Estudantes de Mafra juntam-se à Greve Climática Estudantil de amanhã

Jornal de Mafra 2019.05.24 12h53m52s 016

Está agendada para amanhã, 19 de março, uma nova greve estudantil climática promovida pelo movimento Fridays For Future, que terá lugar um pouco por todo o Mundo.

Em Portugal, os jovens das escolas portuguesas irão aderir à greve internacional pelo clima com ações online, mas também com ações de rua, uma delas terá lugar em Mafra.

Em Mafra os estudantes decidiram juntar-se a esta iniciativa e amanhã, 19 de março, pelas 17h00 irão concentrar-se junto ao Palácio Nacional de Mafra.

No manifesto pode ler-se que:

“A nossa casa está a arder. A nossa sociedade foi abalada no último ano, mas está na hora de apagar o fogo. Quando a nossa casa está a ser consumida por chamas, não nos podemos dar ao luxo de esperar 10, 20 ou 30 anos para agir. Não há tempo a perder para pegar nos extintores.

(…)

Os ponteiros não param de girar, nunca pararam.

(…)

Em contrarrelógio erguemo-nos para lutar por justiça climática. No dia 19 de Março voltamos à ação porque não há tempo a perder. A luta pelo futuro já começou e não pode ser adiada. O mundo está a contar connosco!”

Com esta greve os estudantes exigem:

  • O cancelamento de todos os projetos que acarretem o aumento de emissões, como a construção do aeroporto do Montijo, a expansão do aeroporto da Portela e a expansão de portos (como o de Sines, Setúbal e Leixões);
  • A revogação do Decreto-lei 109/94, que permite a exploração de combustíveis fósseis em Portugal;
  • O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis;
  • O fim do investimento na aviação (meio de transporte mais poluente);
  • O fim das dragagens no rio Sado, que provocam a destruição dos ecossistemas, apenas para aumentar as emissões ligadas aos navios de mercadorias;
  • A rejeição de acordos de livre comércio, como o UE-Mercosul.

E reivindicam:

  • Criação de centenas de milhares de empregos para o clima nos setores-chave que reduzam as emissões (energia, transportes, floresta, construção, etc) e realizem uma transição justa;
  • Encerramento das infraestruturas mais poluentes, garantindo a proteção e requalificação dos trabalhadores;
  • Desmantelar as empresas petrolíferas, que têm uma responsabilidade direta não só nas emissões, mas também na militarização das zonas indígenas e na expulsão das comunidades locais nos países no Sul Global;
  • Criação de uma empresa pública de energias renováveis que lidere o processo de produção e distribuição de energias acessíveis e verdes;
  • Expandir a ferrovia nacional e internacional para que pessoas e mercadorias possam ser transportadas de forma mais ecológica, contribuindo para a coesão e interligação do território;
  • Melhorar a rede de transportes públicos em todo o território, tornando-os eletrificados, acessíveis e gratuitos de modo a haver um abandono progressivo do transporte individual;
  • Criação de um plano habitacional em que a) o acesso à habitação seja garantido a toda a população independentemente do seu estatuto socioeconómico, b) haja um verdadeiro plano de eficiência energética e de descontaminação dos edifícios públicos e c) procure encontrar soluções alternativas para edifícios que possam vir a ser afetados pelas alterações climáticas;
  • Criar um novo plano nacional florestal e agrícola fundamentado na agroecologia e permacultura, reduzindo a agricultura e pecuária intensivas, beneficiando a produção local e favorecendo um progressivo aumento da capacidade de auto-aprovisionamento alimentar em Portugal;
  • Incentivar projetos benéficos às zonas rurais e adequar as áreas florestais nacionais às condições climáticas actuais e futuras, apostando na diversificação de espécies e na promoção de árvores autóctones, numa perspetiva de aumento de resiliência face a incêndios e diversificação de usos florestais nas áreas rurais;
    Tornar o estudo das alterações climáticas e ecologia parte do currículo obrigatório em todas as disciplinas de aprendizagem essencial, em todas as escolas.

 

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