Torres Vedras | Poder local democrático comemorou o 49.º Aniversário do 25 de Abril

 

O Dia da Liberdade foi hoje comemorado em Torres Vedras com a inauguração de uma exposição comemorativa dos 20 anos da Paços, a Galeria Municipal de Torres Vedras e com uma Sessão Solene Comemorativa do 49.º Aniversário do 25 de Abril, no Auditório do Edifício Paços do Concelho.

Nesta sessão tomaram a palavra representantes dos partidos presentes na Assembleia Municipal, à exceção de Renato Monteiro, deputado único do partido Aliança.

Numa sessão muito tranquila e muito assertiva, o representante do Chega, embora saudando a queda do regime do Estado Novo, preferiu valorizar os interesses dos antigos combatentes da guerra colonial e o 25 de novembro de 1975. O CDS fez um discurso focado na biografia de Aristides Sousa Mendes, o diplomata português que em Bordéus, à revelia de Salazar, concedeu cerca de três milhares de vistos de entrada em Portugal, a refugiados e optou por descrever as dificuldades sociais e de falta de liberdade, pelas quais os portugueses passavam antes de abril, e aproveitou a sessão para fazer um apelo à paz, seguramente a pensar na invasão da Ucrânia por parte da Federação Russa.

O deputado Jorge Santos, do Movimento Cívico, Unidos Por Torres Vedras, fez o discurso mais emotivo do dia na defesa dos ideais da revolução dos cravos, salientando depois, a crise pela qual passam atualmente a generalidade dos partidos políticos, frequentemente divorciados dos verdadeiros interesses das sociedades em que se integram, e que deviam representar. Do seu discurso, realce ainda para os problemas com que o concelho se debate na área da saúde e com as dificuldades que a força política que representa sente, no acesso à informação e na falta de transparência política por parte da maioria.

Pela voz da jovem deputada Marta Geraldes, o PSD surpreendeu pela originalidade. Marta Geraldes começou por ler um discurso muito bem estruturado, muito assertivo, muito equilibrado, mas talvez, demasiado politicamente correto. A surpresa surgiu quando a deputada referiu que o discurso por si proferido até àquele momento, não era dela, mas sim da autoria da plataforma de IA (Inteligência Artificial) ChatGPT – OpenAI, chamando depois a atenção para a “revolução”, esta também, que já assoma na esquina por via desta nova tecnologia, prometendo mudar muitos paradigmas atuais, nas áreas da organização do trabalho, da economia, da investigação e do atual modelo civilizacional. Já de palavra sua, Marta Geraldes virou o seu discurso para a necessidade da participação de todos na vida política do país e da sociedade global.

A representante do PS revisitou a necessidade de comprometer as novas gerações na construção da democracia, fazendo depois uma comparação entre o país que tínhamos antes de abril de 74 e aquele país em que hoje vivemos, nas várias áreas sociais, económicas e políticas. A deputada Manuela Pacheco fez nesta sessão aquela que foi a única referência ao malogrado presidente Carlos Bernardes.

Laura Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, enfatizou a necessidade de continuarmos a lutar pelos direitos, nomeadamente, na saúde e na educação. Referiu-se à guerra na Ucrânia e às repercussões globais do conflito, nomeadamente, às dificuldades que camadas cada vez maiores da população sentem em encarar os gastos do dia a dia, realçando as medidas tomadas pela câmara, no sentido de responder às repercussões sociais da atual crise. Como tem vindo a ocorrer, também a localização do novo hospital do oeste mereceu a atenção de Laura Rodrigues, que se insurgiu contra o recente adiamento da decisão governamental relativa a este tema.

José Correia, Presidente da Assembleia Municipal, seguiu o tom de apelo à participação política e realçou a necessidade olhar com muita atenção para a indústria ligada à fileira alimentar no concelho, atenção que já levou à criação de uma Assembleia Municipal temática.

Joana Camões emprestou a voz e Miguel Samarão, a sua mestria na viola Braguesa, dando corpo ao momento musical desta sessão comemorativa do 25 de abril. Foi assim que todos puderam vibrar com os acordes e o simbolismo de “Grândola Vila Morena” e ouvir outros temas musicais alusivos à celebração.

 

Leia também