Opinião Política – Alexandre Nascimento (Partido Aliança)
Nunca percebi muito bem o papel da oposição partidária em Mafra! Para dizer a verdade, nem sequer sei se, de facto, existe. Eu, pelo menos, não a identifico.
Uns dirão que é do sistema instalado… de anos e anos dos mesmos de sempre… de cansaço acumulado… da incapacidade de se fazerem ouvir. Outros que tem a ver com o quadro que hoje vivemos e com os constrangimentos e condicionamentos que derivam da pandemia e que é difícil fazer política netas circunstâncias. Pouco me importa! Seja lá qual for o motivo, não o aceito. Quem escolheu fazer política nas fileiras de um partido tem a obrigação de aparecer, de discutir, de se fazer ouvir… de lutar pelos interesses dos seus concidadãos… em qualquer circunstância e cenário.
No concelho de Mafra é difícil identificar o trabalho da oposição… muito difícil. A política partidária é difusa, pouco percetível… estranha.
Com o PS a prescindir da sua responsabilidade de liderar a oposição política e a colocar-se por diversas vezes ao lado do Executivo Camarário em decisões lesivas dos interesses dos munícipes, com um Bloco de Esquerda inexistente e irresponsável, um PAN “simpático” e “conveniente”, procurando garantir a sua “cadeira” e um CDS enfraquecido e sem identidade, os cidadãos de Mafra têm contado apenas com alguma (pouca e quase ineficaz) oposição por parte da CDU. Lamentável!
Num concelho onde não existe oposição (ou pelo menos parece não existir) não há espaço para o contraditório, perde-se a capacidade de discutir ideias e alternativas e deixamos de participar da construção do nosso próprio futuro. Sem capacidade interventiva ficamos mais pobres e a democracia fica enfraquecida. E já se sabe… numa democracia débil são as pessoas que ficam a perder!
Porque para nós as pessoas estão sempre primeiro, porque apostamos na importância da nossa intervenção política e porque acreditamos na solidez e eficácia das nossas propostas, o Partido ALIANÇA não abdicará, em nenhuma circunstância e sob nenhum pretexto, da defesa dos cidadãos e do seu bem-estar no concelho em que escolheram viver. Em 2021, com eleições autárquicas à porta, continuaremos a identificar debilidades, a alertar para decisões erradas e, sobretudo, a reivindicar soluções que contribuam verdadeiramente para a melhoria da qualidade de vida dos mafrenses. À cabeça, a luta intransigente por uma redução significativa na Taxa de IMI… fundamental, exequível, mais que justa!
Assumiremos as nossas responsabilidades e faremos a nossa parte, mas era bom que todos fizessem a sua. A intervenção e a pluralidade são fundamentais para um sistema político forte e saudável… mas pelo andar da carruagem, não se vislumbra, em Mafra, uma vacina para esta doença. É pena!
Votos de um grande 2021!
Alexandre Gomes do Nascimento
Vice-presidente do Partido ALIANÇA
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