Há uns meses, o Jornal de Mafra dirigiu-me um convite, para, em ritmo bimensal, escrever uma crónica política. Fui destemido, mas humilde o suficiente para aceitar o desafio, sempre consciente dos óbices e constrangimentos que despontam de tal quimera. Aceitei. Mas como me dizia um emérito Professor de Direito que muito estimo, “Para se passar numa rua de sentido proibido, primeiro tem de se tirar o sinal e depois então se pode passar”. Tendo isto em mente, este primeiro texto servirá como opúsculo, em jeito de apresentação e de declaração de interesses. Para que os distintos leitores saibam ao que venho desde as primeiras linhas… À semelhança do meu camarada Mário Soares, sou “Socialista, Republicano e laico”. E acredito, tal como ele, que “Só é vencido quem desiste de lutar”.
Eu, Alexandre Luís Howell de Almeida Seixas, tenho 36 anos. Sou pai de dois meninos que me fazem querer ser sempre um homem melhor. Profissionalmente tenho sido gestor, empresário, escritor de prosas e versos, professor, explicador. Sou licenciado em Estudos Europeus e pós-graduado em Marketing. Politicamente, tenho desempenhado diversos cargos, sempre a nível autárquico, do qual destaco a presidência da mesa da Assembleia de Freguesia de Venda do Pinheiro entre 2009 e 2013. Ouso agora ser um pouco mais interventivo.
Mas voltemos ao que me traz aqui… Uma crónica, para pensar o Concelho a nível político, no sentido mais alargado do termo – partidário, institucional, cultural e económico – no veículo de comunicação de eleição de Mafra, que é o Jornal de Mafra, constitui um ato cívico, mas também um desígnio que não posso deixar de abraçar e arriscar. Como usa dizer o meu camarada Elísio Summavielle, em Mafra, são já muitos anos de “monolitismo” que redundaram num “deficit democrático que terá de ser continuadamente combatido”. Nestas linhas e na atuação de todos os dias é preciso deixar muito claro que é possível a mudança, pois em democracia há sempre alternativa.
No seio do Partido Socialista de Mafra, há uns meses, encabecei e lancei, em conjunto com outros camaradas o movimento “Unidos Somos Mais Fortes”, que tem feito o seu caminho e que necessariamente amadurecerá nos próximos tempos. A apresentação foi esta… “Unidos somos mais fortes, se de um grupo de pessoas, de mulheres e de homens, nascer um fito comum, partilhado por todos, com respeito e sentido de dever e se (como escreveu o nosso camarada Manuel Alegre) de um punhado de gente com ideias sim!, mas também pernas, que queiram caminhar e levar outros a percorrer o mesmo caminho, surgir um produto que é muito maior do que o valor de cada um. Unidos somos mais fortes, para trabalhar, para pensar, para planear, para acompanhar, para projetar, para executar, para fazer diferente, para mostrar aos nossos munícipes, que se pode fazer as coisas de maneira diversa, sem centralismos, sem tiques de autoritarismo, sem afeções de falta de democracia. Unidos somos mais fortes para mostrar aos nossos munícipes que somos, que o PS é, a única alternativa existente ao monolitismo político de tantos anos vigente neste concelho.” São estes os princípios norteadores.
As últimas eleições, no panorama nacional, mostraram que o PS é o partido em que mais pessoas confiam para, mais próximo delas, conduzir a vida pública e assim prosseguir o bem comum. É imperioso que o PS Mafra, consiga beber desta experiência e surja e se assuma como a alternativa de confiança, de boa governação, também no nosso concelho. Se fazemos bem no governo, se fazemos bem na maior parte do território autárquico, aqui não será exceção.
Em suma, espero estar à altura deste desafio, num cenário que reconheço tão débil e sinuoso no nosso Concelho de Mafra. Que seja o desbravar de um caminho político e institucional, de alternativa e responsabilidade, que se quer amplo e transparente, afinal concordando com os princípios fundadores do socialismo democrático. Também em Mafra, pelo(s) princípio(s) é que se começa!
Alexandre Seixas, janeiro de 2018