Opinião Política | Leila Alexandre (PS) – Palavra de ordem: desconfinar

Palavra de ordem: desconfinar

 

O governo tem sido responsável, cauteloso e sensato na forma como combate a pandemia da Covid-19. Têm sido vários os elogios internacionais. Vamos deitar tudo a perder?

Hoje o Primeiro-Ministro António Costa fala ao país. Quando escrevo este meu artigo de opinião, isso ainda não aconteceu, mas há novidades na rua. Fala-se há muito de “desconfinar”, aquela que parece ser a nova palavra de ordem. Ao que indicam os media, já a 4 de maio abrem as lojas até 200 metros quadrados, os cabeleireiros, as livrarias e os stands automóveis. O comércio local é o primeiro a abrir portas e a encarar os clientes em tempo de pandemia. Durante os três estados de emergência, de toda a parte – turismo, restauração, associações de comerciantes, pequenas, médias e grandes empresas – se ouviram pedidos desesperados para que o governo permitisse a abertura de portas. Vai começar. E agora?

Nem o governo, nem a Direção-Geral da Saúde, nem as esferas europeias ou especialistas de várias áreas de interesse escondem a preocupação por trás do levantamento de restrições. Menos restrições correspondem, naturalmente, a mais contacto e, consequentemente, a um grau mais elevado de exposição à Covid-19. Mais exposição acarreta mais risco, o que culmina num aumento do número de infetados (e, eventualmente, de mortes). Podemos caminhar para criar um pico de casos e, quiçá, ter de voltar a “fechar”. Do outro lado, o argumentário é igualmente válido: a economia não pode parar e se é certo que há-de vir uma nova crise, devemos tentar diminuir o seu impacto e dimensão. As famílias, nas suas carteiras, já sentem as consequências da pandemia e a tendência é de um agravamento profundo dos problemas socioeconómicos. É preciso pôr o país a funcionar.

Então pergunto de novo: e agora? Queremos combater a pandemia mas precisamos de funcionar. Em que ficamos? Ficamos numa atitude que se quer responsável, cautelosa e sensata, pois parece ser essa a fórmula que resulta, se olharmos para o que tem feito o governo da nação. Cabe a cada um de nós agir com segurança e prevenção. A responsabilidade do dia de amanhã está nas nossas ações de hoje.

(Depois desta reflexão, e agora que se aproximam dias com temperaturas de verão: quais são os seus planos para o fim de semana?)

 


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