Opinião Política | Alexandre Nascimento (ALIANÇA) – O Mérito… ou a falta dele!

O Mérito… ou a falta dele!


“Numa sociedade bem organizada os bons devem servir de modelo e os maus, de exemplo!”
Louis Bonald (Iluminista francês)


Chamo-me Alexandre Nascimento, tenho 52 anos, vivo em Mafra há 18 anos, com a minha mulher e os meus dois filhos, sou o Presidente da Direção Política Distrital de Lisboa do Partido ALIANÇA e venho falar-vos de Educação… ou da falta dela!

Depois de alguma ponderação, não poderia ser outra a escolha para primeiro artigo nesta colaboração com o Jornal de Mafra.
Trata-se de um imperativo de consciência!
Porque a minha mulher é professora, porque tenho um considerável número de amigos que são professores, porque tenho dois filhos em idade escolar e porque tenho responsabilidades no seio de uma Associação de Pais de que faço parte.
Se tudo isto não constituísse, por si só, razão mais que suficiente, acresce dizer que escolhi lutar pelo futuro do meu país, fazendo política no seio de um Partido que, valorizando a justiça social e a igualdade de oportunidades, aponta o Mérito como alicerce fundamental de uma sociedade, desde a idade escolar.
Citando os valores da ALIANÇA
“… o mérito deve constituir a base de toda a evolução dos cidadãos na vida profissional, sendo incutido, desde cedo, nas escolas e praticado amplamente no funcionamento das Instituições Públicas.”

Foi este o tema que escolhi para escrever pela primeira vez no JM… o Mérito!
E a verdade é que o reconhecimento do
Mérito nas nossas vidas começa na Escola. Quer dizer…devia começar!
Mas agora… depois de todas as ofensas que têm sido feitas ao papel do Professor, depois da perda considerável de anos de serviço, depois de anos e anos de ordenados que nos deviam envergonhar a todos, depois de serem absolutamente vulgarizados junto dos encarregados de educação, de lhes dizerem que ser professor não chega,
que também têm que ser administrativos, vigilantes de intervalos, sociólogos, polícias… pai e mãe… depois de todos estes “incentivos à carreira”, veio o impensável… o Governo está a ponderar a progressão escolar sem reprovações até ao 9º ano de escolaridade.
É a descredibilização total!
O tal professor “6 em 1” também já não decide. Prepara aulas, leciona, trabalha, corrige testes e TPC… esforça-se, imagina, inova, sofre, angustia-se, luta pelos seus alunos… mas já não poderá premiar o trabalho e
o Mérito e, por isso, já não decidirá nada. Nada!
Confrontado com relatórios da OCDE que apontam Portugal como um dos países com taxas de reprovação mais elevadas, o que é que o nosso Governo resolve fazer? Adotar a solução mais fácil… passam todos e resolve-se o problema!
Comentava um amigo a propósito deste tema…
a solução para isto? E que tal estudar?

Uma sociedade que não promove a Meritocracia torna-se débil e fica adulterada.
Uma sociedade que não premeia
o Mérito é uma sociedade na qual ninguém se respeita e que perdeu o respeito por si própria. É um projeto adiado e condenado ao fracasso.
Um país que não premeia os que estudam mais, os que trabalham mais… os que, todos os dias, se dedicam mais, é um país batoteiro!

Que não nos surpreendamos pois com os inúmeros casos de corrupção, com os elevados níveis de compadrio, com os lobbies, com os “jobs for the boys”, com as jogadas de bastidores ou com a falta de respeito e a violência nas escolas. Esta é, infelizmente, uma parte considerável do retrato fiel do nosso País. É mesmo assim! Viver pela via mais fácil e mostrar às novas gerações que o esforço não vale a pena e que o trabalho não compensa. Este é o preço que pagamos por não premiar o Mérito!

Hoje, segunda-feira 09 de dezembro, no momento em que termino de escrever estas linhas, sou confrontado com a notícia de que um aluno agrediu violentamente a Diretora do Agrupamento de Escolas de Mafra.
Surpreendente… dirão alguns. Expectável… digo eu!
Lamentavelmente… expectável!

Muito preocupado com a crescente onda de violência nas escolas e atento aos sinais dos tempos que vamos vivendo, o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) defendeu, em outubro deste ano, penalizações mais pesadas para as agressões em contexto escolar (sejam elas praticadas por alunos ou por professores) propondo ainda que estes episódios passem a ser considerados como crimes públicos, o que facilitaria a investigação, agilizaria a tomada de medidas e contribuiria para acabar com o sentimento de impunidade. O Partido ALIANÇA, preocupado com esta questão, alertou para o tema, dando boa nota nas suas plataformas.
Alguma decisão do Ministério Público? Não!
Algum sinal (sequer) do Ministério da Educação? Não!

Quando não foi o Mérito que filtrou os melhores…
…insisto…apenas, expectável!


Alexandre Gomes do Nascimento
Partido ALIANÇA

 



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