Estudantes de Mafra juntam-se à Greve Climática Estudantil de amanhã

Está agendada para amanhã, 19 de março, uma nova greve estudantil climática promovida pelo movimento Fridays For Future, que terá lugar um pouco por todo o Mundo.

Em Portugal, os jovens das escolas portuguesas irão aderir à greve internacional pelo clima com ações online, mas também com ações de rua, uma delas terá lugar em Mafra.

Em Mafra os estudantes decidiram juntar-se a esta iniciativa e amanhã, 19 de março, pelas 17h00 irão concentrar-se junto ao Palácio Nacional de Mafra.

No manifesto pode ler-se que:

“A nossa casa está a arder. A nossa sociedade foi abalada no último ano, mas está na hora de apagar o fogo. Quando a nossa casa está a ser consumida por chamas, não nos podemos dar ao luxo de esperar 10, 20 ou 30 anos para agir. Não há tempo a perder para pegar nos extintores.

(…)

Os ponteiros não param de girar, nunca pararam.

(…)

Em contrarrelógio erguemo-nos para lutar por justiça climática. No dia 19 de Março voltamos à ação porque não há tempo a perder. A luta pelo futuro já começou e não pode ser adiada. O mundo está a contar connosco!”

Com esta greve os estudantes exigem:

  • O cancelamento de todos os projetos que acarretem o aumento de emissões, como a construção do aeroporto do Montijo, a expansão do aeroporto da Portela e a expansão de portos (como o de Sines, Setúbal e Leixões);
  • A revogação do Decreto-lei 109/94, que permite a exploração de combustíveis fósseis em Portugal;
  • O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis;
  • O fim do investimento na aviação (meio de transporte mais poluente);
  • O fim das dragagens no rio Sado, que provocam a destruição dos ecossistemas, apenas para aumentar as emissões ligadas aos navios de mercadorias;
  • A rejeição de acordos de livre comércio, como o UE-Mercosul.

E reivindicam:

  • Criação de centenas de milhares de empregos para o clima nos setores-chave que reduzam as emissões (energia, transportes, floresta, construção, etc) e realizem uma transição justa;
  • Encerramento das infraestruturas mais poluentes, garantindo a proteção e requalificação dos trabalhadores;
  • Desmantelar as empresas petrolíferas, que têm uma responsabilidade direta não só nas emissões, mas também na militarização das zonas indígenas e na expulsão das comunidades locais nos países no Sul Global;
  • Criação de uma empresa pública de energias renováveis que lidere o processo de produção e distribuição de energias acessíveis e verdes;
  • Expandir a ferrovia nacional e internacional para que pessoas e mercadorias possam ser transportadas de forma mais ecológica, contribuindo para a coesão e interligação do território;
  • Melhorar a rede de transportes públicos em todo o território, tornando-os eletrificados, acessíveis e gratuitos de modo a haver um abandono progressivo do transporte individual;
  • Criação de um plano habitacional em que a) o acesso à habitação seja garantido a toda a população independentemente do seu estatuto socioeconómico, b) haja um verdadeiro plano de eficiência energética e de descontaminação dos edifícios públicos e c) procure encontrar soluções alternativas para edifícios que possam vir a ser afetados pelas alterações climáticas;
  • Criar um novo plano nacional florestal e agrícola fundamentado na agroecologia e permacultura, reduzindo a agricultura e pecuária intensivas, beneficiando a produção local e favorecendo um progressivo aumento da capacidade de auto-aprovisionamento alimentar em Portugal;
  • Incentivar projetos benéficos às zonas rurais e adequar as áreas florestais nacionais às condições climáticas actuais e futuras, apostando na diversificação de espécies e na promoção de árvores autóctones, numa perspetiva de aumento de resiliência face a incêndios e diversificação de usos florestais nas áreas rurais;
    Tornar o estudo das alterações climáticas e ecologia parte do currículo obrigatório em todas as disciplinas de aprendizagem essencial, em todas as escolas.

 

 

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