Opinião Política | Raquel Simões [IL] — Analisa os Resultados das Eleições Legislativas
No domingo os portugueses foram chamados a votar e conseguiram a abstenção mais baixa desde 1995. É um valor notável, tendo em conta últimas participações dos portugueses em eleições. A democracia está viva e os portugueses querem dar a sua opinião.
O Partido Socialista foi o grande derrotado da noite, passando de uma maioria absoluta para um segundo lugar. Os resultados não permitem uma maioria estável que possa pôr em prática um conjunto de reformas que são extremamente necessárias para o país. Portugal precisa de reformas estruturais em áreas muito importantes, mas será algo difícil de acontecer tendo em conta os resultados de domingo. Facilmente partidos com um ímpeto menos reformista, como o PS e o Chega, bloqueiam futuras reformas. É tempo de todos os partidos lidarem com responsabilidade com os tempos que se avizinham, que não se esperam fáceis, tendo em conta o contexto nacional e internacional em que vivemos.
O novo governo terá desafios acrescidos: tem de chegar a acordo com vários profissionais (médicos, enfermeiros, professores, polícias, funcionários judiciais, agricultores…; tem de resolver o caos na saúde só para enumerar alguns, pois podia continuar esta lista); deve decidir o futuro aeroporto, terminar a privatização da TAP, começar a resolver a crise da habitação, apostar no sector dos transportes, baixar impostos para os cidadãos e para as empresas e tantas outras ações necessárias para melhorar a vida dos portugueses.
Exige-se, do governo e dos partidos políticos, responsabilidade e serviço público, em prol dos cidadãos. Portugal não pode ficar refém de politiquices e viver num clima de constante instabilidade com o fantasma de novas eleições a pairar no ar.
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