A Ericeira cresceu muito nos últimos 20 anos.
Cresceu demograficamente, cresceu urbanisticamente, cresceu nas visitas que recebe, cresceu na restauração e hotelaria, cresceu na popularidade.
Para este crescimento, contribuíram, entre outros factores, o término da A21 ligada à A8, as telenovelas filmadas na vila e arredores, a Reserva Mundial de Surf, as reportagens na imprensa, os famosos que promovem a Ericeira e as inúmeras campanhas (umas pagas, outras não) que grassam nos websites, blogues e outras plataformas no mundo do online.
Mas, este “boom” de popularidade e moda que inundou a Ericeira esconde outras realidades.
Nos últimos anos, a pacata vila também viu crescer a insegurança, a criminalidade, o vandalismo, a desordem urbana e a falta de manutenção.
O que não chega às revistas, televisões, redes sociais ou internet sobre a Ericeira, é a realidade crescente de assaltos à mão-armada, do pequeno crime, de vandalismo e destruição urbana, de falta de manutenção de equipamentos, de vias pedonais e rodoviárias deterioradas, de assaltos e arrombamentos a residências, de tráfico de droga a céu aberto, de ausência regular de policiamento, de paupérrima limpeza urbana e de outras situações que põe em perigo quem mora, quem visita e quem passa férias na vila da Ericeira.
Paralelamente, e por motivos globais e sobejamente conhecidos por todos, os níveis de preços na Ericeira (comércio, restauração, hotelaria, habitação, etc.) subiram desmesuradamente e, em alguns casos, acima da média nacional.
Se juntarmos a isto (também uma tendência global) o aumento de casos de falta de civismo, de urbanidade e de respeito para com quem reside na vila piscatória, temos os ingredientes necessários para que possa acontecer uma tempestade perfeita.
É preciso acautelar o futuro da Ericeira e não adormecer, de forma impávida e passiva, à sombra do sucesso actual. Não é desejável que se formem condições que possam levar a Ericeira para um caminho, já conhecido por outras estâncias balneares por todo o mundo, de retrocesso e de travessia do deserto no turismo e na sustentabilidade económica e social da vila.
João C. Martins
[Leitor pediu anonimato]
Concordo com a visão deste artigo e agora acho que a devassa da Ericeira continua e que quanto à sua transformação nada há a fazer, acho que o município deveria ter patrocinado um concurso de planeamento urbano e respeitar a qualidade provida mas preferiu optar por crescimento orgânico, iniciativa privada e agora é resultado de uns pouvos enriquecerem para o Ferrari enquanto muitos outros sujeitados por gerações até ao futuro terão de tolerar o crime prepertado e em curso.