Opinião Política – Alexandre Nascimento (Partido Aliança)
Não deixar (quase) ninguém para trás!
Em abril do ano passado, o 1.º Ministro anunciava, com pompa e circunstância, duas medidas que visavam mitigar as mais que prováveis dificuldades de milhares e milhares de crianças e jovens em aceder a um ensino à distância com o mínimo de qualidade e fiabilidade, O governo asseguraria que todos os alunos do Ensino Básico e Secundário teriam um computador para assistir às aulas e estabeleceria uma Tarifa Social de Internet para que todos pudessem ter acesso às aprendizagens.
Passou quase um ano (UM ANO PARA RESOLVER ISTO) e, como em tantas outras contradições e mentiras, praticamente nada foi feito! Mais de 90% dos alunos continuam à espera de um computador e a tal Tarifa Social só chegará, dizem agora, lá para o mês de junho… ou seja, quando já não for preciso!
Mais… o mesmo governo que cobra aos cidadãos imposto de selo para utilizar documentos, imposto de circulação para utilizar estradas, taxas e mais taxas para tudo e mais alguma coisa, pede agora que dezenas de milhares de professores utilizem os seus próprios equipamentos e paguem do seu próprio bolso a rede de internet das suas casas para poder garantir aulas à distância. “É um esforço que lhes é pedido!”, dizem… e o esforço do Estado… onde está?
Ao lado de António Costa nestas tomadas de decisão e em sucessivas desculpas de mau pagador, tem estado sempre o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Uma figura! O tal que diz… “não deixar ninguém para trás!”.
Não fosse o assunto demasiado grave, e estaríamos todos às gargalhadas com o exemplar desempenho deste senhor que não tem a mínima preparação ou competência para comandar os destinos da Educação em Portugal.
O Ministro da Educação português nunca pertenceu aos quadros ou teve colaboração com o Ministério da Educação, nunca exerceu funções em nenhum órgão de gestão escolar, nunca trabalhou numa escola, nunca foi, sequer, professor, não conhece as dificuldades que alunos e docentes vivem, todos os dias, em tantas e tantas escolas deste país. O “Senhor Tiago” não faz ideia das enormes dificuldades em dar uma aula no atual contexto em que vivemos.
É estranho… para a grande maioria ou quase totalidade de cargos na Função Pública os requisitos de acesso são mais que muitos e acima de todos eles vêm, invariavelmente, o currículo e, sobretudo, a experiência profissional. Ora, a TBR não se conhece qualquer trabalho ou experiência de relevo no campo da educação. Aliás, aqui só para nós… não se lhe conhece qualquer trabalho, de todo! O homem nunca dirigiu ou geriu nada… porque nunca trabalhou! Tiago Brandão Rodrigues é (foi sempre) um investigador. O senhor faz investigação… ponto. Será, com toda a certeza, um ilustre investigador e com méritos reconhecidos na área. Tudo bem! A questão é que, tal como o melhor dos arquitetos não cozinha, necessariamente, boas omeletes, um cientista que tem passado a vida fechado num laboratório a fazer pesquisa, dificilmente estará preparado para tão importante e exigente tarefa. Eu, pelo menos, desconfio! E a desorientação a que tenho assistido só o confirma.
Mas TBR é, há muitos anos, militante do Partido Socialista. E, como sabemos, neste país isso é currículo mais que suficiente para se gerir seja o que for e experiência que baste para se estar à altura de qualquer desafio
O cidadão Tiago Rodrigues nunca deu uma aula à distância… nunca teve de o fazer… não sabe (nem imagina) o que isso é! Nunca precisou de um computador ou de uma ligação à internet para continuar com a sua vida e preparar o seu futuro… bastou-lhe o cartão do Partido. A ele nunca lhe faltou a rede… por isso não ficou para trás!
Alexandre Gomes do Nascimento
Vice-presidente do Partido ALIANÇA
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