Falando de Papas
Por Alice Vieira
Nestes últimos tempos temos convivido com o Papa de manhã à noite ( e, diga-se, o trabalho da RTP tem sido extraordinário ). Gostava muito de estar a participar na JMJ mas, para uma octogenária, pareceu-me demais, por isso tenho visto tudo na televisão.
E pus-me a pensar em todos os Papas que eu já tinha conhecido.
Em 1958, eu estava em Roma. Os tios que me criavam eram ferozmente laicos e agnósticos. Igreja, nem vê-la. Por isso eu nunca entendia por que é que aos domingos o padre da aldeia onde tinham nascido ia sempre almoçar lá a casa e davam uma data de dinheiro para a sua igreja.
Depois, um dia quiseram ir a Roma ver o Papa – na altura João XXIII. Falaram com todos os padres que conheciam e estes falaram com outros – e em 1958 eu estava com eles no Vaticano, junto de João XXIII. Eu tinha 15 anos, mas foi o Papa que mais me impressionou. Aqueles olhos azuis cravados nos meus, marcaram-me para sempre.
Anos mais tarde, com os missionários combonianos, com quem trabalho há muitos anos, fui a Roma ver o Papa João Paulo II. Anos mais tarde, por intermédio do ´bispo D. Carlos Azevedo, de quem sou muito amiga, estive com o Papa Bento XVI quando ele esteve em Lisboa.
Gostava muito de ter visto o Papa Francisco (até porque todos os Papas ficam na Nunciatura, que é mesmo em frente da minha casa de Lisboa) mas não consegui. Mas não tenho perdido nada do que a televisão tem dado.
Depois destes dias — é esperar pelo próximo Papa. Que eu tenho (quase…) a certeza de que será o meu amigo Zé.
Ou seja, o Cardeal D. Tolentino Mendonça.
Acham que as pessoas podem beijocar e tratar por tu um Papa?? Investiguem – e depois digam-me
Alice Vieira
Atualmente colabora com a revista “Audácia”, e com o “Jornal de Mafra”.
Publica também poesia e é considerada uma das mais importantes escritoras portuguesas de literatura infanto-juvenil.
Pode ler (aqui) as restantes crónicas de Alice Vieira