Acabaram as férias… e agora?
Quo Vadis Mafra
Se podíamos esperar, em Mafra, um cenário político melhor? Podíamos, mas ele não existe!
A política, já nestas crónicas de opinião anteriormente nomeada, de política em que o rei vai nu, está cada vez mais confirmada neste concelho. Aplica-se aquele princípio que alguns veneram, de que quando se ganha, todos ganham e quando se perde, se parte logo para o apontar e ostracizar de um culpado. Assim aconteceu em Mafra, na Junta de Freguesia, com o consequente abandono ao deus-dará daquele órgão, que pelo princípio da proximidade e, portanto, respeitando a suposta subsidiariedade, deveria ter rei, mas nem roque tem.
Esta situação em Mafra representa o estertor desta política sem ideologia de poder pelo poder, exercido pelo PSD, mas que bem se podia apresentar como PPP (Partido Poder pelo Poder), que não gera nem tem quadros formados e capazes de gerir os órgãos autárquicos, habituados que estão a decorar a cartilha do edil, sem pôr em causa, sem questionar, sem querer aprender. Faz lembrar a cultura do eucalipto… que tudo seca à volta. Nota-se pelas juntas e até pela Câmara um desrespeito deliberado e talvez, (o que preocupa mais) inepto pelas regras da democracia. Não são respeitados os prazos de envio de documentação, as reuniões não são bem conduzidas, o Estatuto da Oposição é apenas um termo que alguns, poucos, já ouviram falar.
Tentar até, em desespero de causa, ter um papel construtivo nas intervenções políticas é exercício de fogo-fátuo, tal é o circo montado, sem desprestígio para a atividade circense, mas que deve cingir-se aos seus palcos. Uma Assembleia não é, certamente esse palco. A gestão diária e corrente de um órgão autárquico, não se pode nem deve enquadrar nesse cenário.
Ao PS resta informar os Mafrenses de tudo o que propõe, de forma positiva e ativa e também espalhar aos quatro ventos, tudo o que por aqui se passa e que não augura bom futuro.
O poder político é macrocéfalo e anafado, tal é a retenção que faz, ao não delegar e distribuir competências e também orçamento, de forma equitativa e operacional por todos os atores. Se bem que, atentando neste caso recente havido na Junta de Freguesia de Mafra (e outros…) se perceba bem o porquê deste modus operandi… Lá diz o povo… Quem semeia ventos, colhe tempestades e também, Na cama que farás, nela te deitarás.
Resta-nos lutar todos os dias, por um presente melhor! Ao trabalho!
Alexandre Seixas, setembro de 2018