Opinião Política – Alexandre Nascimento (Partido Aliança)
Participação, precisa-se!
Há dias atrás, por ocasião da última Assembleia Municipal de Mafra (que decorreu no Salão dos Bombeiros Voluntários da Malveira), olhava para a sala e dava comigo a pensar acerca da participação das pessoas nestas “coisas”. Apesar de bastante bem composta, a plateia era constituída, quase na totalidade, por elementos das diversas forças políticas com assento municipal e que, por isso, têm mesmo que ali estar. Depois… meia-dúzia de munícipes mais ou menos anónimos. Muito pouco, dir-se-á. Triste, digo eu. Se já custa ver os cidadãos completamente alheados da discussão acerca dos destinos do seu país, custa ainda mais perceber que as pessoas não estão disponíveis para participar na construção do futuro da sua terra. É pena!
“Mas a Democracia é isso mesmo… não ter a obrigação de participar” – dirão alguns.
Não! Democracia é TER O DIREITO de não participar, mas tendo a perceção que sairíamos todos a ganhar se pudéssemos contar com todos.
Bem sei que as pessoas estão fartas dos partidos e que não têm pachorra para os meandros da maior parte das tricas políticas. Bem sei que o nível da discussão de algumas matérias nem sempre é o mais interessante e apelativo. Bem sei alguns dos protagonistas não abonam muito a favor de uma classe bastante descredibilizada.
Mas não é necessário ingressar nas fileiras de um partido político para participar na discussão dos temas e na construção das melhores soluções para o futuro das nossas vidas.
Existem, hoje em dia, muitas formas de participação que não passam pelos partidos ou pela atividade política. Movimentos de cidadãos, fóruns de discussão, grupos sociais de intervenção, plataformas de colaboração, organismos de apoio social, voluntariado e por aí fora. São muitas e muito variadas as opções. Muitas delas com grande visibilidade e poder de influência junto dos centros de decisão.
Não é por falta de grupos organizados que alguém se pode justificar, dizendo que não sabe como participar ativamente na reflexão e discussão dos temas da ordem do dia ou contribuir para a melhoria das condições de vida da sua comunidade. Não é preciso ingressar num partido político… é preciso abdicar de um pouco do nosso conforto e do nosso tempo e estar disponível para ajudar a construir soluções.
Numa sociedade ideal, os partidos e os políticos colocariam as pessoas no topo das suas prioridades e o bem-estar das mesmas na cabeça de todas as suas decisões. Respeitariam as instituições e não entrariam em jogos corruptos. Pensariam sempre no bem comum em vez do seu próprio interesse e umbigo. Seriam sérios, competentes e dedicados. Numa sociedade ideal as pessoas quereriam ingressar num partido político porque perceberiam que essa seria uma forma construtiva e eficaz de colaborar.
Estamos longe, muito longe, de ser uma sociedade ideal. Mas isso não serve de desculpa para assobiar para o lado e não participar. É que, de cada vez que eu não participo, estou a contribuir para que fique tudo igual ou pior. Cada vez que não participo, alguém decide por mim.
E não… dizer mal de tudo na mesa do café ou escrever umas linhas nas Redes Sociais a criticar as decisões que outros vão tomando, não serve. Não é isso a participação!
Podíamos, pelo menos… de vez em quando, dizer PRESENTE e participar nas Assembleias Municipais, onde se discutem os problemas das terras onde vivemos. São apenas 3 ou 4 por ano… não rouba assim tanto tempo à nossa agenda, sempre muito preenchida com assuntos altamente prioritários para o futuro dos nossos filhos.
Alexandre Gomes do Nascimento
Vice-presidente
Partido ALIANÇA
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