OPINIÃO POLÍTICA | José Martinez (CDU)
Depois de meses de intensa construção, preparação e divulgação, envolvendo milhares de militantes e amigos do Partido e da JCP, abriu no passado dia 3 de Setembro, as portas da 45.ª Festa do Avante!, que constituiu uma vez mais um exemplo maior de que a alegria, a cultura, a solidariedade e a luta são sempre possíveis.
Não é um slogan publicitário afirmar, relativamente à Festa do Avante!, que não há festa como esta!. Longe de ser um mero festival ou uma festa igual a tantas outras, a Festa do Avante! é uma realização ímpar, não havendo no País outra que se lhe compare.
Ao longo de três dias, foram centenas as iniciativas que tiveram lugar: dos dois grandes momentos políticos – a abertura, na sexta-feira, e o comício no domingo – ao concerto de música sinfónica (que este ano regressou, após o interregno de 2020), da grande exposição evocativa do Centenário do PCP aos espectáculos de música e teatro, da ciência às provas e demonstrações desportivas, da Bienal de Artes Plásticas ao cinema ao ar livre, passando pelas mais de seis dezenas de debates, conversas e apresentações de livros, e pela gastronomia e o artesanato de todas as regiões do País e de vários pontos do mundo.
A par com o programa anunciado e fielmente desenvolvido ali estiveram presentes as aspirações e lutas dos trabalhadores e das populações, das mulheres e dos jovens, dos emigrantes e dos imigrantes, bem como o direito das crianças a um presente seguro e alegre e a um futuro digno. E terão voz, uma vez mais, os combates travados por esse mundo fora contra a exploração e a opressão, pela soberania, o progresso, a democracia e o socialismo.
A força de um projecto
Organizada e construída pelo PCP, a Festa do Avante! permitiu um olhar bastante completo sobre os comunistas portugueses, como se organizam e o que defendem. Pelo modo como é construída, divulgada e mantida a funcionar, a Festa revela o valor do trabalho criador, colectivo, bem como o da militância, que Álvaro Cunhal descreveu no seu O Partido com Paredes de Vidro como «motivo exaltante de vida».
Não menos importante foi o que a Festa representou de democratização e estímulo à cultura e ao desporto, tantas vezes assumidos como negócios – e, como tal, acessíveis a cada vez menos. Mas na Atalaia, durante aqueles três dias, mostrou-se que o teatro, as artes plásticas e a música não são património de elites, mas direitos universais que urge consagrar, independentemente das condições sócio-económicas, do sexo ou da origem de cada um.
Promovida por um Partido com raízes profundas nos trabalhadores e no povo, cuja organização e luta organiza e estimula, a Festa do Avante! Mostrou, uma vez mais, como nenhuma outra iniciativa o que de melhor se faz nas várias regiões do País, ao nível da gastronomia e do artesanato, valorizando tradições e a cultura popular, condição indispensável à defesa da soberania. Ao mesmo tempo que, solidariamente, abre as portas aos povos do mundo.
E depois, há aquela alegria de viver e de lutar que é tão própria dos comunistas e que na Festa é extensível a todos. A mesma alegria que alguns tentaram confinar a propósito da epidemia e que em 2020, ali mesmo, na Festa do Avante!, se provou que é possível.
Também por isso, e pela igualdade, a fraternidade, a paz e a solidariedade que ali se vive e concretiza, esta é uma iniciativa sem paralelo.
Fomos à Festa!
Qualquer semelhança entre o que se passou na Festa e o anunciado pelo Avante! Do que ia ser a Festa não é pura coincidência.
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