Problemas da “Mafrense” dão origem a Carta Aberta enviada a várias instituições

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Problemas da “Mafrense” dão origem a Carta Aberta enviada a várias instituições

 

Os problemas resultantes da inadequação dos serviços da “Mafrense” à maior procura de transportes, sobretudo na ligação Mafra-Lisboa-Mafra, depois de terem entrado em vigor os novos preços dos passes, tem feito correr muita tinta e prometem manter-se na ordem do dia.

De todos os concelhos que constituem a AML (Área Metropolitana de Lisboa), e são 18 municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal, só o concelho de Mafra, servido em regime de monopólio pela Barraqueiro, nas suas duas designações de transporte regular (Mafrense e Isidoro Duarte), não deram conta do recado, no que se refere ao muito previsível crescimento do número de passageiros.

Na última reunião da Câmara de Mafra, o seu presidente tentou “deitar água na fervura”, referindo mesmo ter feito um périplo com o seu vice-presidente, manhã cedo, por várias paragens de autocarro da Ericeira a Mafra, e daí à Venda do Pinheiro, tendo-se mostrado esperançado de que a situação se regularizasse, não tendo, no entanto, deixado de referir preocupação relativamente a um possível agravamento da situação, que poderia/poderá vir a ocorrer na primeira quinzena deste mês de Outubro.

Por outro lado, a gravidade de que esta situação se reveste deu já origem a uma petição online “Pelos transportes públicos entre o concelho de Mafra e Lisboa“, já assinada por 918 pessoas, onde se pede “[…] a revisão dos horários dos autocarros públicos do concelho de Mafra para Lisboa, aumentando a sua frequência“.

Surgiu entretanto uma carta aberta enviada à  AMT, CMM, Mafrense, DECO, Grupos parlamentares e alguns órgãos de comunicação social, onde se pode ler:

É urgente rever os horários, aumentando a frequência dos autocarros para que os passageiros consigam utilizar os transportes públicos. Apenas solicitamos que a oferta se adeque à procura”

 

“A situação é irregular mas continua-se a ver passar muitos autocarros sem parar nas paragens, por estarem cheios. Há pessoas que esperam uma hora para apanhar o autocarro. O tempo de viagem, para muitas pessoas, passou a ser o dobro ou mais. Por vezes, 5 a 10 minutos antes da hora de partir, no local de origem, o autocarro já está cheio e o número de pessoas em espera supera a capacidade de outro autocarro. Nem sempre há desdobramentos.

Se, por um lado, há cada vez mais pessoas a regressar aos seus veículos particulares devido ao caos dos transportes, por outro lado, continuam-se a bater recordes de espera nas paragens. Notou-se aumento no início de setembro e no início das aulas e no início de outubro e indicia que o crescimento de passageiros está para continuar”.

A carta aberta apresenta ainda uma longa relação de datas e horas de carreiras entre Mafra e Lisboa e regresso, com a anotação das perturbações verificadas, de que destacamos as mais recentes.

[…]

·        [2019-09-23 19:01] “Via Qta encheu. E estamos bastantes na fila”

·        [2019-09-23 19:10] “Pelas minhas contas 20 a 30 pessoas”

·        [2019-09-24 07:30] “No Alto da Vela ficaram 20 pessoas”

·        [2019-09-24 17:30] “No das 17:30 ficaram mais de 20 pessoas no campo grande”

·        [2019-09-24 17:44] “Ficaram +30 pessoas a espera do próximo, agora só às 18h para Mafra”

·        [2019-09-24 19:11] “Ericeira via Qta 19:30 – 25 pessoas incluindo eu” [que não conseguiram entrar no autocarro]

·        [2019-09-24 19:13] “Venda do Pinheiro com mais de 50 pessoas”

·        [2019-09-25 07:50] “Alto da Vela: 7:45. Entraram 4 pessoas e ficaram 20 na paragem.”

·        [2019-09-25 19:39] “Directo A21 das 19:40 para Mafra cheio. Saiu agora. 20 pessoas na fila ainda”

·        [2019-09-30 07:23] “Qta das Pevides: atrasado e cheio. Sensivelmente 30 pessoas na fila”

 

Continua pois por resolver uma situação, que na área metropolitana de Lisboa só afeta o concelho de Mafra, que se tem prolongado no tempo e que resistiu até agora a todas as abordagens e a todas as declarações políticas de intenções, da empresa, que se tem desmultiplicado em declarações à (alguma) imprensa, ou das entidades políticas locais, por muito piedosas que estas declarações se tenham mostrado.

Ao longo deste processo, vários leitores se têm dirigido ao Jornal de Mafra referindo que sempre houve muitos problemas no serviço prestado pela “Mafrense”, e que estas queixas mais recentes, resultam do facto de haver agora muito mais gente a aperceber-se dos problemas, por via do aumento da procura.

É ainda cedo para que haja reações a esta carta aberta, no entanto, pela proximidade, quer das populações, quer do senhor comendador do “império com rodas para voar”, como Humberto Pedrosa foi designado recentemente pela revista “Visão”, espera-se com especial interesse pela reação da Câmara Municipal de Mafra.

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