Escrever sobre atualidade política em Mafra
Desafio ou Utopia?
Desde o início deste ano que me tenho desafiado a escrever quinzenalmente um texto de opinião para o Jornal de Mafra, tentando pensar o Concelho a nível político, no sentido mais alargado do termo – político-partidário, institucional, cultural e económico; desafio este que encaro com grande orgulho e sentido de responsabilidade.
Nas crónicas, que assumem sempre um pendor marcadamente político e que pretendem exprimir a minha visão e bem assim, genericamente, a posição do PS, tentei focar-me em temas concelhios e em temas estruturantes de caráter nacional, enquadrando-os na realidade do nosso Concelho. O objetivo foi trazer para a nossa realidade o que de bom se tem feito e se faz a nível macro. Se é bom para todos, é bom para nós.
Volvidos 6 meses, assumo a vertente utópica desta porfia. Escrever sobre a atualidade política em Mafra, é uma frase quase desprovida de senso, uma vez que as próprias palavras não convivem bem na mesma frase. O nível de informação que existe é quase ridículo, de tão incipiente. Repito e reafirmo que a culpa é de todos, de todos nós, de todos os agentes que intervêm no espaço público concelhio e que de têm sido incapazes de imprimir um ritmo diferente nesta nossa realidade.
Por aqui tudo parece estar bem… as obras, as intervenções no espaço público, as festas, as procissões, a presença constante do “aparelho”, assemelham-se a um perfeito retoque de aparência. Mas e no cerne? Será que tudo vai bem? Nada poderia ou deveria ser diferente?
As aparições contraditórias e construtivas são esparsas e irregulares. Porém sempre que se manifestaram, foram bem sucedidas e imbuídas de assertividade. Perfilho a ideia de que o “caminho se faz caminhando”, mas tem de haver caminho para se caminhar. E se não houver, cabe-nos a todos nós, construí-lo com os nossos próprios passos.
Estarei, em todos os momentos, e sei que o PS também está e estará sempre disponível para intervir, propor e fazer parte da mudança e da alternativa. Mas até que assumamos esse desiderato, temo que a resposta à pergunta que formulei no título deste texto, nos leve pelo caminho da utopia. Antes isso, do que pelo trilho da distopia.
Mafra precisa de nós e nós temos de estar prontos para Mafra. Que seja uma utopia, mas também um desafio todos os dias renovado. Pela positiva! Por Mafra!!
Boas férias!
Alexandre Seixas, junho de 2018