O Concelho não é rico, mas a Câmara é?
À crónica anterior dei-lhe o título de “O Concelho não é rico, mas a Câmara é” e fiz uma comparação do poder de compra dos munícipes de Mafra com o poder de compra dos munícipes da Área Metropolitana de Lisboa e do País.
Os números analisados, foram obtidos das estatísticas do INE.
Os munícipes de Mafra, de facto, não são ricos, ganham menos, e têm menos poder de compra do que a média dos habitantes do nosso país, o que não é aceitável num concelho da área mais rica de Portugal, a Área Metropolitana de Lisboa.
A Câmara assobia para o lado e cobra os impostos e taxas mais caros, não em linha com a verdadeira capacidade dos munícipes.
Para meu espanto acabo de receber o Edital convocatório da reunião ordinária de Junho em cuja ordem de trabalhos é pedida, pela Câmara à Assembleia Municipal, autorização para contrair empréstimos a pagar nos próximos 20 anos, no montante de quatro milhões e oitocentos mil Euros.
A Câmara já não se contenta com os trinta e cinco milhões de Impostos e Taxas que nos esmifra, sem contar com as alcavalas incorporadas no preço da água, ainda quer, agora, alimentar os construtores civis com mais quatro mil e oitocentos milhões de Euros que vamos pagar nos próximos 20 anos.
O betão e o alcatram continuam a ser a obsessão do PSD em Mafra.
Estes senhores do PSD, muito preocupados com as gerações vindouras, quando se tratam de deficits para dotar de condições o serviço nacional de saúde, ou o sistema publico de ensino, ou com o endividamento das famílias, para suportarem uma vida mais digna, obedecendo de forma cega aos M² (Merkel/Mácron), não hesitam em aumentar as receitas para o seu fausto, à custa do nosso futuro, do futuro dos nossos filhos e netos.
Desculpem-me os leitores este meu grito de revolta, mas estragaram-me a crónica.
A Festa
Hoje queria vos falar de Festa, da Festa do Avante, a que se repete sempre renovada à 41 anos, este ano é o 42 e tudo vamos fazer para proporcionar aos seus visitantes. Com 25 €, vamos ter três dias de… fiquei engasgado porque não a consigo definir numa pequena frase… afinal sempre consigo. Vamos ter a Festa e a Festa… para ser politicamente correcto é a maior realização político-cultural que se realiza no nosso país.
“A Festa é uma festa, não é um festival. Não é um sítio onde se vai «ver» um espectáculo ou onde se «mostram» artes plásticas ou performativas. Quem vai à Festa faz parte dela, participa, constrói-a. Para muitos, «construir» a Festa é mesmo isso, com tubo, madeira, pedra, fios, panos, tintas, arame, lápis, computador. Ou, já durante os três dias, para assegurar que tudo funciona.” Alguns camaradas, aqui de Mafra, já começaram o trabalho e a maioria de nós vai, no mínimo, assegurar o funcionamento da “tasca do leitão”. “Mas os visitantes também fazem parte da Festa, com o seu convívio, a sua alegria, a sua participação.
Na Festa há música, teatro, dança, artes plásticas, lançamentos de livros, num programa cultural notável, diversificado, a um preço imbatível. Há largas dezenas de debates, sobre os mais diversos temas. Há gastronomia de todo o País, confecionada com produtos locais por pessoas de cada sítio. Há desporto, em dezenas de modalidades e torneios, com destaque para a corrida da Festa, com milhares de atletas. Tudo em condições de conforto, higiene e segurança irrepetíveis numa festa desta dimensão ao ar livre, o que também explica porque é que tantas famílias se sentem à vontade para levar as crianças mais pequenas ou pessoas com mobilidade mais reduzida, e que todos se sintam lá bem.
Na Festa é possível conhecer sem filtros nem intermediários o que propõe, o que defende, o que pratica o PCP: quem queira conhecer as nossas posições e propostas, tem na Festa o local ideal, nas exposições, nos debates ou nos livros, mas sobretudo na conversa franca e fraterna.
Convidar amigos, colegas, familiares para ir à Festa do Avante! é uma tarefa de todos nos dias que faltam até 7 de Setembro. Os que nunca foram, os que já não vão há muito tempo, os que têm curiosidade em geral ou sobre algum espectáculo concreto, os que lutam nas suas empresas ou nas suas terras por direitos e um futuro melhor, todos merecem o convite para ir à Festa. Que ninguém falte, porque não há verdadeiramente Festa como esta.”
Até lá! Boas férias.