Covid-19 | Pressão crescente nos serviços de saúde e a variante Delta é a dominante na região de Lisboa e Vale do Tejo

 

De acordo com o mais recente relatório da monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, o número de novos casos de infeção por covid-19 (por 100 000 habitantes) mostra uma “tendência crescente a nível nacional”. O relatório refere ainda que se observa uma transmissão comunitária do vírus com intensidade e pressão crescente nos serviços de saúde, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT).
A variante dominante na região LVT é a Delta (B.1.617.2, associada à Índia) com uma prevalência superior a 60%.

A 16 de junho de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 105 casos por 100 000 habitantes em Portugal. A pesar de todos os grupos etários apresentam uma tendência crescente da incidência, a incidência mais elevada ocorreu no grupo etário dos 20 aos 29 anos (203 casos por 100 000 habitantes) e a mais baixa no grupo etário com 80 anos ou mais (27 casos por 100 000 habitantes).

No período de 9 a 13 de junho de 2021, o Rt apresentou valores superiores a 1, a nível nacional (1,14) e com tendência crescente em todas as regiões do continente. A região de saúde, em Portugal Continental, com o valor mais elevado foi a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) (1,20).

Mantendo-se estas taxas de crescimento, o limiar de 120 novos casos por 100 000 habitantes, acumulado em 14 dias, será atingido em menos de 15 dias ao nível nacional e na região do Algarve, e o limiar de 240 casos por 100.000 hab será atingido em Lisboa e Vale do Tejo em menos de 15 dias.

A 16 de junho de 2021, o número de camas ocupadas em Unidades de Cuidados Intensivos com casos de COVID-19 nos hospitais em Portugal era de 88 doentes. A região de LVT com 57 doentes internados em UCI representa 65% do total de casos em UCI.

A evolução deste indicador parece estar a assumir uma tendência crescente.
O grupo etário com maior número de internados em UCI é o grupo dos 50 aos 59 anos (27 casos neste grupo etário a 16/06/2021).

De acordo com o relatório, entre 10 a 16 de junho de 2021, 83% dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas após a notificação. 78% dos seus contactos foram rastreados e isolados no mesmo período.

É expetável que ocorram mutações nos vírus ao longo do tempo, o aumento da circulação do vírus na comunidade e o número de indivíduos parcialmente imunizados promove o aumento da frequência de novas variantes.
Até 16 de junho de 2021, foi realizada a sequenciação genómica em cerca de 9 000 amostras.

São 4 as variantes que circulam em Portugal: Alpha, Delta, Beta e Gamma.

  •  Variante Alpha (B.1.1.7 ou associada ao Reino Unido)
    É a variante mais prevalente em muitos países da União Europeia e foi a variante dominante em Portugal no
    mês de maio.
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  •  Variante Delta (B.1.617.2 e associada à Índia)
    Até à data foram identificadas três linhagens distintas desta variante: B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3.
    – Número de casos até 16 de junho de 2021: 157 casos confirmados laboratorialmente
    – A maioria era do sexo masculino ( 66,9%)
    – Idade mediana à data do diagnóstico: 36 anos
    – Região de residência mais frequente: região de LVT (77,7%) e do Centro (7,8%).
    – Casos foram importados: 8,3% dos casos foram importados e 24,8% apresentaram
    contacto com outros casos da mesma variante
    – Nacionalidades mais frequentemente identificadas foram: portuguesa (52,9%), seguida da nepalesa (21,7%)
    – Não foi possível estabelecer ligação epidemiológica para 35,7% dos casos, principalmente, em casos de infeção residentes na região de LVT, o que suporta que a transmissão comunitária desta variante está bem estabelecida nesta região.
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  •  Variante Beta (B.1.351 ou variante associada à África do Sul)
    – Número de casos até 16 de junho de 2021: 113 casos confirmados laboratorialmente
    – A maioria eram do sexo masculino (55%)
    – Idade mediana à data do diagnóstico: 41,5 anos
    – Região de residência mais frequente: região de LVT (58,4%) e do Norte (24,8%).
    – Casos foram importados: 14,2% dos casos foram considerados casos importados
    – Nacionalidades mais frequentemente identificadas foram: portuguesa (77,9%), seguida da angolana (5,3%).
    – Não foi possível estabelecer ligação epidemiológica para 25,7% dos casos, o que suporta a transmissão comunitária da mesma.
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  •  Variante Gamma (P.1 ou associada a Manaus, Brasil)
    – Número de casos até 15 de junho de 2021: 146 casos confirmados laboratorialmente
    – A maioria era do sexo feminino ( 52,7%)
    – Idade mediana à data do diagnóstico: 40 anos
    – Região de residência mais frequente: região de LVT (48,6%), região do Norte (27,4%)
    e região do Centro (13,71%)
    – Casos foram importados: 21,2% dos casos foram considerados casos importados
    – Nacionalidades mais frequentemente identificadas foram: portuguesa (72,6%), seguida da brasileira (19,9%).
    – Não foi possível estabelecer ligação epidemiológica para 23,3% dos casos, o que suporta a transmissão comunitária da mesma.

Observa-se um decréscimo do número de testes realizados nos últimos 7 dias, sendo a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 de 2,3%.

 

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