacional de Mafra têm frequentado ações de formação nesta área?
Têm sido feitas algumas acções de formação aos funcionários na área de 1ºs Socorros, no manejamento de extintores e na evacuação do edifício. As últimas formações foram também em 2018.
Existem linhas de comunicação abertas entre o Palácio Nacional de Mafra e a Proteção Civil Municipal? A existirem, que ações concretas têm resultado desta colaboração?
O Plano de Segurança do Palácio Nacional de Mafra foi, desde o início, articulado com a Protecção Civil e com a Escola das Armas, que também utiliza o edifício.
Das respostas que obtivemos pode concluir-se que só algumas zonas do Palácio Nacional de Mafra estão cobertas por detetores de incêndio, que há 3 bocas de incêndio na área do palácio, e que no espaço interior há cerca de 100 extintores portáteis, que existe um plano de evacuação mas que os exercícios e simulacros não serão efetuados tão regulamente quanto a importância do edifício merece, que ocorrerão algumas ações de formação a funcionários e que haverá uma boa articulação de segurança entre a Protecção Civil, a Escola das Armas e o Palácio.
Numa pequena visita que fizemos hoje à zona pública do palácio, contámos 7 no piso do Convento e 16 no do Palácio Real, extintores visíveis, num total de 23 nos espaços públicos.