Em situação de pandemia, entidades públicas, associativas, empresariais e particulares estão a trabalhar em conjunto para na impressão 3D de viseiras para proteger pessoal médico, enfermagem e auxiliar.
Entre os vários Fablabs a nível nacional que já iniciaram a produção de viseiras, encontra-se o Lab Aberto que se localiza em Torres Vedras e que neste momento necessita urgentemente de acetatos e de todos os que disponham e utilizem impressoras 3D.
De seguida, algumas questões e respetivas respostas, que permitem conhecer melhor esta iniciativa.
– Como é que surgiu a ideia de produzirem viseiras?
Lab Aberto – Surgiu pela percepção na comunidade maker nacional e global, de que as unidades de saúde não irão dispor de stock suficiente, nem fornecimento atempado do material de proteção individual normalmente utilizado, para o pessoal que presta cuidados de saúde aos doentes internados em ambiente altamente contagiosos, devido à escalada de contágio da pandemia COVID-19, provocada pelo coronavírus SARS-COV-2.
– Quais as entidades envolvidas no projeto?
Lab Aberto – O nosso projeto agrupa diversas entidades públicas, associativas, empresariais e particulares, a trabalhar em conjunto, distribuídos geograficamente, mas coordenados via internet, de modo a produzir e entregar estes equipamentos de proteção a quem deles mais precisa, o mais rapidamente, mais disseminadamente e da forma mais escalável possível.
Neste momento, agregamos as seguintes entidades: LabAberto FabLab de Torres Vedras, FabLab Benfica do Instituto Politécnico de Lisboa, FabLab EDP, Escola de Serviços e Comércio do Oeste, XYZLAB, Dholotec, ISICOM, A3, Agrupamento de Escolas Madeira Torres.
Estamos também neste momento a coordenar a produção no norte do país, contatando diversas entidades com capacidade de produção.
– Que número de máquinas têm a imprimir? E pretendem aumentar esse número?
Lab Aberto – Entre impressoras 3D pessoais e impressoras 3D e máquinas de corte laser de empresas, temos cerca de 20 equipamentos a produzir, quer componentes de viseiras em plástico em impressão 3D, quer viseiras inteiramente em plástico PETG transparente.
Pretendemos e esperamos conseguir aumentar significativamente o número de máquinas disponibilizadas quer por particulares, quer por entidades públicas, associações e empresas, para produção das viseiras. Quantas mais melhor!
– Que organizações que vão receber as viseiras?
Lab Aberto – As entidades em contacto, e outras a quem planeamos fazer chegar as viseiras são as seguintes: Centro Hospitalar do Oeste, Mafra, Lares, Hospitais de Lisboa, entre outros que tem vindo crescentemente a solicitar estes equipamentos. Assim que estiver constituído o grupo de trabalho no norte do país, as unidades hospitalares aí localizadas também poderão receber estas viseiras.
– Que trabalho é que estão a desenvolver para otimizar produção?
Lab Aberto – O nosso objetivo primordial é desenhar uma viseira open source que seja de fácil e rápida produção em grande escala, recorrendo a materiais que, sendo de fácil disponibilidade de fornecimento, também possa ir ao encontro dos requisitos e necessidades dos profissionais de saúde que a irão utilizar, em circunstâncias difíceis, e que nos obrigam também a pensar não apenas na eficácia da solução, mas também no conforto e facilidade de utilização.
Para isso, nos últimos dias, fizemos e continuamos a fazer o desenvolvimento e melhoria dos desenhos 3D desenvolvidos pela comunidade, para possibilitar a produção das viseiras não só em impressoras 3D industriais, mas também disseminar essa produção pelo já grande número de possuidores de impressoras 3D domésticas.
Em paralelo e para permitir uma capacidade de produção em muito maior escala, de nível industrial, trabalhamos na optimização dos modelos para corte a laser, que podem ser produzidos muito mais rapidamente (o corte laser demora em média apenas 15s a produzir uma viseira em plástico) e em grandes quantidades (na ordem dos milhares diariamente).
Recorrendo aos envolvidos e aos seus contactos, criámos também um grupo exclusivamente dedicado à produção e distribuição das viseiras.
– Quantas viseiras já entregaram até agora?
Lab Aberto – Até à data, entregámos cerca de 100 viseiras a várias entidades, quer o modelo impresso em 3D, quer o modelo produzido com corte a laser.
O modelo da viseira impresso em 3D que estamos a reproduzir e a entregar, foi proposto pelo maker Hanoch Hemmerich, de Tenerife ( https://www.thingiverse.com/thing:4233193 )
O modelo produzido com corte a laser foi desenvolvido nos últimos dias pela Dholetec, que integra este grupo e que está já a produzir em quantidade, tendo libertado o modelo para que outros o possam reproduzir.
O Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro também irá iniciar brevemente a impressão de viseiras, encontrando-se neste momento a aguardar um modelo de impressão mais pequeno para iniciar a sua colaboração.
Para contactar o Lab Aberto utilize o seguinte endereço de email: lababerto@gmail.com
Tenho uma impressora 3D na empresa que está parada se me enviarem o desenho posso fazer algumas protecções para quem necessita.