Opinião Política – Alexandre Nascimento (Partido Aliança)
Um plano estratégico de emergência nacional
Pior que não saber aprender com o passado, é a imprudência de nada fazer para salvaguardar o futuro! Um governo sensato e responsável é aquele que se prepara e não aquele que reage.
Bem sabemos que com esta nova e súbita pandemia era praticamente impossível fazer melhor. Foi tudo muito rápido… surpreendentemente rápido! O Vírus chegou sem avisar e não deu, sequer, tempo às pessoas para saberem exatamente o que lhes estava a acontecer, quanto mais aos Estados para reagirem e saberem o que fazer. Os governos preocuparam-se em navegar à vista, andaram às apalpadelas, foram tentando aprender. Uns aprenderam mais depressa que outros, é verdade. Ao fim de ano e meio ainda estamos a tentar perceber o que foi isto e a recuperar de volta o nosso modo de vida, tantas são as incógnitas.
Mas se desta vez não havia preparação possível, agora há muita coisa que já sabemos!
E a primeira delas é que tudo poderá ser mitigado se estivermos mais bem preparados. Seria demasiado grave e muito irresponsável não ter um plano e uma estratégia para uma nova eventualidade deste tipo. É por isso que defendo a urgência de começar, de imediato, a preparar um grande plano nacional de emergência para grandes calamidades.
Os países do continente americano, habituados a conviver com fenómenos naturais como os ciclones e os tornados, têm, na sua maioria, planos de reação rápida, treinos nas escolas e noutros organismos, canais de evacuação e locais de acolhimento e proteção perfeitamente
definidos e divulgados às populações. Também uma grande parte das cidades cujas populações vivem próximas de vulcões têm estratégias semelhantes. São quase sempre os que melhor se preparam que melhor respondem.
É chegado o tempo de avaliar o que foi feito e de agir para que não volte a ser igual. A falta de reação ao que nos aconteceu seria, para mim, uma enorme negligência.
Selecionar e preparar espaços dedicados em cada uma das unidades hospitalares, alocar equipamentos e outros meios e fomentar a preparação de quadros médicos e de enfermagem através de formação técnica específica, preparando equipas disciplinares é absolutamente
imperioso.
Rever a legislação referente aos Lares de 3ª Idade, encerrar os que não cumprem as mínimas condições, reequacionar aqueles que tem potencial para melhorar a sua oferta, reequipar outros e articular todos eles com as Redes de Cuidados Continuados e com o 3º Setor é
imprescindível e prioritário.
Aproveitar as instalações disponíveis em inúmeros quartéis das Forças Armadas para a instalação de enfermarias de 1ª Linha ou protocolar com as autarquias a utilização de outras infraestruturas como pavilhões desportivos é uma questão de prudência e discernimento.
Convencionar com a Rede Nacional de Farmácias a realização de testes e a administração de vacinas como resposta eficaz e de proximidade a toda a população é uma decisão do mais elementar bom senso. E tantas, tantas outras medidas que podem ser equacionadas e preparadas, setor a setor.
Um plano estratégico de emergência nacional precisa-se!
Diziam os antigos que se deve ter sempre a casa limpa, pois não sabemos quando vão chegar visitas. Saibam os nossos governantes estar à altura das suas responsabilidades.
Agradecem… as pessoas, pela sua vida e pela defesa intransigente de um verdadeiro sistema integrado de Saúde… e a Economia porque, com toda a certeza, ficará muito menos exposta às experiências, aos devaneios e aos erros.
Alexandre Gomes do Nascimento
Vice-presidente
Partido ALIANÇA
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