Crónica de Alice Vieira | Tesouros para todos

Alice Vieira

  Tesouros para todos Por Alice Vieira   No dia 6 de Maio, mas de 1957, era publicado o primeiro número do Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Claro que os mais novos nem sabem do que eu estou a falar, até porque o “Diário de Lisboa” fechou em Novembro de 1990. Não há ditado popular mais verdadeiro do que o  que diz—e desculpem lá a palavra — “onde mija um português, mijam logo dois ou três”. Ai aquele tem? Eu também quero. Ai aquele encontrou? Eu também vou encontrar…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Recordando o Juvenil do Diário de Lisboa

Alice Vieira

  Recordando o Juvenil do Diário de Lisboa Por Alice Vieira   No dia 6 de Maio, mas de 1957, era publicado o primeiro número do Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Claro que os mais novos nem sabem do que eu estou a falar, até porque o “Diário de Lisboa” fechou em Novembro de 1990. Mas a esmagadora maioria dos nossos escritores mais velhos passou por lá (Luísa Ducla Soares, Luísa Neto Jorge, Luís Castro Mendes, Jorge Silva Melo, José Mariano Gago, Hélia Correia, Pacheco Pereira, etc). Assim como…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | O que faz um nome

Alice Vieira

  O que faz um nome Por Alice Vieira   Tinha pensado numa série de assuntos que podia abordar aqui agora. Do 25 de Abril já toda a gente falou. E só me lembrava de assuntos tristes—a pandemia, a Ucrânia, as crianças que sofrem, o vírus da hepatite que parece estar a atacar agora, eu sei lá. Por tudo isto é que eu estou com uma depressão que nunca mais passa.  De vez em quando aparece uma amiga a quem eu  digo isso e logo ela responde “eu também“. Não…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Nomes estranhos

Alice Vieira

  Nomes estranhos Por Alice Vieira   Aqui há dias estava eu muito descansada aqui  na esplanada da praia do sul na Ericeira,quando uma jovem se chega ao pé de mim e pergunta se pode levar uma cadeira. Conheceu-me, estivemos ali uns minutos na conversa e quando lhe perguntei como se chamava ela respondeu “Dejanira”. Sorri. “Não me diga que é de Torres Novas?” Claro que era. Djanira era um nome típico de Torres Novas, mas que nestes tempos já não se põe muito às miúdas. Então ela disse que…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Um passeio por Sintra

Alice Vieira

  Um passeio por Sintra Por Alice Vieira   Antes de a minha pátria ser a Ericeira,  Sintra era a minha terra preferida. Passei por lá há dias (há quantos anos lá não ia…) e senti-me cheia de saudades. Em miúda vivi numa aldeia (hoje vila) perto de Sintra, chamada Rio de Mouro. E como em Rio de Mouro não havia nada, íamos quase todos os dias para Sintra. Como penso que toda a gente sabe, em Sintra viveu, no século 19, o poeta inglês Lord Byron. E os portugueses…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | O maluquinho da Ericeira

Alice Vieira

  O maluquinho da Ericeira Por Alice Vieira   Todas as terras têm um maluquinho de estimação. Nós aqui na Ericeira também tínhamos Alto, muito magro, sempre vestido de preto, passava o dia todo de pé nas ruas, ora em frente de casas, ora em frente de lojas, ora de cafés, onde quer que fosse Nunca se mexia, estava sempre de mãos erguidas ao céu, e murmurava coisas incompreensíveis, num fio de voz. Tinha um pequeno saco ao seu lado mas nunca pedia nada, mas muitos de nós deixávamos junto…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Estrela da Tarde

Alice Vieira

  Estrela da Tarde Por Alice Vieira   No teatro do Casino Estoril estreou, há muito pouco tempo, uma peça com os Irmãos Feist Agora que, com alguma cautela, já se pode ir ao teatro, chamo aqui a atenção para que todos os que puderem, se desloquem ao Estoril para a ver. O tema da peça é a vida e obra de Ary dos Santos. E tanto os Irmãos Feist como Ary dos Santos me dizem muito Antes de mais os Irmãos Feist são “os meus meninos”. Eu podia ter…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Livros estragados

Alice Vieira

  Livros estragados Por Alice Vieira   Como falei aqui nisso, quero hoje dar-lhes conta da minha grande felicidade: o meu amigo Mo, do Bangladesh, que ao princípio pensámos que se tinha suicidado mas mais tarde descobrimos que tinha voltado para a sua terra, de que tinha muitas saudades—regressou ontem!! Foi uma festa! Aquilo foram abraços e socos nas mãos que nunca mais acabava!  Segundo confessou, já não aguentava mais viver no Bangladesh…A namorada ainda não pôde vir mas virá depois. (Aqui para nós, acho que não lhe faz muita…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Quando o perigo nos ameaça

Alice Vieira

  Quando o perigo nos ameaça Por Alice Vieira   Quando esta crónica for publicada, já decorreram as eleições. Mas no momento em que a escrevo, ainda não. Devo dizer que não tenho tido muita paciência para ouvir todos os candidatos até porque, como desde sempre sei em quem vou votar, não preciso que eles me convençam. (Por acaso devo aqui confessar, que este ano tive algumas dúvidas: gostei muito daquele candidato — infelizmente não decorei o nome do senhor nem o nome do partido — que prometia, se fosse…

Ler mais

Crónica de Alice Vieira | Um grande dilema

Alice Vieira

  Um grande dilema Por Alice Vieira   Todos os meus amigos sabem que, desde há algum tempo, assentei arraiais na Ericeira. O ar do mar faz-­me muito bem. Mas antes de cá viver,  sempre cá passei  grandes temporadas. Já vivi na Rua de Baixo, já vivi no Largo da Anadia, etc, etc… Ou seja : praticamente todos me conhecem e eu conheço toda a gente. Um desses meus grandes amigos, de há muitos anos, chama-se Mo. Deve ter mais nomes, claro,  mas é do Bangladesh e esse é o…

Ler mais