Opinião Política – Alexandre Nascimento (Partido Aliança)
O “suposto” Plano de Vacinação
Ainda não caí em mim! Não posso aceitar que depois de meses de uma angustiante espera, e no momento em que parece estar assegurada a vacinação à população em 2021, o governo volte a demonstrar que não está preparado e, muito menos, à altura da responsabilidade que esta tarefa exige.
A equipa de ilustres comediantes que nos governa nunca teve a humildade de assumir perante os portugueses que não sabia como lidar com esta nova realidade do Covid19. Que era preciso aprender primeiro. Que era importante conhecer mais e melhores dados para se poder agir em conformidade. Nunca foi capaz de pedir às pessoas que tivessem a paciência e o bom senso de perceber que estávamos (estamos) a lutar contra algo completamente novo e praticamente desconhecido. Pelo contrário, optou por uma comunicação confusa, aos zigue-zagues e muitas vezes errada.
Não é preciso máscara! Afinal é preciso. Mas só em locais fechados! Afinal não… também na rua. Confina toda a gente! Agora desconfina. Abre aqui e fecha ali! Uns podem mas outros não! Uma trapalhada de todo o tamanho!
Mandaria a prudência que, pelo menos, tivesse aprendido com os primeiros erros de comunicação e com as primeiras precipitações. Mas nem isso! Continuamos a assistir a sucessivos episódios de informação confusa e às vezes impercetível. Pior que isso, continuamos a lidar com uma série de decisões mal explicadas e em alguns casos contraditórias. Não sei o que é pior… se a Pandemia, se o Pandemónio que criaram!
Quando achávamos que já tínhamos visto tudo, eis que é anunciada uma tal de “Task Force”, incumbida de preparar um plano de organização e abordagem à vacinação contra a Covid19, prevista para 2021.
Uma equipa multidisciplinar que, antes de falar, deveria, pelo menos, ter reunido o maior e mais detalhado número de dados e de informação que lhe permitisse assegurar aos portugueses que as coisas iriam correr bem. Nada disso! Mais uma vez, este governo se precipitou em aproveitar as circunstâncias e fazer um grande show com o anúncio do plano de vacinação para o próximo ano. O problema é que, a ver pela informação já veiculada, o tal plano ou não existe… ou é um rascunho muito mal desenhado.
Não há uma data para se iniciar a vacinação da população. Os critérios de prioridade são confusos e mal definidos. A legislação não está preparada. Não existe (ou pelo menos não foi anunciada) uma solução que garanta o transporte seguro e eficaz das vacinas. Ou seja… não há, de facto, um plano. E se há, não é um plano… é um sólido muito pouco geométrico, de contornos irregulares e tosco!
Mas há mais! Depois de consecutivos anos em que a administração da Vacina da Gripe foi assegurada pelas farmácias, com elevados índices de sucesso, qualidade e segurança, o governo opta, agora, por não adotar a mesma solução. Incompreensível!
Mais uma vez, decisões que não se entendem… informação que é mal gerida.
A rede de farmácias esta de tal ordem disseminada pelo nosso território que, confirmada que está a sua eficácia e importância, depois de anos e anos de vacinação da gripe, seria lógico julgar que os nossos governantes optassem por dar continuidade a esta solução que tão boas indicações tem dado. Nada disso!
É estranho… muito estranho!
Que motivações estarão por detrás de tal decisão?!
Alguém, no seu perfeito juízo, acha que as farmácias deixaram de ser competentes?
Ou existem outras razões?
Será que estamos, mais uma vez, perante um governo que, em vez de salvaguardar o superior interesse dos cidadãos, resolve fazer birras e jogos políticos?
Talvez daqui a uns dias venhamos a saber. Talvez apenas mais à frente. Talvez um dia, quem sabe… talvez não.
Quanto a mim, não vou ficar à espera de supostas justificações engenhosas e tardias. Já não acredito em absolutamente nada do que esta gente nos conta. Para esse peditório, já dei. Estou vacinado!
Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de Alexandre Nascimento
______________________________________________________________________________________________________
As opiniões expressas neste e em todos os artigos de opinião são da responsabilidade exclusiva dos seus respetivos autores, não representando a orientação ou as posições do Jornal de Mafra
